Economia

Publicado em 18 de Janeiro às 22:29:04

Volatilidade e riscos da política monetária

A expectativa quanto a quando o Federal Reserve (Fed), o banco central dos Estados Unidos, irá iniciar o processo de queda da taxa de juros no país tem dominado o comportamento dos preços dos ativos financeiros nos Estados Unidos e sido um importante fator no comportamento destes preços no Brasil.

O fato de que a taxa de inflação nos Estados Unidos tenha entrado em trajetória de queda, ainda que lentamente, mesmo antes de a taxa de juros real se tornar positiva, parece ter convencido os membros do Comitê de mercado aberto da instituição (Fomc) de que, com a taxa de inflação tendo caído para um nível próximo a 4,0% ao ano, manter a taxa de juros constante entre 5,25% e 5,50%, o que significa uma taxa de juros real próxima a 1,5% ao ano, será suficiente para levar a inflação para a meta de 2,0% no horizonte relevante da política monetária, sem gerar uma recessão.

Esta estratégia exige uma persistente queda da taxa de inflação nos próximos meses, o que levaria a um aumento da taxa de juros real e reforçaria a queda da taxa de inflação. Se os dados confirmarem esta avaliação, eventualmente a autoridade monetária poderá iniciar o processo de queda da taxa de juros.

Esta estratégia, torna a política monetária muito dependente dos dados e, desta forma, gera grande volatilidade nos preços dos ativos financeiros, e está sujeita a dois riscos importantes. Primeiro, caso algum choque de oferta produza um repique na taxa de inflação e, segundo, se a lenta queda da taxa de inflação for interrompida e a convergência para a meta de 2,0% ao ano sair do horizonte. Nestes casos, o Fomc seria forçado a retomar o processo de aumento dos Fed Funds de forma mais intensa.

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