Destaques da Semana
O que movimentou o mercado?
O cenário econômico brasileiro segue marcado por desafios no curto prazo. O IBC-Br de abril registrou alta de 0,16% m/m, levemente acima da mediana das projeções, sustentado pelo setor de serviços (+0,40%), enquanto indústria e agropecuária recuaram. Os dados reforçam a leitura de uma economia em desaceleração gradual, embora ainda resiliente.
Em resposta à resiliência da atividade e à pressão inflacionária, o Copom elevou a Selic para 15,00% ao ano, em decisão unânime e com comunicação mais dura do que o esperado. O Banco Central reforçou a mensagem de que a política monetária seguirá “significativamente contracionista por período bastante prolongado”, optando por ganhar credibilidade frente ao cenário fiscal e ao ambiente de preços ainda desafiador.
No campo político, a Câmara dos Deputados aprovou o requerimento de urgência para o projeto de decreto legislativo que visa sustar os efeitos do aumento do IOF sobre operações de crédito. A movimentação indica resistência significativa do Congresso às medidas arrecadatórias do governo e deve elevar a pressão sobre o Planalto, especialmente em meio a crescentes tensões com a base aliada e queda de popularidade do Executivo.
Nos Estados Unidos, o Federal Reserve manteve a taxa de juros entre 4,25% e 4,50% ao ano e reforçou sua estratégia de “wait and see”, à medida que os efeitos do tarifaço ainda são incertos. O comunicado teve tom levemente mais dovish, mas a fala de Jerome Powell foi marcada pela cautela, sobretudo com os impactos potenciais das tarifas de importação sobre inflação e atividade. As projeções do Fed foram revisadas: crescimento do PIB foi reduzido, enquanto inflação e desemprego subiram. A leitura implícita é de manutenção da política monetária restritiva por mais tempo, diante dos riscos de cortar juros prematuramente e precisar reverter o movimento.
Principais acontecimentos do mercado
MALL11 | PLCR11 | BPFF11 | SPTW11 | PLCA11 | BARI11 | RVBI11 | HGCR11 | HGFF11 – Após o anúncio da compra dos fundos da Genial pelo Patria, os fundos divulgaram suas assembleias, visando aprovar o processo de substituição da gestão, além de reorganizações nas estruturas de alguns fundos.
Em suma, foram propostas duas principais mudanças: a unificação dos fundos PLCR11 e BARI11 à estrutura do CVBI11, consolidando uma estratégia de fundos de papel; e a incorporação dos fundos BPFF11 e HGFF11 pelo RVBI11, consolidando uma estrutura de fundo multiestratégia. Em relação aos demais fundos vendidos, haverá apenas a transferência da gestão, além de eventuais ajustes de regulamento em alguns casos específicos. Já os fundos RVBI11 e HGCR11 convocaram assembleias para que seus cotistas deliberem sobre a autorização para que votem a favor da liquidação do BARI11, dado que o fundo compõe suas respectivas carteiras.
Encorajamos os cotistas dos fundos a votarem nas assembleias, e ressaltamos que estamos trabalhando em um relatório para explicar factualmente os processos da venda e reestruturação, visando dar maior clareza sobre como será feita a incorporação, além dos impactos esperados.
Comentários Sobre a Carteira Recomendada
As carteiras apresentaram desempenhos satisfatórios, com destaque para a forte valorização de fundos recentemente incluídos. Mantemos uma visão otimista sobre as composições e, diante da possibilidade de estarmos no auge do ciclo de aperto monetário, acreditamos que uma eventual sinalização de queda da Selic — ainda que as projeções indiquem cortes apenas em 2026 — pode destravar valor adicional.
Em ambas as carteiras, o destaque foi o HGRE11, que apresentou alta de 3,07% no período.
Performance Semanal das Carteiras Recomendadas (Ex. Dividendos)
Performance Semanal do IFIX
