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Publicado em 26 de Maio às 18:32:00

Resumo Semanal de FIIs | Destaques da semana – 19/05/25

Destaques da Semana

O que movimentou o mercado?

Nos EUA, a prévia dos PMIs de maio trouxe novos sinais de resiliência da economia americana, em meio às incertezas relacionadas à política tarifária do governo Trump. O PMI composto subiu para 52,0, acima da expectativa de 51,1, com destaques tanto no setor industrial quanto no de serviços. O PMI industrial avançou para 52,3 (vs. 50,7 esperados), enquanto o PMI de serviços também alcançou 52,3 (vs. 51,1), ambos sinalizando expansão da atividade. Esses resultados indicam que, apesar das tensões comerciais, a economia dos EUA segue operando em território positivo, afastando, por ora, os temores de uma recessão iminente.

Já no Brasil, os dados de atividade reforçam o tom construtivo para o início de 2025. O IBC-Br de março registrou alta de 0,80% m/m, superando nossas projeções (0,31%) e ficando próximo do teto das estimativas do mercado (0,81%). O resultado consolida o terceiro mês consecutivo de crescimento e leva o índice ao maior patamar da série histórica. Na comparação trimestral, o avanço foi de 1,3% t/t, sustentado tanto pelo desempenho do setor agropecuário (+6,1%) quanto do ex-agro (+1,0%), o que corrobora a expectativa de aceleração do PIB no 1T25. A Genial projeta crescimento de 1,7% t/t e 3,2% a/a no trimestre.

No campo fiscal, o primeiro Relatório Bimestral de Avaliação de Receitas e Despesas de 2025 trouxe revisões tanto para arrecadação quanto para gastos, culminando em um contingenciamento total de R$ 31,3 bilhões. Apesar de indicar uma maior consciência fiscal por parte do governo, o ajuste é insuficiente para alterar a trajetória de insustentabilidade da dívida, caso não haja reformas estruturais nas despesas obrigatórias. A estimativa oficial é de que o resultado primário fique exatamente no piso da meta fiscal (-R$ 31,0 bilhões), após exclusões permitidas pelo STF.

Por fim, destacamos a recente decisão da CVM que autoriza a recompra de cotas por FIIs e Fiagros. A medida permite que os fundos adquiram suas próprias cotas no mercado secundário — prática já consolidada no universo das companhias abertas. Avaliamos a mudança como positiva, pois amplia o leque de instrumentos à disposição dos gestores, permitindo que, especialmente em momentos de deságio relevante, as recompras possam ser utilizadas para gerar valor aos cotistas por meio do posterior cancelamento das cotas, elevando o valor patrimonial por cota (VPC).

No entanto, é importante destacar que a decisão da CVM entra em conflito com o inciso IV do artigo 12 da Lei nº 8.668, que veda expressamente o uso de recursos do fundo para aquisição de cotas de sua própria emissão. Diante disso, esperamos que haja uma revisão legislativa ou regulamentar que traga maior segurança jurídica e evite interpretações contraditórias entre a deliberação da CVM e o marco legal vigente.

Principais acontecimentos do mercado

SARE11 – O fundo assinou uma carta proposta com o BTG para venda integral de seu portfólio, composto por participações nos imóveis WT Morumbi (75%), Edifício Work Bela Cintra (100%), Galpão Santo André (100%), cotas de FIIs e caixa, por R$ 475,95 milhões (pagos em cotas do BTLG11) ou, alternativamente, R$ 408,7 milhões em dinheiro. A operação depende da aprovação dos cotistas e está sujeita a condições precedentes, como diligência e negociação de contratos definitivos.

Nossa Visão | Julgamos a proposta como negativa para os cotistas do SARE11. Em nossa avaliação, a venda — caso aprovada — será realizada a um valor aquém do que consideramos justo. Apenas o imóvel WT Morumbi, por exemplo, tem valor estimado próximo a R$ 637 milhões, enquanto o portfólio total do fundo, de acordo com o último relatório gerencial, está avaliado em pouco mais de R$ 820 milhões. Embora o portfólio enfrente níveis relevantes de vacância, especialmente no WT Morumbi e no galpão logístico de Santo André, acreditamos que ambos os ativos possuem elevado potencial de locação, dadas suas localizações estratégicas e padrões construtivos.

Em nossas estimativas, o cap rate implícito da proposta assume, na prática, a perpetuação das vacâncias atuais — hipótese que consideramos bastante conservadora e improvável. Diante disso, entendemos que a liquidação do fundo nessas condições destrói valor patrimonial para o cotista. Para uma análise completa da operação, acesse nosso relatório.

Comentários Sobre a Carteira Recomendada

Ambas as carteiras superaram o desempenho do IFIX na última semana, com destaque para a Carteira Renda, impulsionada pelas valorizações de RBRR11 e KNSC11. Por outro lado, HGRE11 seguiu entregando um resultado aquém do esperado em ambas as estratégias. Ainda assim, mantemos uma visão construtiva sobre o fundo, que segue negociando com desconto relevante e pode surpreender positivamente com distribuições extraordinárias no curto e médio prazo.

Na Carteira Valor, o destaque foi CLIN11, com alta de 4,16%. Já na Carteira Renda, o melhor desempenho ficou com RBRR11, que avançou 3,70%.

Performance Semanal das Carteiras Recomendadas (Ex. Dividendos)

Performance Semanal do IFIX

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