Ao longo do ano, existem algumas datas e ocasiões especiais que são de grande importância para empresas do varejo e e-commerce. Para citar algumas, há o Dia das Mães, a Black Friday, o Natal e o famoso Mês do Consumidor — você já ouviu falar sobre esse período e sabe como afeta as empresas na Bolsa de Valores?
Esse mês especial é um evento anual que deriva de outra data sazonal: o Dia do Consumidor. Com isso, ambas as ocasiões passaram a ser aproveitadas tanto por empresas que querem atrair compradores e faturar mais, quanto por clientes que visam pagar menos em determinados produtos.
Quando é o Mês do Consumidor?
O Mês do Consumidor acontece no mês de março devido a outra data relevante: o Dia do Consumidor, no dia 15.
Nesse mês, também é comum que exista outra comemoração. É a Semana do Consumidor, também conhecida como “Black Friday do primeiro semestre”.
Em 2023, o evento começa no dia 13 de março e encerra no dia 19. Normalmente, ela tem início na segunda-feira e é finalizada no domingo, mas pode ser prolongado pelas empresas.
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Nesse caso, há pelo menos seis dias no mês de março nos quais os consumidores podem aproveitar diferentes descontos. Com isso, as empresas do varejo e e-commerce podem aumentar as suas vendas.
Por conta disso, as principais empresas do setor do varejo e e-commerce no Brasil — como Amazon, Casas Bahia, Magalu (MGLU3), Mercado Livre (MELI34), Americanas (AMER3), Shopee e Submarino — costumam participar das datas relacionadas ao Dia do Consumidor.
Inclusive, muitas delas já começam a oferecer cupons e descontos e a disponibilizar ofertas e promoções antes mesmo da semana do dia 15. Assim, elas chamam a atenção dos consumidores e conseguem vender mais ao longo do mês.
Como a Semana do Consumidor impacta o setor de varejo e e-commerce na bolsa?
Conforme você acompanhou no tópico anterior, o Mês do Consumidor caracteriza-se por ser um evento focado em:
- promoções exclusivas;
- descontos especiais;
- benefícios e vantagens que podem influenciar a decisão de compra de muitos consumidores.
Sendo assim, é importante entender que, se for bem aproveitada, essa data pode impactar positivamente o faturamento, os lucros e os resultados de uma organização.
Primeiramente, isso ocorre porque uma empresa pode atrair novos clientes e fidelizar os antigos. Além disso, a ocasião permite que varejistas e e-commerces aumentem o número de vendas e ganhos no primeiro semestre do ano.
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De acordo com um levantamento da Neotrust, o e-commerce brasileiro registrou em 2022 um faturamento de R$ 722 milhões apenas no Dia do Consumidor. Em toda a Semana do Consumidor, o resultado ultrapassou a casa dos bilhões de reais.
Nos primeiros 15 dias de março, o faturamento foi de R$ 7,2 bilhões. Pensando no mês inteiro, perceba como os resultados se tornam cada vez mais impactantes.
Além disso, os dados não contam as vendas presenciais, já que a pesquisa considerou somente as compras feitas por meio do ambiente online. Então, como você pode perceber, o Mês do Consumidor influencia de maneira significativa o quanto uma empresa varejista ou um e-commerce fatura no período.
Também é válido ressaltar outros impactos relevantes que esse evento pode gerar para os setores de varejo e e-commerce.
Por exemplo, aproveitar essas datas pode:
- aumentar o alcance e a visibilidade de uma marca;
- aumentar o número de acessos no site da empresa (mais tráfego);
- ajudar empresas a limparem e renovarem os seus estoques.
O que as empresas do varejo e e-commerce têm feito para aproveitar essa data estratégica?
Em geral, elas costumam colocar em prática diferentes tipos de estratégias de venda — em especial, focadas em benefícios e preços mais baixos. Então é comum que as empresas trabalhem campanhas que envolvem:
- descontos na primeira compra (assim, é possível atrair novos clientes);
- descontos progressivos para aumentar o ticket médio;
- frete grátis para determinadas compras;
- parcerias com influenciadores;
- combos e pacotes especiais;
- sorteios e brindes.
Além disso, vale ressaltar que diversas empresas costumam fazer o lançamento de produtos no Mês do Consumidor. Dessa forma, elas apresentam um item inédito, de modo a estimular os clientes a experimentá-lo.
Como você pode notar, há diversos caminhos e possibilidades que as empresas costumam explorar durante essa época, aproveitando o potencial do Dia do Consumidor no mês de Março, afinal, logo vem a Páscoa e outras comemorações.
Mês do Consumidor: atenção nas ações de empresas do setor
O ponto-chave é que o Mês do Consumidor pode levar à valorização (ou desvalorização) das ações de organizações que atuam nesse segmento. Se o desempenho de uma empresa for bom e ela conseguir novos clientes, além de um número interessante de vendas, a tendência é que o preço de suas ações suba.
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Afinal, o mercado provavelmente reagirá de forma positiva devido ao resultado divulgado. Por outro lado, se o desempenho de um e-commerce ou de uma varejista for ruim e ficar abaixo do esperado, o preço das ações pode cair.
Então, como você pode observar, o mês de ofertas pode ter relação direta com as oportunidades que surgem no mercado financeiro. Além dessa questão, é válido destacar que o desempenho de organizações nessa época pode refletir ainda na sua imagem, credibilidade e reputação.
Esses fatores são importantes para quem investe, principalmente pensando no longo prazo. Se uma empresa costuma ter um bom desempenho em datas sazonais e sabe aproveitá-las com inteligência, é provável que ela consiga:
- fortalecer a sua imagem perante ao mercado;
- passar mais confiança, autoridade e credibilidade;
- gerar uma vantagem competitiva em relação à concorrência.
Ao associar isso a possíveis resultados financeiros positivos e consistentes, as ações podem se valorizar, devido à percepção mais positiva do mercado.
Vale a pena investir em ações do varejo?
Sabendo os impactos do Mês do Consumidor nas ações de empresas do varejo, é o momento de refletir se vale a pena investir nesse setor. Afinal, o varejo é um dos principais segmentos empresariais do Brasil, tanto em termos de faturamento quanto de geração de empregos.
Porém, antes de destinar qualquer parte do seu capital para empresas desse setor, é essencial considerar alguns pontos. O primeiro deles é que as ações, independentemente do setor, fazem parte da renda variável.
Então elas sofrem oscilações frequentemente. Ademais, não há garantia que você terá lucros apenas ao alocar os seus recursos em ações. Logo, os riscos são maiores ao investir nesses ativos.
Ainda, é válido saber que as ações do varejo são cíclicas. Então elas apresentam resultados melhores ou piores de acordo com as situações econômicas do país. No caso, elas são bastante influenciadas pela inflação e pela taxa Selic.
Quando a Selic está alta, as empresas de varejo — e, consequentemente, as suas ações — enfrentam mais dificuldades. Isso porque a elevação da taxa básica de juros do país gera um encarecimento do crédito, levando a um desestímulo do consumo.
Já a Selic mais baixa tende a favorecer o varejo e as suas ações. Afinal, com uma taxa de juros menor, o nível de empregos pode aumentar, assim como a renda das famílias e o acesso ao crédito, o que resulta em um maior consumo.
Por último, vale ressaltar sobre a concorrência na hora de falar sobre ações do varejo, visto que ela é elevada. Por conta disso, esse fator pode afetar a geração de lucros e os resultados das empresas desse setor. Logo, definir se vale a pena investir em ações do varejo exige uma avaliação completa do cenário.
O que analisar antes de investir no setor varejista?
É essencial fazer algumas análises antes de investir o seu dinheiro no segmento.
A seguir, veja o que analisar antes de fazer investimentos no varejo!
Considere o seu perfil de investidor
Como você viu, as ações são um tipo de investimento que faz parte da renda variável. Além disso, elas são disponibilizadas na bolsa de valores brasileira, a B3. Sendo assim, a primeira análise que você deve fazer antes de comprar ações de empresas de varejo é se esse investimento condiz com seu perfil de investidor.
Se você não se sente confortável com as constantes oscilações no preço das ações e prefere investimentos menos arriscados, pode ser o caso de buscar outras alternativas para investir. Já se você tiver um perfil moderado ou arrojado, o ativo pode ser mais compatível com a sua carteira.
Pense nas suas metas e objetivos financeiros
Outro aspecto para analisar antes de investir no varejo envolve as suas metas e objetivos financeiros. A intenção é descobrir se as ações podem ajudá-lo a alcançar seus planos. É importante ter em mente que as ações, sejam elas do varejo ou de qualquer outro setor, costumam ser mais indicadas para metas e objetivos de longo prazo.
Por outro lado, investir em ações pensando em vendê-las no curto prazo pode ser um risco, principalmente devido às suas variações frequentes. Portanto, se as suas metas tiverem um prazo mais longo, as ações podem ser interessantes para a estratégia.
Já se você pretende investir para a sua reserva de emergência ou para uma viagem que pretende fazer daqui a um ano, esse investimento não é o mais adequado. Afinal, há mais riscos de perdas, especialmente no curto prazo.
Verifique o histórico de desempenho da empresa
Outra análise que você deve fazer antes de investir em ações do varejo diz respeito ao desempenho financeiro da empresa nos últimos anos. A intenção é realizar uma análise fundamentalista, considerando os indicadores que apontam a situação da empresa.
É essencial verificar questões como:
- receitas da organização;
- lucratividade;
- nível de endividamento;
- entre outros aspectos financeiros.
Uma empresa com um histórico de crescimento e lucros consistentes pode ter um bom potencial. Porém, não se esqueça de que, na renda variável, o resultado passado não garante desempenho futuro. Logo, a análise fundamentalista serve como um direcionamento e não como uma garantia de performance.
Observe o posicionamento de mercado da empresa
Além de verificar o histórico de desempenho e resultados da empresa, observe a posição dela no mercado em relação aos seus concorrentes. Sendo assim, veja o tamanho da empresa, a participação que ela tem no mercado e qual a sua capacidade de inovação.
Procure saber sobre a força da marca, a política de preços e os diferenciais que ela tem em comparação com os concorrentes. Para fazer essa análise, pode ser interessante usar os indicadores fundamentalistas para realizar uma comparação (benchmark) entre empresas semelhantes.
Faça uma boa análise setorial
Outro passo relevante antes de destinar seus recursos financeiros a uma ou mais ações do varejo é fazer uma boa análise setorial, já que o varejo é bastante amplo. Há empresas que comercializam produtos eletrônicos, peças de vestuário, aquelas que atuam no segmento de supermercados, entre outras.
Portanto, não deixe de analisar cada categoria para identificar qual ou quais são mais promissores e fazem sentido para a sua carteira. Essa etapa também é fundamental para você ter uma ideia de qual segmento pode oferecer menos riscos, por exemplo.
Quais são as ações varejistas mais populares na B3?
Agora que você já conhece os principais pontos sobre as ações varejistas e como escolhê-las com sabedoria, vale a pena saber quais empresas do setor estão disponíveis na B3. Até março de 2023, essas eram algumas das varejistas mais populares com ações na bolsa brasileira:
- Alpargatas (ALPA4);
- Arezzo (ARZZ3);
- Assaí (ASAI3);
- C&A (CEAB3);
- Carrefour (CRFB3);
- Centauro (SFBG3);
- Grupo SOMA (SOMA3);
- Lojas Renner (LREN3);
- Magazine Luiza (MGLU3);
- Petz (PETZ3);
- RaiaDrogasil (RADL3);
- Via Varejo (VIIA3);
- Vivara (VIVA3).
Ao longo deste post, você conferiu o que é e como funciona o Mês do Consumidor e entendeu qual a relação desse evento com as ações do setor de varejo. Portanto, ao investir, não deixe de considerar esses aprendizados para fazer escolhas adequadas para o seu portfólio, combinado?
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