
Fique por dentro das principais informações do mercado financeiro nesta sexta-feira, 07 de novembro.
Você sabia?
A última vez que o Ibovespa fez 12 pregões de altas consecutivas foi em 1997, com entrada de fluxo gringo em meio ao otimismo com as privatizações do governo de FHC.
Resumo do dia
O Ibovespa engatou a 12ª alta seguida, renovou recorde aos 153.338 pontos e já virou caso de estudo: é a maior sequência de ganhos desde 1997, embalado por fluxo para emergentes e pelas blue chips locais.
Do lado dos juros, o Copom não mexeu na Selic e repetiu o recado de que os 15% devem durar “por bastante tempo”. A curva abriu um pouco, apostas de corte foram empurradas mais para frente, mas o dólar cedeu para perto de R$ 5,38 com DXY em queda.
Nas empresas, RDOR3 disparou com um 3T forte em hospitais, RADL3 acompanhou, enquanto BEEF3 e MGLU3 apanharam. E o mercado já mira o próximo capítulo da safra de balanços, com PETR4, LREN3, ASAI3 e companhia entrando no radar de hoje.
Expresso Brasil e Mundo
Ibovespa: O Ibovespa encerrou o pregão desta quinta-feira praticamente estável, com alta de 0,03%, aos 153.338,63 pontos. O movimento veio apesar do tom mais duro do Copom, que manteve a Selic em 15% e frustrou parte do mercado ao não sinalizar cortes no curto prazo, e das quedas em Wall Street, onde ações de tecnologia voltaram a recuar.
Juros futuros: Subiram em toda a curva, especialmente nos vértices curtos, após o Copom adotar tom hawkish ao manter a Selic em 15% e reforçar compromisso com política contracionista, enquanto o ambiente externo negativo e o leilão de prefixados do Tesouro ampliaram a pressão nas taxas longas.
Mundo: Futuros de NY operam de lado em meio à volatilidade e dúvidas sobre o fôlego do rali impulsionado por IA, enquanto os Treasuries sobem e o índice dólar opera estável.
Minério de ferro: Minério de ferro recua. Exportações chinesas tiveram contração inesperada em outubro, a primeira em oito meses.
Petróleo: Petróleo caminha para mais uma perda semanal, a quinta nas últimas seis, com o aumento das preocupações sobre o excesso de oferta.
Skin in the Game
POR VITOR SOUZA
Minha movimentação mais recente foi revisar a operação estruturada em WEGE3, que abri lá em setembro — no formato de strangle.
Podemos observar dois pontos importantes:
(1) A ação andou bastante e ultrapassou o strike da call original, que era de R$ 39,21.
(2) Eu rolei a put do mês passado para a série seguinte, colocando um lucro no bolso.
No meio do caminho, recompra da call acabou gerando prejuízo: paguei R$ 2,78 por opção.
Por outro lado, realizei uma rolagem da operação — o que significa que abri uma nova call na série seguinte, com strike ligeiramente maior (R$ 39,47), vendida por R$ 3,17 por opção.
Ou seja: a rolagem melhorou meu strike e ainda aumentou o ganho total.
Como consequência, o break even superior da estratégia subiu para R$ 43,09, ante o anterior de R$ 41,15.
E agora?
Agora é aguardar.
Se o ativo continuar subindo, tenho as 400 ações de WEGE3 para entregar ao mercado — ou seja, é uma operação coberta.
Se o ativo cair abaixo do valor da put, ser exercido não será um problema: tenho margem financeira e acredito na tese da WEGE, então ela passará a integrar meu portfólio.
Caso o preço da ação fique entre meus break evens, a operação será lucrativa e encerrada normalmente.
Resumo da operação:
📈 Call: Strike em R$ 39,47 (400 contratos)
📉 Put: Strike em R$ 36,80 (400 contratos)
🎯 Break even superior: R$ 43,09
Destaques
Suzano (SUZB3) | Resultado 3T25: Ruído temporário no FCF
A parte operacional veio basicamente em linha, com um EBITDA de R$5,2b (+3,7% vs. Est.; -14,6% t/t), refletindo nível de contração de preço da celulose de -9% t/t e queda de volume de -3% t/t, conforme corte na capacidade nominal já aguardado, contudo o destaque pende para o lado negativo, com FCF de R$300m (-45% vs. Est.).
Assaí (ASAI3) | Resultado 3T25: O ‘carrinho’ encolheu
O 3T25 do Assaí reforça um quadro que já vinha se desenhando no setor, crescimento mais fraco em vendas, especialmente em volumes, e uma defesa maior de margens e balanço.
Magazine Luiza (MGLU3) | Resultado 3T25: Crescimento travado em defesa da margem
É um resultado fraco, principalmente para uma tese que, na essência, ainda é de crescimento. A companhia não está destruindo valor na operação, já que preserva margens e eficiência, mas também não consegue transformar essa disciplina em aceleração de GMV.
Petrobras (PETR4) | Resultado 3T25: Deu gosto de ver!
Continuamos com a nossa recomendação de MANTER. A empresa reportou acima dos nossas estimativas devido a produção recorde bom controle de custos no 3T25. Além do resultado sólido do ponto de vista operacional, a empresa anunciou a distribuição de R$12 bilhões (R$0,94/ação).
Sanepar (SAPR11) | Resultado 3T25: E ai, vai ter dividendo extraordinário ou não?
Seguimos com a recomendação de MANTER. Nossa recomendação da empresa diz pouco respeito ao resultado e muito mais ao fato de acharmos a empresa com uma avaliação pouco atraentes em relação as nossas estimativas.
Tenda (TEND3) | Resultado 3T25: Um passo para trás, dois para frente
A Tenda reportou um trimestre positivo, com ganhos de rentabilidade e geração de caixa forte em seu segmento core, enquanto a Alea ainda passa por alguns contratempos, mas que na nossa visão deverão ser endereçados em breve.
Economia
Por José Marcio Camargo
Banco da Inglaterra (BoE) age com cautela e mantém a taxa de juros em 4,00%.
O Comitê de Política Monetária (MPC) do Banco da Inglaterra (BoE) optou por manter os juros estáveis em 4,00% ao ano, numa decisão que veio em linha com o consenso de mercado. Assim como na reunião anterior, houve dissidência entre os diretores acerca da melhor ação a ser tomada em relação a condução da política monetária, retornando ao placar bem dividido de agosto (5 a 4).
⌕ Leia o relatório completo aqui
As principais notícias do dia 07/11/25
🌾 Agrícolas 07/11/2025
SLCE3 | Resultados 3T25 e criação de SPE com PE do BTG
O que aconteceu? A SLC Agrícola divulgou ontem, 6 de Nov., os seus resultados do 3T25. O EBITDA ajustado totalizou R$531m (+3% vs. Est.), aumentando +14,7% a/a, com uma margem de 25,5% (-0,5p.p. vs. Est.), refletindo fortes resultados de hedge (+R$ 20m a/a) e eficiência impulsionada pela escala (SLC e Genial).
Opinião Genial: A transação de criaçaõ de SPE via JV com o braço de PE do BTG fortalece o balanço patrimonial ao monetizar parcialmente os ativos próprios, mantendo o controlo, apoiando a desalavancagem da atual 2,3x e garantindo capacidade de financiamento para futuros projetos de alto retorno. Estrategicamente, vemos a iniciativa como geradora de valor e replicável, posicionando a empresa como referência em monetização de ativos por meio de parcerias estruturadas. O modelo combina efetivamente a extração de liquidez no estilo imobiliário com a geração contínua de fluxo de caixa agrícola, aumentando a rotatividade de ativos sem comprometer o crescimento. A estrutura de governança da transação — avaliações independentes, preços baseados no mercado e aprovação do CADE —. Em nossa avaliação, essa estrutura híbrida de SPV poderia se tornar uma plataforma escalável para futuras transações de terrenos, permitindo que a SLC desbloqueie valor recorrente e sustente retornos de longo prazo, mesmo em meio à volatilidade cíclica das commodities.
Recomendação: Comprar
Preço-alvo: R$20,50
🌾 Agrícolas 07/11/2025
AGRO3 | Resultados 1T26AF
O que aconteceu? A BrasilAgro divulgou ontem, 6 de Nov., seus resultados do 1T26AF (ano fiscal baseado no calendário de safra). O EBITDA ajustado totalizou R$64m (+5% vs. Est.), alta de +5% a/a, sustentado por maiores ganhos com hedge (+R$9,6m a/a) e pela eliminação de perdas biológicas (+28% a/a). O valor de mercado do portfólio alcançou R$3,1b (+2% vs. Est.), crescimento de +8% a/a. O NAV totalizou R$3,8b (+1% vs. Est.), avanço de +8% a/a, ou R$37,9/ação, +74% sobre o valor contábil. (BrasilAgro e Genial).
Opinião Genial: Em nossa visão, os números do 1T26FY ficaram amplamente em linha com as expectativas, com o EBITDA ajustado crescendo +5% a/a. Destacamos que o debate devaluation vai além do uso exclusivo do DCF. O modelo da companhia, ancorado na compra e venda recorrente de terras, reflete uma verdadeira tese imobiliária do agronegócio, em que cada venda gera múltiplos de 20x P/E. Além disso, destacamos que a janela ideal de comercialização ocorre no pico da safra, entre Mar–Abr, quando 60–70% do volume é escoado; nesse período, o envio de cargas aos portos pode gerar filas de até 15 dias, anulando ganhos de prêmio. Para mitigar esses riscos, ressaltamos que a companhia tem utilizado cada vez mais sua capacidade de armazenagem, escalonando as vendas até o fim da safra e preservando margens. Nesse contexto, acreditamos que a companhia está fortalecendo sua posição para capturar valor adicional por meio da diversificação do portfólio (soja, milho, algodão e cana), da monetização disciplinada de terras e do modelo de transformação agrícola, resultando em um elevado NAV, que pode ampliar a criação de valor em cenários de preços mais benignos. Em nossa visão, esse pano de fundo adiciona uma camada extra de sustentação à tese.
Recomendação: Comprar
Preço-alvo: R$25,00
🛒 Varejo 07/11/2025
PCAR3 | GPA prepara venda bilionária de ativos para o Natal
O que aconteceu? Segundo a coluna de Lauro Jardim em O Globo, o GPA está preparando uma venda de ativos em valor bilionário (~R$ 1,1b), com a intenção de concluir a operação até o Natal, dentro do esforço de reorganização do grupo. A transação deve envolver parte relevante do portfólio de ativos, ainda sem detalhes públicos sobre escopo ou valores individualizados. (O Globo e Genial)
🏡 Imobiliário 07/11/2025
TRXF11 | Carrefour monetiza 22 imóveis do Atacadão por R$ 900 milhões via sale and leaseback
O que aconteceu? O Carrefour Brasil está concluindo a venda de 22 imóveis operados pelo Atacadão, em um negócio estimado em R$ 900 milhões. A gestora Guardian adquiriu 15 unidades por cerca de R$ 600 milhões e a TRX ficou com outras sete por R$ 300 milhões. A operação segue o modelo de sale and leaseback, com contratos de locação de 15 anos que mantêm as lojas operando normalmente enquanto o grupo transforma parte do portfólio imobiliário em caixa. A Guardian já havia feito operação similar em 2024, comprando 15 ativos por R$ 725 milhões, e o braço Carrefour Property continua a estratégia de buscar sócios para destravar valor em um portfólio de cerca de 500 ativos e 21 milhões de m², com potencial de projetos multiuso estimado em R$ 25 bilhões, tendo o BTG Pactual como assessor do comprador. (NeoFeed e Genial)
👕 Vestuário 07/11/2025
LREN3 | Margem melhora, Realize acelera e caixa segue folgado
O que aconteceu? A Lojas Renner reportou no 3T25 receita líquida de varejo de R$ 3,08 bilhões, alta de 4,2% a/a, com SSS de varejo em 3,1%. Em vestuário, as vendas cresceram 4,7% a/a e o SSS ficou em 3,3%. A margem bruta de varejo subiu para 55,1%, avanço de 0,4 p.p., enquanto vestuário atingiu 56,2%, 0,5 p.p. acima do ano anterior. O GMV digital cresceu 4,3% e já representa 16,7% das vendas. O EBITDA total ajustado chegou a R$ 593,8 milhões, alta de 2,9%, com margem de 19,3%, levemente abaixo do 3T24, e o resultado da Realize CFI somou R$ 79,8 milhões, crescimento de 36,9%, com carteira de crédito vista como saudável. A companhia encerrou o trimestre com caixa líquido de R$ 1,3 bilhão, gerou R$ 473,1 milhões de fluxo de caixa livre e segue avançando no programa de recompra, com cerca de 85% já executado, o que ajudou a levar o ROIC LTM a 14,4%, (+1,7 p.p. a/a). (Renner e Genial)
🏦 Serviços Financeiros07/11/2025
STOC31 | Stone avança em lucro e receita, mas mostra desaceleração no TPV
O que aconteceu? A Stone reportou lucro líquido ajustado de R$ 641,5 milhões no 3T25 (+13% a/a) e receita de R$ 3,6 bilhões (+16,5% a/a), considerando apenas as operações continuadas. O TPV totalizou R$ 140,2 bilhões, avanço anual de 8,8%, mas apresentando desaceleração. O segmento de PMEs, principal foco da companhia, correspondeu por R$ 126,4 bilhões (+10,9% a/a). A carteira de crédito cresceu 148,9% a/a, para R$ 2,3 bilhões, enquanto a inadimplência atingiu 5,03% (vs. 4,67% no 2T25). (Valore Genial)
