
Fique por dentro das principais informações do mercado financeiro nesta segunda-feira, 12 de maio.
Na edição de hoje
O mercado finalmente respirou. O acordo entre EUA e China para suspender tarifas por 90 dias trouxe o alívio que os investidores tanto esperavam — e o reflexo foi imediato: commodities dispararam, bolsas globais renovaram fôlego e o Ibovespa voltou a flertar com o recorde histórico.
Por aqui, a temporada de resultados continua a todo vapor, com destaques para Porto, Itaú, Suzano, Inter, Assaí, Vivo, Sanepar e B3. Em meio à trégua comercial e à reta final dos balanços, a dúvida agora é: o rally dura mais que 90 dias?
Expresso Brasil e Mundo
Ibovespa: O Ibovespa encerrou o pregão de sexta-feira em alta de 0,21%, em dia marcado pela forte repercussão de resultados corporativos. As ações do Itaú (+5,41%) e da Porto Seguro (+5,66%) lideraram os ganhos após divulgarem balanços com boa lucratividade, enquanto Gol desabou 25,1% após anunciar proposta de aumento de capital de até R$ 19,2 bilhões — a maior queda da sua história. Também pressionaram negativamente o índice os resultados de Rumo, Suzano, Magazine Luiza e CSN.
Juros futuros: A curva de juros encerrou o dia com leve queda nos vértices longos e estabilidade na ponta curta. O mercado precifica uma alta residual de 15 pontos-base em junho e cerca de 20 pontos de corte até o fim do ano. Apesar do IPCA de abril ter vindo em linha com as expectativas (+0,43% no mês), os núcleos seguiram pressionados. Esse cenário contribui para o achatamento da curva, com investidores ajustando as apostas para um ciclo mais longo de juros elevados.
Mundo: Bolsas globais e o dólar sobem com força após EUA e China anunciarem um acordo conjunto para cortar tarifas, encerrando semanas de tensão. Futuros do S&P 500 avançaram até 3% e os do Nasdaq, até 3,9%, puxados por tecnologia.
Minério de ferro: Minério de ferro e metais industriais avançam após acordo entre EUA e China.
Petróleo: O petróleo sobe com alívio de medidas tarifárias entre China e EUA elevando o sentimento de que os dois maiores usuários de petróleo bruto do mundo podem resolver sua disputa comercial.
Em Destaque
Fleury (FLRY3) | Resultado 1T25: Margens resilientes e crescimento em linha com o esperado
CSN (CSNA3) & CMIN (CMIN3) | Resultado 1T25: Alívio inesperado
Novos Conteúdos
Porto (PSSA3) | Resultado 1T25: Forte Início de Ano Reforça Nova Fase de Alta Rentabilidade
A Porto divulgou nesta manhã (09/05) um resultado acima do esperado, reforçando a leitura positiva que temos sobre o novo momento da companhia.
Expresso Bolsa Semanal: Decisões de política monetária, Ibovespa na máxima histórica
A semana foi marcada por um forte rali nos mercados globais e no Brasil, com o Ibovespa renovando sua máxima histórica intraday e o dólar recuando para R$5,65.
Economia
Por José Marcio Camargo
Primeiras declarações indicam que negociações começaram positivamente
Na semana passada, Reino Unido e Estados Unidos chegaram a um acordo nas negociações em torno das tarifas recíprocas entre os dois países.
De olho nas Ações
Inter (INBR32) | Lucro abaixo do consenso, mas eficiência melhora e inadimplência recua
O Inter reportou lucro líquido de R$287 milhões no 1T25, resultado 4,3% abaixo do consenso de mercado e 5,3% abaixo das nossas estimativas. Ainda assim, o banco segue avançando na rentabilidade, com ROE de 12,9%, alta de +0,4pp t/t e +3,9pp a/a. A carteira de crédito alcançou R$ 37,4 bilhões, crescendo +5,1% t/t e +21,2% a/a, enquanto os indicadores de qualidade de crédito continuaram a melhorar, com o NPL acima de 90 dias caindo para 4,1% (-0,1pp t/t e -0,7pp a/a). A receita líquida ficou estável no trimestre (-0,3% t/t), em R$ 1,8 bilhão, pressionada pela queda nas receitas de serviços (-8,8% t/t), mas ainda com forte alta de +31% a/a. As despesas seguiram controladas em R$ 831 milhões (-1,2% t/t), resultando em uma melhora do índice de eficiência para 48,8% (-1,3pp t/t).
As principais notícias do dia 12/05/25
🌐 Petróleo & Gas
Brent | Acordo de suspensão de tarifas por 90 dias
O que aconteceu? Estados Unidos e China anunciaram nesta segunda-feira, 12 de maio, um acordo para suspender parcialmente as tarifas comerciais mútuas por um período de 90 dias. Conforme o pacto, os EUA reduzirão suas tarifas sobre produtos chineses de 145% para 30%, enquanto a China diminuirá suas tarifas sobre produtos americanos de 125% para 10%. A medida visa aliviar as tensões da guerra comercial e permitir novas negociações entre as duas maiores economias do mundo. O anúncio foi feito após dois dias de conversas em Genebra entre autoridades dos dois países. (Estadão e Genial)
Opinião Genial: Acreditamos que o evento é positivo para empresas produtoras de petróleo tendo em vista a queda no preço do petróleo à medida que as pesadas tarifações deixariam inviável boa parte do comercial entre EUA e China – com natural impacto econômico no mundo tendo em vista o tamanho das economias envolvidas. Sendo assim, caso o acordo avance, imaginamos que o brent deva apresentar recuperação gradual a depender dos termos do acordo. Antes da abertura do mercado, os preços do brent estavam negociando a US$65,9/barril, alta de +3,1% em relação ao último preço de fechamento. Sendo assim, imaginamos que PETR4, BRAV3, PRIO3 e RECV3 devam negociar no território positivo no dia de hoje.
⛽ Petróleo & Gás
PETR4 | Petrobras anuncia nova descoberta de petróleo de alta qualidade no pré-sal da Bacia de Santos
O que aconteceu? A Petrobras informou a descoberta de petróleo de excelente qualidade e livre de contaminantes no poço exploratório 3-BRSA-1396D-SPS, localizado no Bloco Aram, na camada pré-sal da Bacia de Santos. O poço está situado a 248 km da costa de Santos (SP), em lâmina d’água de 1.952 metros. O Bloco Aram foi adquirido em 2020 durante a 6ª Rodada de Partilha de Produção, sendo operado pela Petrobras com 80% de participação, em parceria com a chinesa CNPC, que detém os 20% restantes. Esta é a segunda descoberta relevante no Bloco Aram em 2025, reforçando o potencial exploratório da região. (Petrobras e Genial)
Opinião Genial: A nova descoberta no Bloco Aram destaca o contínuo sucesso da Petrobras na exploração do pré-sal, consolidando a Bacia de Santos como uma das principais fronteiras petrolíferas do mundo. Vale mencionar que caso o desenvolvimento do campo mostre que o ativo é comercialmente viável, conheceremos as suas reservas provadas apenas no momento da sua certificação de reservas, que geralmente ocorre apenas no início de cada ano. Sendo assim, ainda é muito cedo para estimar qualquer impacto na avaliação da empresa.
Recomendação: Manter
Preço-alvo: R$ 48,00
⛽ Petróleo & Gás
Shell | Shell avalia aquisição da BP em possível megafusão no setor de energia
O que aconteceu? A Shell está considerando a aquisição da British Petroleum. Tal transação potencial poderia se transformar em uma das maiores da história da indústria petrolífera. Segundo fontes, a Shell está trabalhando com consultores para avaliar a viabilidade e os méritos dessa aquisição, embora esteja aguardando novas quedas nos preços das ações da BP e do petróleo antes de decidir se fará uma oferta. A BP enfrenta desafios significativos, incluindo uma queda de quase um terço em seu valor de mercado nos últimos 12 meses, devido a um plano de recuperação que não conseguiu atrair investidores e à queda nos preços do petróleo. A empresa também está sob pressão do investidor ativista Elliott Investment Management, que adquiriu uma participação de 5% na BP e está pedindo à empresa que considere medidas mais transformadoras. (Oil Price e Genial)
Opinião Genial: Uma fusão entre Shell e BP poderia criar sinergias operacionais significativas e fortalecer a posição da Shell no mercado global de energia. No entanto, a complexidade da transação e os riscos de execução devem ser cuidadosamente avaliados. Considerando a performance recente das ações e valuation relativo entre os dos pares (BP negocia 3,1x vs SHELL 4,1x EV/EBITDA 12M), acreditamos que caso a proposta de fusão avance, a BP tenderia a performar melhor no curto prazo tendo em vista a avaliação mais descontada.
Recomendação: Sem Cobertura
🏦 Financeiro
BPAC11 | BTG Pactual reporta lucro recorde no 1T25
O que aconteceu? O BTG Pactual registrou lucro líquido ajustado de R$ 3,4 bilhões no 1T25, alta de 2,8% t/t e 17% a/a, com receita total de R$ 6,8 bilhões. O ROAE ajustado anualizado foi de 23,2%, com alta de +0,2pp t/t e +0,4pp a/a. O total de ativos sob gestão e administração alcançou R$ 2 trilhões, crescimento de 24% a/a. A captação líquida de recursos (net new money) atingiu R$ 105 bilhões, acelerando frente aos R$ 64 bilhões do 1T24 e aos R$ 50 bilhões do 4T24, impulsionada pelo Wealth Management e pela incorporação da Julius Baer. O índice de Basileia, por outro lado, recuou -0,7pp t/t e -1,0pp a/a, para 15,4%. (BTG Pactual e Genial)
Recomendação: Sem cobertura.
✈️ Aviação
Governo estuda fundo de até R$ 2 bi para compra direta de combustível por aéreas
O que aconteceu? O governo negocia com companhias aéreas e distribuidoras a criação de um fundo de até R$ 2 bilhões para permitir que as aéreas comprem querosene de aviação (QAV) diretamente da Petrobras, eliminando intermediários. A iniciativa pode gerar economia de até 8% no custo do combustível. (Estadão)
Opinião Genial: A proposta pode trazer alívio relevante aos custos das companhias aéreas, sobretudo diante de um ambiente de margens apertadas e volatilidade do câmbio. A compra direta de QAV tem potencial para melhorar a rentabilidade operacional do setor, mas ainda depende de ajustes regulatórios e viabilidade logística