
Fique por dentro das principais informações do mercado financeiro nesta quarta-feira, 19 de novembro.
Depois dos balanços de todas as Big Techs, só falta Nvidia…
O mercado internacional opera em ritmo contido enquanto aguarda o número mais esperado da temporada: o balanço da Nvidia. A divulgação desta noite pode redefinir o humor das Big Techs!
Resumo do dia
Os mercados locais fecharam o dia em compasso de espera pelos dois eventos que devem definir o tom da semana: o balanço da Nvidia hoje e o payroll na quinta, feriado no Brasil. O dólar ficou perto da estabilidade após bater R$5,34, enquanto os juros futuros subiram levemente na ponta longa. No primário, o Tesouro vendeu integralmente os lotes de NTN-B e LFT, e a Vale avançou na precificação de emissão externa.
O Ibovespa operou de lado e descolou da queda das bolsas em NY, com a alta do petróleo impulsionando PETR4. O setor financeiro pesou após a liquidação do Banco Master e a prisão do CEO Daniel Vorcaro, em operação da PF que apura suposta emissão de títulos de crédito falsos. O movimento atingiu bancos como BB, Bradesco e Itaú.
Nas empresas, ONCO3 recuou forte por ter exposição a CDBs do Master. Lá fora, tecnologia puxou as bolsas para baixo, com investidores cautelosos antes do balanço da Nvidia, que carrega expectativas altas sobre retorno dos investimentos em IA.
Expresso Brasil e Mundo
Ibovespa: O Ibovespa caiu 0,30% e fechou aos 156.522,13 pontos em um pregão marcado pela aversão ao risco global e pela cautela antes dos resultados da Nvidia e da próxima reunião do Fed. No pano doméstico, a liquidação do Banco Master adicionou ruído ao setor financeiro e pressionou bancos em meio ao impacto potencial sobre o FGC. Lá fora, as bolsas americanas e europeias renovaram quedas com investidores reagindo a dados mistos nos EUA e ao retorno das divulgações pós-paralisação.
Juros futuros: Fecharam em leve alta na ponta longa, em compasso de espera pelos dados do payroll e pelo balanço da Nvidia.
Mundo: Bolsas globais pausam sequência de quedas recentes, com investidores evitando novas posições antes do balanço da Nvidia e da divulgação da ata do Fed.
Minério de ferro: Minério de ferro opera de lado. Ouro avança pelo segundo dia.
Petróleo: Petróleo recua após relatório do Instituto Americano de Petróleo indicar alta de 4,4 milhões de barris nos estoques dos EUA, ofuscando temores com sanções ao petróleo russo.
De Olho nas Aços
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Destaques
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Economia
Por José Marcio Camargo
Política monetária contracionista desacelera a economia.
O Monitor do PIB calculado pela FGV que tem metodologia similar à utilizada pelo IBGE para calcular o PIB, divulgado ontem, confirmou a desaceleração da economia brasileira. Segundo o dado, o PIB do Brasil mostrou crescimento de 0,1% no terceiro em relação ao segundo trimestre de 2025.
⌕ Leia o relatório completo aqui
As principais notícias do dia 19/11/25
🥩 Alimentos (frigoríficos)
MBRF3 | Europa libera frango brasileiro
O que aconteceu? A UE aprovou o sistema de pre-listing para frangos e ovos do Brasil, permitindo que o MAPA habilite fábricas sem auditoria europeia. Com isso, as 12 plantas da antiga BRF, bloqueadas desde a Operação Trapaça (2018), devem voltar a exportar nas próximas semanas. O prêmio histórico pago pela Europa — entre 10% e 30% — está hoje em ~25%, próximo ao pico. A MBRF deve redirecionar parte do volume hoje exportado a outros mercados para a Europa, elevando o mix e a rentabilidade.
O efeito esperado é um ganho de +100-200bps na margem EBITDA 26E, assumindo retomada de exportações em Jan. A companhia também pretende recuperar gradualmente o market share que a BRF detinha na região — >40% do peito de frango importado do Brasil em 2017. A reabertura é resultado de mais de 3 anos de negociações entre Brasil e UE e ocorre em meio à crise de oferta causada pela gripe aviária na Europa.
Recomendação: Comprar
Preço-alvo: R$23,00
🏦 Serviços Financeiros
VLID3 | Pagamento adicional de R$ 40 mi em JCP
O que aconteceu? A Valid anunciou o pagamento adicional de R$ 40 milhões em Juros sobre Capital Próprio (JCP), que se somam aos R$ 78,3 milhões divulgados em 21/out, totalizando R$ 1,51 por ação. O montante total corresponde a um dividend yield bruto de aproximadamente 6,8%. As ações serão negociadas ex-JCP a partir de 28/nov, e o pagamento será realizado em quatro parcelas trimestrais. (Valid e Genial)
Opinião Genial: Positivo. O forte pagamento de proventos está alinhado à nossa tese, sustentada pela forte geração de caixa da empresa.
Recomendação: Manter
Preço-alvo: R$ 26,00
🏦 Serviços Financeiros
B3SA3 | Dados operacionais (out/25)
O que aconteceu? Em outubro, a B3 registrou volume financeiro médio diário (ADTV) de R$ 22,2 bilhões no mercado à vista, alta de +3,4% a/a e +0,5% m/m. O número de CPFs individuais ativos chegou a 5,40 milhões (+3,2% a/a; +0,2% m/m). Em renda fixa, as novas emissões somaram R$ 1,88 bilhão (+5,1% a/a; +5,2% m/m). No mercado de derivativos, o volume médio diário alcançou 10,82 milhões de contratos (+8,1% a/a; +17,0% m/m). (B3 e Genial)
Recomendação: Comprar
Preço-alvo: R$ 15,80
✈️ Infraestrutura & Logística
MOTV3 | Motiva vende aeroportos para mexicana ASUR por R$11,5 bi (parte em dívida)
O que aconteceu? A Motiva (ex-CCR) anunciou a venda de sua operação aeroportuária para a mexicana ASUR (Grupo Aeroportuario del Sureste) por R$11,5 bilhões, sendo parte do valor assumido como dívida. A transação inclui concessões de aeroportos estratégicos no Brasil, como Curitiba (Afonso Pena) e Joinville, além de ativos menores. O movimento faz parte da estratégia da Motiva de reduzir alavancagem e concentrar esforços em rodovias e mobilidade urbana. A companhia vinha sinalizando desde outubro que buscava desinvestir no segmento aeroportuário para voltar aos limites de sua política financeira. (Valor e Genial)
Opinião Genial: A venda é positiva para desalavancagem e foco estratégico, especialmente após forte ciclo de investimentos em aeroportos – investimentos que se provaram de difícil execução ao longo do tempo. O mercado deve avaliar como os recursos serão alocados: amortização de dívida versus novos projetos em rodovias e mobilidade urbana. Acreditamos que a empresa deve seguir com investimentos no segmento de rodovias.
Recomendação: Manter
Preço-Alvo: R$18
🚧 Infraestrutura & Logística
Setor Rodoviário | Governo anuncia 14 concessões para 2026, com R$158 bi em investimentos
O que aconteceu? O governo federal divulgou plano para realizar 14 concessões de rodovias em 2026, totalizando 7.295 km e estimativa de R$158 bilhões em investimentos. O pacote inclui oito novos trechos e seis concessões atuais reformuladas, com obras previstas de 1.197 km de duplicações e 1.331 km de faixas adicionais. Entre os destaques estão a BR-163 (MT/PA), rota estratégica para o agronegócio, e projetos como Rota dos Sertões (BR-116/BA/PE) e Rota Agro Central (BR-070/174/364/MT/RO). Os leilões ocorrerão ao longo do ano, mesmo em período eleitoral, com seis previstos para o primeiro semestre e oito no segundo. (Folha e Genial)
Opinião Genial: O anúncio reforça a prioridade do governo em acelerar concessões para atrair capital privado e reduzir gargalos logísticos. O volume de investimentos é expressivo e pode gerar oportunidades para operadoras de infraestrutura (CCR/Motiva, Ecorodovias) e construtoras. Contudo, há riscos: juros elevados pressionam retorno dos projetos, e a execução em ano eleitoral pode enfrentar atrasos. A presença de trechos estratégicos para o agronegócio é positiva para demanda, mas a atratividade dependerá de condições regulatórias e equilíbrio econômico-financeiro dos contratos.
