
Fique por dentro das principais informações do mercado financeiro nesta quinta-feira, 14 de agosto.
Na edição de hoje
O mercado acordou mais cético ontem, e a euforia da véspera deu lugar a uma correção de 0,89% no Ibovespa, aos 136.687 pontos. O pano de fundo foi político e econômico: o governo assinou a MP que cria um pacote de R$ 30 bilhões em crédito para empresas afetadas pelo tarifaço dos EUA, mas o debate sobre impacto fiscal e eficácia do plano pesou no humor.
No corporativo, Casas Bahia entregou avanço operacional acima do Magalu, mas o financeiro afundou o resultado em prejuízo de R$ 555 mi. JBS teve margem forte, mas queimou caixa; Porto superou estimativas e revisou guidance; Taesa fez o básico, mas segue com alavancagem alta. SLC e Allos mantiveram execução consistente. Hoje, o grande foco é o Banco do Brasil, que divulga o resultado após o pregão, e promete movimentar o mercado.
Expresso Brasil e Mundo
Ibovespa: O Ibovespa recuou 0,89%, aos 136.687 pontos, corrigindo parte da forte alta da véspera. No Brasil, o destaque foi a assinatura da Medida Provisória que cria um pacote de R$ 30 bilhões em crédito para empresas impactadas pelo tarifaço dos EUA, medida que gerou debates sobre impacto fiscal e eficácia diante do cenário de aperto monetário. No exterior, investidores repercutiram declarações divergentes de dirigentes do Federal Reserve sobre o momento de cortar juros, após a inflação ao consumidor de junho reforçar apostas em redução em setembro, movimento que sustentou novos recordes em Wall Street e máximas de duas semanas nas bolsas europeias.
Juros futuros: Fecharam em alta na ponta longa com a proposta do governo de tirar da meta fiscal os R$ 9,5b das medidas de suporte a empresas exportadoras afetadas pelas tarifas do EUA. O DI com vencimento em janeiro/2026 fechou estável a 14,89%, enquanto o DI com vencimento em janeiro/2027 caiu 4 pontos-base. Já o DI com vencimento em janeiro/2029 fechou em alta de 1 ponto-base.
Mundo: Futuros de Nova York indicam que bolsas devem interromper seu avanço enquanto os investidores aguardam novos dados econômicos em busca de pistas sobre o ritmo de corte de juros do Fed.
Minério de ferro: Minério de ferro cai pelo segundo dia antes da divulgação de dados chineses importantes; o país divulgará indicadores de produção industrial e vendas no varejo às 23:00.
Petróleo: Petróleo tem leve alta depois de atingir ontem a mínima de dois meses com previsão da Agência Internacional de Energia sobre excesso de oferta, enquanto investidores monitoram os preparativos para a cúpula de sexta-feira entre EUA e da Rússia; Donald Trump alertou que imporia.
Em Destaque
MRV (MRVE3) | Resultado 2T25: Brilho do Brasil apagado pela Resia
IPCA (Jul/25): Resultado abaixo do piso, com qualitativo mais favorável
Novos Conteúdos
JBS (JBSS32) I Resultado 2T25: Brilho na margem, mas FCF ofuscado
O operacional ficou acima das nossas expectativas, com margem EBITDA consolidada de 8,4% (+0,5p.p. vs. Est.; +1,1p.p vs. Consenso), expandindo +0,5p.p. t/t, mas decaindo -1,5p.p. a/a, o FCF indicou uma queima de -R$310m (vs. geração de +R$5,5b no 2T24), valor mais intenso do que nosso modelo previa, em decorrência do maior nível de CAPEX e pressão adicional no capital de giro, apagando ganhos EBITDA frente as nossas estimativas.
TAESA (TAEE11) | Resultado 2T25: Dever de casa feito!
A Taesa reportou resultados em linha com o esperado, com avanço de 5,3% a/a no EBITDA regulatório, impulsionado por novas receitas, apesar de custos maiores. A alavancagem (4,1x) segue como ponto de atenção, dado o desafio de expansão.
Allos (ALOS3) | Resultado 2T25: Positivo, sem muitas surpresas!
A Allos reportou um 2T25 positivo, com SSS e SSR acima da inflação, ocupação estável e custo de ocupação abaixo da média histórica.
Casas Bahia (BHIA3) | Resultado 2T25: A operação entrega com uma mão, o financeiro tira com duas
O desempenho veio em linha com o que se espera de uma empresa que, mesmo em um cenário adverso, vem acumulando avanços operacionais consecutivos.
🚗 Porto (PSSA3) | Resultado 2T25: Lucro Surpreende, Guidance Sobe e ROE de 25%
🥩 BRF (BRFS3) | Prévia 2T25: Fundamentalmente subvalorizada, mas societário é restritivo
🏦 Banrisul (BRSR6) | Prévia 2T25: Projeção de Melhora no Resultado, mas Sem Catalisadores Relevantes
🎯 PMC (Jun/25): Desempenho no mês confirma perspectiva de desaceleração da economia
Economia
Por José Marcio Camargo
“Se não está contabilizado na meta, não há problema”
Ontem tivemos a divulgação dos índices de preço ao consumidor tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos referentes ao mês de julho.
De olho nas Ações
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As principais notícias do dia 14/08/25
🌾 Agrícolas
SLCE3 | Resultado 2T25: Soja e milho puxam o trimestre
O que aconteceu? O 2T25 da SLC combinou forte tração comercial em soja e milho com disciplina operacional e proteção via hedge, mas a leitura do lucro reportado foi suavizada pelos efeitos de marcação a valor justo (VVJAB/VRLPA). Ainda assim, o avanço “subjacente” das margens é nítido quando se expurgam os efeitos contábeis de fair value. Mantemos visão construtiva e elevamos o grau de convicção na execução para a safra 24/25. No trimestre, o EBITDA ajustado atingiu R$ 557 mi (+6% vs. Genial Est.; +116% a/a), com margem de 29,9% (+10,8 p.p. a/a), refletindo a retomada da lucratividade da soja (produtividade superior na safra 24/25) e carryover favorável em milho. O lucro líquido encerrou em R$ 140 mi (-7% vs. Genial Est.; -57% a/a), comprimido pela menor marcação de fair value e pela maior realização do valor justo no CPV (RVJAB), apesar do claro ganho operacional visto no EBITDA. A posição final de caixa e equivalentes encerrou em R$ 1,15 bi, estável a/a, suficiente para cobrir 2,3x as obrigações de curto prazo, preservando liquidez e flexibilidade financeira para execução dos projetos de expansão. No balanço, a dívida líquida ajustada encerrou em R$ 6,0 bi (2,33x Dívida líquida/EBITDA ajustado). O FCF ajustado do trimestre foi negativo em -R$ 626 mi (vs. -R$ 543 mi no 2T24) (Genial).
Opinião Genial: O 2T25 expõe um aparente paradoxo: margens contábeis pressionadas por fair value, mas forte recomposição de rentabilidade “recorrente” quando se observam as métricas ajustadas. A leitura correta, a nosso ver, está no EBITDA ajustado (+116% a/a) e no resultado bruto sem fair value (+101% a/a), ambos ancorados na recuperação de produtividade (soja/milho), na disciplina comercial e no hedge bem calibrado. O pipeline de área, irrigação e eficiência sustenta ganhos de escala e resiliência nos próximos ciclos, enquanto a antecipação de insumos 25/26 reduz a convexidade do custo por hectare. Riscos permanecem (volatilidade de softs, basis e câmbio; execução de colheita do algodão; timing de realização de fair value), mas entendemos que a assimetria é favorável: ativos agrícolas de alta qualidade, ciclo de produtividade ascendente e toolbox de proteção mais denso do que em 23/24. Vemos espaço adicional de criação de valor via (i) incremento de produtividade/irrigação; (ii) maior throughput em soja e milho; e (iii) normalização do lucro contábil à medida que os efeitos de fair value se dissipem no ciclo 24/25.
Recomendação: Comprar
Preço-Alvo: R$ 20,50
✈️ Aviação
AZUL4 | Justiça dos EUA aprova acordo da Azul com AerCap no Chapter 11; economia esperada supera US$ 1 bi
O que aconteceu? A Azul obteve aprovação da Justiça dos EUA para seguir com seu plano de reestruturação financeira no âmbito do Chapter 11 (recuperação judicial americana), incluindo um acordo estratégico com a AerCap. A companhia estima que esse acordo gere mais de US$ 1 bilhão em economia, por meio da renegociação de contratos de leasing e rejeição de contratos menos vantajosos. A decisão judicial também libera o acesso imediato a US$ 250 milhões em financiamento DIP (debtor-in-possession), parte de um pacote maior de US$ 1,6 bilhão. A Azul pretende sair do processo de Chapter 11 no início de 2026 (Reuters e Genial).
Recomendação: Sem cobertura
🏥 Saúde
HAPV3 | Lucro ajustado da Hapvida despenca 70%, frustrando expectativas
O que aconteceu? A Hapvida reportou lucro líquido ajustado de R$ 148,9 milhões no 2T25, representando uma queda expressiva de -70% em relação ao mesmo período do ano anterior, e ficou abaixo das estimativas do mercado. A receita líquida somou R$ 7,67 bilhões, alta de 7,3% a/a, refletindo crescimento contínuo da base de beneficiários. O Ebitda ajustado caiu 5,5%, totalizando R$ 905,4 milhões, sinalizando pressões operacionais e possíveis desafios de sinistralidade ou eficiência na integração de operações após as fusões recentes (Genial).
Recomendação: Comprar
Preço-Alvo: R$ 7,50
🏥 Saúde
HAPV3 | Lucro ajustado da Hapvida despenca 70%, frustrando expectativas
O que aconteceu? A Hapvida reportou lucro líquido ajustado de R$ 148,9 milhões no 2T25, queda expressiva de -70% a/a e abaixo das estimativas do mercado. A receita líquida foi de R$ 7,67 bilhões (+7,3% a/a), impulsionada pelo crescimento da base de beneficiários. O Ebitda ajustado recuou 5,5%, para R$ 905,4 milhões, refletindo pressões operacionais e desafios de sinistralidade ou eficiência na integração após fusões recentes (Genial).
Recomendação: Comprar | Preço-alvo: R$ 7,50
🏦 Financeiro
INSS suspende contrato do Agibank após identificar violações graves
O que aconteceu? O INSS suspendeu o contrato com o Banco Agibank, responsável pelo pagamento de benefícios previdenciários, após identificar “graves violações contratuais”. O aplicativo do banco interceptava e redirecionava chamadas à Central 135, havia recusa em pedidos de portabilidade e retenção indevida de valores. Depósitos aos beneficiários continuam normalmente, mas casos de portabilidade negada devem ser reportados à Ouvidoria (Valor e Genial).
Recomendação: Sem cobertura
🏥 Saúde
MATD3 | Lucro ajustado do Mater Dei decepciona e fica abaixo das projeções
O que aconteceu? O Hospital Mater Dei registrou lucro líquido ajustado de R$ 27,1 milhões no 2T25, abaixo das projeções de mercado. A receita líquida somou R$ 545,8 milhões, enquanto o Ebitda ajustado foi de R$ 115,2 milhões, ambos aquém das expectativas (Genial).
Recomendação: Sem cobertura
🏭 Indústria
TUPY3 | Resultado pressionado por margens mais fracas e queda na receita
O que aconteceu? A Tupy apresentou Ebitda ajustado de R$ 209,8 milhões no 2T25 (-47% a/a), abaixo do esperado. A receita líquida caiu 6,3%, para R$ 2,63 bilhões, impactada por menores volumes ou piora no mix. O lucro líquido foi de R$ 23,9 milhões (+33% a/a), possivelmente beneficiado por efeitos não operacionais ou menor despesa financeira (Genial).
Recomendação: Sem cobertura
🛢️ Energia & Logística
UGPA3 | Resultado robusto com forte crescimento de lucro e Ebitda
O que aconteceu? A Ultrapar reportou lucro líquido de R$ 1,15 bilhão no 2T25, mais que o dobro dos R$ 491,2 milhões do ano anterior. A receita líquida subiu 5,4%, para R$ 34,09 bilhões, enquanto o Ebitda ajustado avançou 55%, atingindo R$ 2,07 bilhões (Genial).
Recomendação: Sem cobertura
🏗️ Incorporação
MDNE3 | Moura Dubeux cresce forte em lucro e receita
O que aconteceu? A Moura Dubeux registrou lucro líquido de R$ 120,3 milhões no 2T25 (+61% a/a). A receita líquida cresceu 70%, para R$ 664,9 milhões, e o Ebitda ajustado subiu 48%, para R$ 132,8 milhões (Genial).
Recomendação: Sem cobertura