Confira as principais notícias que irão movimentar o mercado de ações: Cemig (CMIG4), Dasa (DASA3), Oi (OIBR3), Boa Safra (SOJA3), Caixa Econômica Federal e C6 Bank.
Expresso Bolsa
O Ibovespa encerrou a sexta-feira em alta de +0,92%, alcançando os 98,8k. Apesar da alta da última sessão, o principal índice da bolsa brasileira perdeu -3,09% na semana. Os movimentos do período foram influenciados pela decisão do Copom de manter a taxa Selic em 13,75%, e pelo aumento na taxa básica de juros em 0,25 pp nos EUA.
No último pregão, os principais destaques de alta foram: BRF (BRFS3) +11,35%, Yduqs (YDUQ3) +10,38% e Hapvida (HAPV3) +8,69%. Já as maiores baixas foram: Cogna (COGN3) -8,83%, Locaweb (LWSA3) -8,02% e Assaí (ASAI3) -1,97%.
Novos relatórios
Fatos relevantes | RBRL11, XPPR11, HGLG11, RBHY11, SARE11, HAAA11, RELG11, GCFF11 e EXES11
Renda Fixa | Seguimos com compra no CRA de JBS
Cemig (CMIG4) | 4T22: Resultados dentro do esperado!
O que aconteceu no mercado?
DASA3
Oferta de ações a caminho
A Dasa confirmou que está em processo de levantar capital no montante de até R$ 3b. Os controladores (família Bueno, ex-donos da Amil), que detém ~86% da companhia, se comprometeram a aderir em apenas R$ 1b da oferta, além de uma garantia do BTG de entrar com R$ 500m. A oferta tem preço definido de R$ 8,50 (12% de prêmio vs. preço de tela) e dá direito a 1 call de 24 meses com strike a R$ 8,50 para cada 10 ações subscritas. A idéia da oferta é tentar levantar capital para diminuir o endividamento da Dasa, que fechou o 3T22 com dívida líquida de 3,8x o EBITDA, muito próxima ao covenant mínimo de 4,0x. O resultado do 4T22 será divulgado amanhã. (Dasa e Genial)
OIBR3 Comprar
Oi pede liberação de financiamento emergencial à Justiça
Oi diz à Justiça que precisa de financiamento emergencial para garantir a continuidade das operações no curto prazo, uma vez que entraves regulatórios impedem acesso ao dinheiro obtido com a venda de 8 mil torres fixas à Highline por R$1,08b. A Companhia argumenta falta de dinheiro em caixa, ameaçando as operações nos próximos dois meses, período que a Oi tem para entregar um plano de recuperação judicial para votação dos credores; o financiamento emergencial pede um empréstimo ponte, no valor de R$1,44b a serem pagos em 2024, com um juro de 23%. Portanto, daria um fôlego para manter suas operações até seu PRJ ser aprovado, ajudando a Oi no curto prazo, mas que não a abstém de um cenário financeiro desafiador para frente. (Telesíntese e Genial)
SOJA3
Resultado do 4T22 forte
A Boa Safra reportou hoje um bom resultado do 4T22, com um crescimento de receita de 71,1% na comparação a/a, atingindo R$ 690,1m, com uma margem EBITDA de 15,6%, reportando um EBITDA de R$ 202,4m. A empresa aumentou seu lucro em 241% a/a, apresentando um valor R$ 105,2m, com uma margem líquida de 9,9%. (Boa Safra e Genial)
LIGHT
Escritório BMA contratado
Nessa sexta feira, a empresa anunciou a contratação do escritório Barbosa, Mussnich e Aragão Advogados com o objetivo de pensar em alternativas para melhorar a sua estrutura de capital – ou seja, meios para reduzir o endividamento da companhia (Broadcast e Genial).
CXSE3
Reprecificação do crédito imobiliário
Diante do cenário de manutenção da Selic em patamares elevados, a Caixa sinalizou que deve aumentar as taxas de juros do crédito imobiliário nas linhas que utilizam os recursos da poupança. A Caixa é responsável por 2/3 do crédito imobiliário do país, o que demostra a sua importância na distribuição de crédito nessa modalidade. (Broadcast e Genial)
C6 BANK
Mais um ano de prejuízo
O C6 Bank reportou o resultado consolidado de 2022, atingindo um prejuízo de -R$ 2,2b vs –R$ 692,4m em 2021. As receitas de intermediações financeiras somaram R$ 3,7b (+224% a/a), puxadas pela tesouraria e operações de crédito. Em contrapartida, as despesas de intermediação financeira também foram elevadas, ficando em R$ 3,8b (+280% a/a), impulsionadas pelo forte aumento das provisões que atingiu R$ 1,6b em 2022 (4x mais que o volume de 2021) e maior custo de captação no mercado (+277% a/a). (C6, Broadcast e Genial)
SAÚDE
Junior quer comprar a Amil
O antigo dono da Qualicorp e amigo pessoal de Lula, José Seripieri Filho, iniciou conversas com a United Health Group (UHG) para comprar o braço de saúde do grupo no Brasil, a Amil. O movimento vem uma semana após o empresário vender a carteira de beneficiários de sua nova operadora de saúde, a Q Saúde, para a Healthtech Alice. A UHG tem tentado se livrar da sua vertente de saúde brasileira nos últimos anos, com a Amil apresentando prejuízos bilionários nos últimos anos, e fechando o ano de 2022 com R$ 2,6b de prejuízo. (O Globo e Genial)
AUTO
Volkswagen e GM iniciam férias coletivas
As montadoras Volkswagen e GM iniciam nessa segunda-feira (27/03) seus períodos de férias coletivas. A paralisação se dá principalmente pelo enfraquecimento do mercado de automóveis, devido às elevadas taxas de juros e financiamentos. No caso da montadora alemã, as férias serão concedidas a cerca de 2k funcionários, enquanto na americana, esse número de aproxima de 3k. Em média, o período de férias concedido será de 10 dias, podendo chegar a 15 e, ainda assim, após esse período, alguns colaboradores só retornarão ao trabalho após o feriado de Tiradentes (21/04). (G1 e Genial)
SAÚDE
Unimed Rio tem mais planos cancelados este trimestre
A ANS proibiu a comercialização de 32 planos de saúde no Brasil, deste total, 12 são administrados pela Unimed Rio, que vem passando por problemas financeiros recentemente. O bloqueio é feito baseado no número de reclamações. Em contrapartida, 7 planos de saúde tiveram sua comercialização liberada, dos quais 6 da Unimed Rio. (ANS e Genial)
De olho na economia
A sinalização dos bancos centrais
Nas últimas semanas, os principais bancos centrais (BCs) do mundo divulgaram suas decisões de política monetária, após a eclosão de uma possível crise financeira global iniciada pela falência do Silicon Valley Bank (SVB). Nesse cenário, a expectativa de desaceleração da atividade global em 2023 foi intensificada, tornando improvável o cenário de “soft-landing”. Dessa forma, o mercado passou a precificar um possível fim do ciclo de alta de juros global, avaliando que os BCs não combateriam a inflação a todo custo.
O primeiro golpe foi dado pelo Banco Central Europeu (BCE), que manteve o plano de voo aumentando a taxa de juros em 50 bps, apesar da crise enfrentada pelo Credit Suisse que culminou na sua fusão com o UBS. Segundo a presidente do BCE, Christine Lagarde, ainda há um caminho a ser percorrido para assegurar a estabilidade de preços no velho continente. Diante disso, foi reafirmado que o BCE não recuará no compromisso de combater a inflação. Essa decisão causou controvérsia, visto que houve divergência no voto de alguns membros do Comitê que se mostraram mais preocupados com os efeitos da crise de crédito sobre a economia.
Na semana seguinte, o Fed optou por seguir os passos dados pelo BCE europeu, de modo que, manteve o atual ritmo de aperto monetário ao elevar a taxa básica de juros americano em 25 bps. Na nossa avaliação, o movimento teve como intuito impedir o surgimento de quaisquer dúvidas em relação ao processo de convergência da inflação. Entretanto, o comunicado teve uma pitada mais dovish no trecho em que o Comitê deixou de se comprometer com novas altas de juros e passou a indicar apenas que alguma política de aperto monetário seria apropriada nas próximas reuniões, sinalizando uma maior cautela diante dos desenvolvimentos no sistema bancário americano.
Por fim, o Banco Central brasileiro (BCB), através do comunicado da última quarta-feira, adotou um tom mais hawkish do que o esperado pelo mercado, ao manter a taxa de juros inalterada em 13,75% a.a. e sinalizar que cortes na taxa de juros não estão no radar. Nossa avaliação é que o risco fiscal combinado à desancoragem das expectativas de inflação para os horizontes relevantes de política monetária supera o risco de uma desaceleração da economia mais abrupta decorrente dos efeitos da crise financeira global e do “evento Americanas”. No atual contexto de duras críticas por parte do presidente Lula e de membros do governo à condução da política monetária, sobretudo a uma “taxa de juros inexplicavelmente elevada”, a manutenção da Selic em 13,75% possui um efeito sinalizador tão forte quanto as altas anunciadas pelo Fed e pelo BCE.
Renda Fixa
Os juros locais fecharam em queda na sexta, acompanhando o fechamento das taxas das treasuries, diante da cautela com o sistema bancário global (agora com o Deutsche Bank), que elevou a busca por proteção.
Com essa queda, o mercado passou a indicar que a chance de o Copom derrubar a Selic na próxima reunião, que havia sido eliminada pelo comunicado duro, voltou a aparecer, com 20% de chance. O risco é de que a bola de neve dos bancos custe uma recessão global.
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