
Fique por dentro das principais informações do mercado financeiro nesta quinta-feira, 08 de maio.
Na edição de hoje
O Copom entregou o que o mercado esperava: Selic a 14,75% e um discurso duro, travando as apostas para cortes no curto prazo.
Enquanto isso, a safra de resultados continua agitada: Bradesco reforçou a narrativa de reestruturação apesar do lucro pressionado; Taesa apresentou dividendos robustos com margens resilientes; e Vivo surpreendeu positivamente com crescimento em fibra e alta de rentabilidade.
No radar global, o Google perdeu US$ 150 bi em valor de mercado após sinal verde da Apple para novos buscadores no Safari. E a pergunta que não quer calar: onde estão as oportunidades em meio a um cenário cada vez mais desafiador?
Expresso Brasil e Mundo
Ibovespa: Encerrou o pregão praticamente estável, com leve recuo de 0,09%, aos 133.397 pontos. O índice acompanhou a melhora dos mercados em Nova York, que reagiram positivamente à decisão do Federal Reserve de manter as taxas de juros inalteradas e aos comentários do presidente Jerome Powell, que indicaram cautela quanto a futuros cortes. No Brasil, a cautela predominou ao longo do dia à espera da decisão do Copom, divulgada após o fechamento do mercado. O Banco Central elevou a Selic em 0,50 ponto percentual, para 14,75% ao ano, conforme esperado. A decisão reforçou o tom contracionista da política monetária diante da persistência da inflação e impacta diretamente as expectativas para o desempenho da bolsa nos próximos meses.
Juros futuros: Encerraram o dia sem direção única, refletindo a expectativa em torno das decisões de política monetária no Brasil e nos EUA. Os vértices curtos da curva apresentaram leve alta, enquanto os longos recuaram, acompanhando o movimento dos Treasuries americanos. Após o fechamento do mercado, o Copom anunciou a elevação da taxa Selic de 14,25% para 14,75% ao ano, em linha com o consenso. O comitê justificou a decisão com base na resiliência da inflação e reforçou que a política monetária seguirá significativamente contracionista por um período prolongado, o que tende a manter os juros elevados e pressionar os prêmios de risco na curva curta.
Mundo: Bolsas globais avançam após Trump afirmar que anunciará um “acordo comercial importante” nesta quinta-feira. A expectativa é de que o acordo envolva o Reino Unido. A turbulência nos mercados diminuiu desde o início de abril, impulsionada pelas concessões tarifárias de Trump e por dados econômicos positivos nos EUA.
Minério de ferro: O cobre recua, e o minério de ferro reduz os ganhos com investidores realizando lucros após o estímulo monetário esperado em Pequim.
Petróleo: O petróleo também avança com menor tensão no front comercial.
Em Destaque
RD Saúde (RADL3) | Resultado 1T25: Receita abaixo da posologia
Prio (PRIO3) | Resultado 1T25: Está quase lá!
TIMS3 | Resultado sólido, com expansão de margem e forte geração de caixa
Novos Conteúdos
Bradesco (BBDC4) | Resultado 1T25: Entregando Mais do que o Prometido? Rentabilidade Já Supera o Guidance
Em meio à sua trajetória de recuperação de rentabilidade e ao processo de reestruturação em curso, o Bradesco encerrou o 1T25 com lucro líquido recorrente de R$ 5,86 bilhões, representando um crescimento de +8,6% t/t e +39,3% a/a — 9% acima do consenso de mercado e 8% acima das nossas estimativas.
TAESA (TAEE11) | Resultado 1T25: IGPM deve dar aquela forcinha!
A empresa reportou números razoavelmente em linha com o consenso e nossas estimativas.
Minerva (BEEF3) | Resultado do 1T25: Revisão para cima, mas sem euforia
A companhia apresentou um EBITDA de R$963m (+1,6% vs. Genial Est.), subindo +5,8% t/t e +53,0% a/a, atingindo uma margem de 8,6% (+0,2p.p. vs. Genial Est.), representando uma alta de +0,1p.p. t/t e queda de -0,2p.p. a/a.
Klabin (KLBN11) | Resultado 1T25: A ordem dos fatores não altera o produto
O COGS/t de celulose atingiu R$1.268/t (+0,8% vs. Est.). Volumes decepcionaram em caixas de papel ondulado e em celulose BHKP. Preços foram melhores em sacos industriais, Kraftliner e caixas de papel ondulado.
⚡ Engie (EGIE3) | Resultado 1T25: Um Capítulo Sem Inspiração!
⚡ Auren (AURE3) | Resultados 1T25: Reorganizando a Nova Casa!
🏥 Rede D’Or (RDOR3) | Resultado 1T25: Crescimento sólido e continuidade da recuperação
📡 Vivo (VIVT3) | Pós-pago resiliente, fixo segue forte e margem estável
🚚 Movida (MOVI3) | Resultado 1T25: disciplina!
💻 Mercado Livre (MELI34) | Resultado 1T25: Forte crescimento e execução consistente
🏦 B3 (B3SA3) | Prévia 1T25: Pressão no Lucro, mas 2025 Traz Vetores de Reaceleração
🎯 Indústria (Mar/25): Desempenho corrobora expectativa de crescimento do PIB de 1,5% no 1T25
🎯 Decisão da taxa de juros (Copom): Banco Central eleva a taxa Selic para 14,75% a.a.
Economia
Por José Marcio Camargo
Bancos Centrais do Brasil e dos EUA entregam o prometido
Nesta quarta-feira (07/05), tivemos as tão esperadas reuniões dos comitês de política monetária do Brasil (Copom) e dos EUA (FOMC), responsáveis por definir as taxas básicas de juros de ambas as economias.
De olho nas Ações
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As principais notícias do dia 08/05/25
👕 Vestuário
CEAB3 | Forte alta no operacional, mas lucro ainda pressionado
O que aconteceu? A C&A apresentou um 1T25 sólido em receita e rentabilidade operacional, mesmo com impacto de efeitos não recorrentes no lucro líquido. A receita líquida consolidada cresceu 10,9% a/a, atingindo R$ 1,6 bilhão, puxada pelo avanço de 15,5% a/a em vestuário (R$ 1,36 bi) e incremento de 13,4% a/a na receita líquida de mercadorias (R$ 1,5 bi). O lucro bruto consolidado aumentou 13,2% a/a, totalizando R$ 872 milhões, com margem bruta de 54,1% (+1,1 p.p. a/a), beneficiada pela expansão da margem de mercadorias (+1,9 p.p.) e leve alta em vestuário (+0,6 p.p.). No operacional, o EBITDA ajustado (pós-IFRS 16) saltou 35,4% a/a, somando R$ 244,5 milhões, com margem EBITDA ajustada de 15,2% (+2,7 p.p. a/a). Na leitura pré-IFRS 16, o EBITDA ajustado cresceu 94,8% a/a, totalizando R$ 124,1 milhões, reforçando a boa diluição de despesas operacionais e ganhos em eficiência. Por outro lado, o lucro líquido reportado foi de R$ 4,1 milhões, uma queda expressiva de -94,3% a/a, impactado pelo menor reconhecimento de créditos fiscais e efeitos não recorrentes. O lucro líquido ajustado, porém, foi positivo em R$ 2,5 milhões, revertendo o prejuízo ajustado de R$ 61,4 milhões no 1T24. (C&A e Genial)
🌾 Agrícolas
AGRO3 | Resultado 3T25AF aquém do esperado
O que aconteceu? A BrasilAgro reportou seu resultado 3T25AF no dia 7 de maio, após fechamento de mercado. A Receita Líquida atingiu R$225m, queda de (-44,1% vs. Genial Est.) e salto de +69,2% t/t. Esse forte avanço t/t refletiu a sazonalidade da colheita, com volumes +27% t/t, e preços de ativos biológicos ligeiramente acima do previsto, ao passo que parte das receitas projetadas de venda de fazendas e de valor justo residual ficou para reconhecimento em trimestres futuros. O EBITDA atingiu R$43m (-58,1%, vs. Genial Est.), mas cresceu expressivos +19x t/t. Esse desempenho decorreu de hedge cambial eficaz, maior diluição de custos fixos pela elevação de volumes e reconhecimento inicial de ganhos de valor justo de ativos biológicos. Ainda assim, custos de insumos e frete mais elevados comprimiram a margem vs. consenso. A companhia registou Prejuízo de -R$1,1m (vs. lucro de +R$116m Genial Est.) e representando piora de -96% t/t. Em síntese, acreditamos que a companhia apresentou recuperação operacional recorrente contundente t/t, com EBITDA crescendo de forma expressiva – mesmo que o EBITDA Ajustado tenha registrado prejuízo de -R$5m justificado pela exclusão da movimentação de ativos biológicos de R$55m. Contudo, o reconhecimento contábil de valor justo de ativos biológicos e de receitas de venda de ativos permanece distribuído ao longo de vários trimestres, gerando descolamento em relação às nossas estimativas e sugerindo potencial de upside em períodos subsequentes, caso essas premissas se materializem (Brasil Agro e Genial).
👕 Vestuário
GUAR3 | Margem recorde e EBITDA histórico, lucro ainda negativo mas em forte recuperação
O que aconteceu? A Guararapes iniciou 2025 com resultados operacionais consistentes, reafirmando a força da Riachuelo e das verticais do grupo. A receita líquida consolidada cresceu 10,6% a/a, para R$ 2,2 bilhões, impulsionada pelo avanço de 11,7% a/a nas vendas de mercadorias (R$ 1,56 bilhão), com SSS de 10,7% (vestuário +12,8% a/a). O lucro bruto consolidado avançou 14,4% a/a, atingindo R$ 1,34 bilhão, enquanto a margem bruta consolidada subiu +2,0 p.p., para 60,6%, puxada principalmente pela alta de 2,5 p.p. na margem de mercadorias (50,5%) – melhor nível em 7 anos. No operacional, o EBITDA ajustado consolidado bateu recorde histórico para um 1º trimestre: R$ 258,4 milhões (+22% a/a), com margem EBITDA ajustada de 11,7% (+1,1 p.p. a/a). A operação de mercadorias entregou um EBITDA ajustado de R$ 108,9 milhões (+27,5% a/a), com a maior margem EBITDA dos últimos 9 anos: 7,0% (+0,9 p.p.). Já os Serviços Financeiros continuaram sólidos, com EBITDA de R$ 125,8 milhões (+20,3% a/a). O lucro líquido ainda veio negativo em R$ 26,7 milhões, mas representou uma expressiva redução de 77,2% a/a no prejuízo, refletindo melhor desempenho operacional e menores despesas financeiras (queda de -84,6%). (Guararapes e Genial)
💻 Tecnologia
GOOGL (GOGL34) | Google perde US$ 150 bi em valor de mercado após ameaça da Apple
O que aconteceu? As ações da Alphabet caíram cerca de 9% após a Apple sinalizar que pretende integrar mecanismos de busca por IA no Safari, incluindo possíveis parcerias com OpenAI, Perplexity e Anthropic. A mudança pode romper o acordo pelo qual o Google paga US$ 20 bi/ano para ser o buscador padrão no iOS. A reação do mercado reflete o temor de perda de tráfego e receita publicitária. (O Globo e Genial)
🧰 Autopeças
FRAS3 | Fras-le tem crescimento robusto de receita e EBITDA, mas lucro recua no 1T25
O que aconteceu? A Fras-le reportou receita líquida de R$ 1,33 bi no 1T25 (+58,3% a/a), em linha com as expectativas, e EBITDA de R$ 261 mi (+69,4% a/a), levemente acima do consenso (R$ 257 mi). Já o lucro líquido foi de R$ 70 mi, queda de -35,9% a/a e abaixo da estimativa de R$ 80 mi do mercado.
Opinião Genial: O crescimento expressivo de receita e EBITDA reflete o impacto da consolidação da Kuo Refracciones e uma base de comparação fraca em 2024, afetada pela mudança de ERP. Apesar disso, o recuo do lucro líquido liga o alerta, especialmente com o aumento das despesas operacionais.