
Fique por dentro das principais informações do mercado financeiro nesta sexta-feira, 1 de agosto.
Na edição de hoje
Depois de semanas de pressão, a moeda americana finalmente perdeu fôlego — mas o movimento mais parece um tropeço tático do que uma rendição definitiva.
Lá fora, o Fed manteve os juros inalterados, como esperado. Mas foi Jerome Powell quem jogou gasolina no alívio: evitou qualquer sinal concreto sobre setembro e reforçou que o comitê ainda vai observar dois pacotes completos de dados até lá. O mercado, sempre ávido por sinais, leu isso como chance real de corte — e reagiu com alívio nos ativos de risco. Resultado: o dólar cedeu.
Enquanto isso, Trump bateu o martelo sobre o tarifaço de 50% sobre produtos brasileiros. A medida vem carregada de exceções — setores como energia, parte do agro e aviação civil escaparam. Haddad prometeu lançar nos próximos dias um plano de contingência e tentar renegociar termos com os EUA. Mas o recado foi dado: o protecionismo americano voltou ao centro do palco.
O mercado amanhece dividido entre as big techs e a novela Usiminas. Apple e Amazon entregaram resultados fortes, enquanto Meta e Microsoft surpreenderam com lucros turbinados por IA — e um Capex bilionário que assusta até os investidores mais otimistas.
Expresso Brasil e Mundo
Ibovespa: O Ibovespa encerrou esta sexta-feira com queda de 0,69%, aos 133.071 pontos, acumulando recuo de 4,17% em julho, no pior desempenho mensal desde dezembro de 2024. A pressão sobre o índice veio tanto do cenário externo quanto doméstico: no Brasil, os juros futuros subiram em bloco após o Copom manter a Selic inalterada e sinalizar um ciclo de cortes mais adiante, com parte do mercado já precificando a primeira redução em dezembro. A tensão permanece elevada diante dos efeitos das tarifas impostas pelos EUA, com analistas estimando impacto de até 0,3 ponto percentual no PIB, apesar das exclusões cobrirem cerca de 42% das exportações para o país. A cautela se manteve também diante do enfraquecimento da atividade industrial chinesa e da percepção de que o Federal Reserve deve adiar os cortes de juros para o fim do ano, mesmo após a divulgação do PCE dentro do esperado.
Juros futuros: Fecharam em forte alta com resultado fiscal pior que o esperado e pesquisa mostrando aumento da aprovação de Lula. O DI com vencimento em janeiro/2026 fechou em alta de 1 ponto-base a 14,92%. Já os DIs com vencimentos em janeiro/2027 e janeiro/2029 fecharam ambos em alta de 14 pontos-base.
Mundo: Bolsas globais estendem liquidação com receio de impacto econômico das tarifas americanas. Presidente dos EUA anunciou uma série de novos impostos, incluindo um mínimo global de 10% e taxas de 15% ou mais para países com superávits comerciais com os EUA.
Minério de ferro: Minério de ferro tem leve alta nesta manhã, mas caminha para queda semanal, ainda refletindo os dados de atividade fracos na China.
Petróleo: Petróleo ruma para alta na semana com foco dos operadores nas pressões dos EUA sobre a Rússia.
Em Destaque
Bradesco (BBDC4) | Resultado 2T25: Receita Avança e Evento Não-Recorrente Reforça Provisões
Carteira Recomendada de FIIs – Agosto 2025
Ecorodovias (ECOR3) | Resultado 2T25: Esperado, mas ainda assim bem-vindo
Novos Conteúdos
Vale (VALE3) | Resultado 2T25: Fazendo o dever de casa
Embarques de 67,7Mt (+19% t/t; -2% a/a) favorecidos por sazonalidade seca, mas preço realizado caiu -6% t/t com mercado pressionado, já o C1/t recuou para US$22,2/t (-11% a/a), 4º queda consecutiva e vindo melhor que a nossa expectativa e do consenso, sustentando EBITDA de US$3,4b (+2% vs. Est.), houve anúncio de dividendos (JCP) de R$1,89/ação (yield de 7% vs. 8% Est.).
Gerdau (GGBR4) | Resultado 2T25: Brasil surpreende, mas EUA mantém protagonismo
EBITDA consolidado de R$2,6b (+6,6% t/t; +1,4% vs. Est.), com EUA respondendo por 64% do total, o Brasil surpreendeu com preço de R$5.396/t (+3% t/t), superando nossas expectativas (+4% vs. Est.), enquanto custos em Ouro Branco seguem pressionados, elevando o COGS/t (+7% t/t; +5% vs. Est.), a América do Norte manteve volumes firmes, preço um pouco aquém, mas ainda acelerando (+2% t/t) com COGS em queda.
CSN (CSNA3) & CMIN (CMIN3) | Resultado 2T25: Nem tão diferente assim…
CMIN teve embarques recordes de 11,8Mt (+23% t/t), com custo C1/t em US$20,8/t abaixo das nossas expectativas (-0,7% vs. Est), com maior diluição de gastos fixos, e EBITDA de R$1,3b, mesmo com preço do minério pressionado, a CSN entregou EBITDA de R$2,6b (+5% t/t), apoiado em mineração e ferrovias, enquanto aço e cimentos seguiram pressionados, e com COGS/t de R$4.804 (-3% t/t) ficando abaixo das nossas expectativas e com alavancagem de 3,24x.
GPA (PCAR3) | Prévia 2T25: Abril pode salvar o trimestre, colocando o GPA na dianteira
Esperamos que o GPA outperforme os pares em termos operacionais, mostrando resiliência de margem frente a uma base comparativa já forte, contudo, o lucro ainda deve seguir pressionado pela alavancagem financeira e alto custo da dívida.
🎯 PNAD (Jun/25): Mercado de trabalho segue resiliente mesmo diante de cenário mais adverso
Economia
Por José Marcio Camargo
…
De olho nas Ações
…
As principais notícias do dia 01/08/25
🖥️ Tecnologia
AAPL34 | Apple supera expectativas com forte desempenho em iPhones e serviços
O que aconteceu? A Apple reportou lucro líquido de US$ 23,43 bilhões no 3º trimestre fiscal, alta de cerca de 9% a/a. A EPS de US$ 1,57 superou estimativas de US$ 1,43. A receita totalizou US$ 94,04 bilhões, crescimento de 10% e acima das expectativas. As vendas de iPhone cresceram aproximadamente 13%, atingindo cerca de US$ 44,6 bilhões, impulsionadas pelo sucesso do iPhone 16 e upgrades de dispositivos. As linhas de serviços e Mac também bateram recordes.(Apple, Bloomberg, Genial)
📦 Serviços de Tecnologia & Varejo
AMZO34 | Amazon reporta EPS acima das estimativas, mas alerta em guidance pesa no after-market
O que aconteceu? A Amazon divulgou lucro por ação de US$ 1,68 no 2T25, superando estimativas que previam US$ 1,33. A receita aumentou 13% a/a, chegando a US$ 167,7 bilhões, com AWS crescendo ~17,5% (US$ 30,9 bi). Para o 3º trimestre fiscal, a empresa projeta receitas entre US$ 174 bi e US$ 179,5 bi, acima das estimativas médias de US$ 173,1 bi. (Amazon, Bloomberg, Genial)
🪙 Cripto & Tecnologia | 2T25
C2OI34 | Coinbase decepciona com receitas abaixo do esperado e queda no volume de negociação
O que aconteceu? A Coinbase reportou receita total de US$ 1,50 bilhão no 2T25, abaixo da estimativa de US$ 1,59 bilhão. A receita com transações foi de US$ 764,3 milhões (vs. estimativa de US$ 810 milhões) e a receita com assinaturas e serviços somou US$ 655,8 milhões (vs. expectativa de US$ 715,2 milhões). Ovolume total de negociação alcançou US$ 237 bilhões, também abaixo dos US$ 252,76 bilhões projetados. (Bloomberg, Genial)
💻 Tecnologia
META e MSFT | Resultados surpreendem mercado e Capex em IA explode
O que aconteceu? As ações da Meta subiram 12% e da Microsoft 5% após divulgarem resultados trimestrais robustos, impulsionadas por receitas acima das projeções e forte investimento em inteligência artificial. A Meta reportou receita de US$ 47,52 bi e lucro de US$ 18,3 bi no trimestre, com gastos de capital (Capex) em IA subindo a US$ 17 bi — a empresa projeta gasto total de até US$ 105 bi em 2026. A Microsoft alcançou US$ 76,4 bi em receita, com lucro líquido de US$ 27,2 bi e crescimento de 39% nas vendas do Azure (nuvem + IA), enquanto seu Capex deve chegar a US$ 120 bi entre 2025 e 2026. Ambas as companhias identificam que a IA está otimizando eficiência operacional e gerando receita incremental via publicidade e nuvem. (Brazil Journal, Reuters e Genial)
⛽ Óleo & Gás
PETR4 | IBP sinaliza riscos da dependência brasileira do diesel russo
O que aconteceu? O Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP), que representa empresas como Petrobras, Chevron e Shell, alertou sobre os riscos que o Brasil enfrenta ao depender majoritariamente de diesel russo. A importação cresceu cerca de 229,7% no 2º trimestre de 2025 — saltando de 37 mil para 122 mil barris por dia — enquanto as vendas internas da Petrobras recuaram 1,8%, de 734 mil para 721 mil barris/dia. O IBP manifestou preocupação com a concentração maior que 60% das importações vindas da Rússia e com a ameaça de sanções secundárias dos EUA que podem aplicar tarifas de até 100% a países que comercializam produtos russos. Além disso, especialistas destacam que o Brasil terá dificuldade de substituir esse insumo rapidamente pela oferta limitada global e custos logísticos mais altos.
Opinião Genial: Para investidores, essa estrutura concentra risco de suprimento. A exposição excessiva à Rússia reduz a capacidade de negociação e abre vulnerabilidades geopolíticas. Se sanções secundárias forem efetivadas, a Petrobras poderá enfrentar restrições contratuais e alta abrupta nos preços de substituição – com claro impacto nas margens de refino.
Recomendação: Manter
Preço-alvo: R$ 48,00
🚌 Indústria
POMO4 | Resultados positivos puxados por exportações e melhora no mix
O que aconteceu? A Marcopolo entregou um resultado forte no 2T25, com receita de R$ 2,3 bilhões (+18% a/a), refletindo principalmente o bom desempenho das exportações e do mercado internacional, que cresceu 50% a/a. A margem EBITDA subiu para 17,3%, com melhora de mix — os veículos pesados representaram 55% do volume total, ante 28% no 1T — contribuindo para a expansão de rentabilidade mesmo com o volume total estável no trimestre. O lucro líquido foi de R$ 321 milhões (+28% a/a), impulsionado por um ganho cambial de R$ 79 milhões, revertendo a perda do mesmo período do ano passado.
Opinião Genial: Vemos o trimestre como positivo, com as principais linhas superando o consenso. O resultado reforça o momento saudável da companhia, sustentado por maior exposição a mercados internacionais, melhora estrutural de rentabilidade e desempenho superior ao da indústria no Brasil. Apesar de o mercado doméstico ainda mostrar sinais de fragilidade, a companhia vem se beneficiando de um ciclo positivo no exterior e de uma alocação mais eficiente de produção.
🏡 Imobiliário
TEND3 | Pagamento de dividendos
O que aconteceu? A Tenda anunciou o pagamento de R$ 50m (R$ 0,408/ação) em dividendos intercalares. Estão habilitados a receber os dividendos todos que detiverem ações da companhia no dia 7/agosto. (Tenda e Genial)
🔫 Indústria
TASA3 / TASA4 | Taurus cancela projeto de joint venture na Arábia Saudita
O que aconteceu?
A Taurus anunciou o encerramento das negociações com a Scopa Military Industries para formação de uma joint venture na Arábia Saudita. A decisão veio após os estudos de viabilidade não confirmarem o compromisso mínimo de compra por parte do governo saudita — uma condição considerada essencial para a viabilidade econômica do projeto no mercado do Conselho de Cooperação do Golfo (GCC).