Fique por dentro das principais informações do mercado financeiro nesta quinta-feira, 31 de outubro.
Expresso Brasil e Mundo
Ibovespa: Encerrou o pregão de quarta-feira (30) em leve queda de 0,07%, enquanto investidores aguardam mais detalhes sobre o pacote fiscal. O ministro da Fazenda reiterou o compromisso com as regras do arcabouço fiscal e afirmou que o governo planeja apresentar uma PEC como parte do plano de cortes, sem detalhar possíveis medidas. O índice ficou praticamente estável entre perdas da WEG e avanços dos papéis de bancos, com Bradesco e Banco do Brasil sendo as principais contribuições positivas em volume.
Juros futuros: Encerraram o pregão da quarta-feira (30) em queda, mais intensamente nos vértices de longo prazo, devido a sinalizações positivas do governo sobre a política fiscal. O DI Jan/26 oscilou de 12,76% para 12,73% e o DI Jan/31 foi de 12,89% para 12,82%.
Mundo: Bolsas europeias e futuros de Nova York estendem quedas após guidance decepcionante da Microsoft para computação em nuvem e alerta da Meta sobre piora nas perdas com inteligência artificial.
Minério de ferro: Minério de ferro registra leve alta após o PMI industrial da China marcar a primeira leitura expansionista desde abril.
Petróleo: Petróleo avança moderadamente com a queda dos estoques americanos, enquanto investidores monitoram o conflito no Oriente Médio.
Em Destaque
Crédito (set/24): Saldo das concessões avança 1,2% na comparação mensal
IGP-M (out/24): Câmbio reverte trajetória de queda de preços nas commodities
Carteira Alocação Solidez | Outubro 2024
Economia
Por José Marcio Camargo
PIB dos EUA do 3º trimestre apresenta crescimento robusto de 2,8%
A primeira prévia do PIB dos Estados Unidos do 3º trimestre de 2024 mostrou um crescimento anualizado de 2,8% t/t, levemente abaixo das exceptivas de 3,0% t/t. Essa alta ficou bem acima do crescimento potencial estimado para a economia norte americana, de 1,8% t/t. O crescimento do consumo das famílias foi o principal responsável por impulsionar a atividade econômica, ao acelerar de 2,8% t/t para 3,7% t/t no período.
De olho nas ações
Bradesco (BBDC4) | Resultado 3T24: Um pouco acima do consenso
Nossa primeira leitura dos resultados do 3T24 do Bradesco, divulgados esta manhã, é positiva. O desempenho reforça as transformações que a gestão tem implementado para elevar a rentabilidade do banco. O lucro líquido atingiu R$ 5,2b (+10,8% t/t e +13,1% a/a), em linha com nossas expectativas e 3% acima do consenso. O ROE expandiu novamente (+1,2pp t/t e +1,4pp a/a), alcançando 12,9%. Em relação ao plano de transformação, o banco segue diminuindo agências, totalizando 2.355 (-6,1% t/t e –14,4% a/a). Neste trimestre, observamos um desempenho modesto na receita líquida de juros (NII), que cresceu 2,7% t/t e 0,9% a/a, alinhado à estratégia de crescimento em linhas de crédito de menor risco e spread. Nesse cenário, as despesas com provisões para crédito (PDD) foram bem controladas, com uma queda de -2,2% t/t e -22,4% a/a, o que levou a margem financeira líquida de PDD a crescer 6,8% t/t e 28,0% a/a. A inadimplência segue em tendência de queda, refletindo um melhor controle de qualidade. No lado menos favorável, as despesas administrativas registraram um crescimento elevado, de 4,0% t/t e 12,1% a/a, impulsionado pelo maior volume de contratações e pela incorporação da Cielo. Mesmo desconsiderando a incorporação, as despesas ainda apresentariam crescimento significativo. O lucro antes do imposto, de R$ 6,7 bilhões, superou nossas expectativas em 8,3%, com crescimento de 15% t/t e 29% a/a.
Novos Conteúdos
Gerdau (GGBR4) | Prévia 3T24: Recuperação à vista!
Acreditamos que a ON Brasil será o principal destaque positivo neste trimestre, apoiada por aumento nos embarques (+6,2% t/t), e uma leve recuperação nos preços realizados (+0,6% t/t). Já a ON América do Norte e a divisão de Aços Especiais seguem pressionadas por uma demanda mais fraca e menor realização de preços, principalmente nos EUA, onde o cenário macroeconômico apresentou sinais de contração, diante das taxas de juros em patamares altos vigentes no 3T24. Projetamos um EBITDA de R$2,8b Genial Est. (+11,5% t/t; -11,6% a/a) refletindo uma expansão sequencial de margem. Estamos confiantes em uma melhora gradual da rentabilidade.
Klabin (KLN11) | Projeto Plateau: Positivo, mas tem riscos escondidos
O projeto visa a criação de 4 SPEs controladas pela Klabin e com participação de uma TIMO (fundo de investimento focado em ativos florestais). A Klabin irá transferir as terras para as SPEs, e celebrará um contrato com a TIMO para a compra de madeira extraída desses terrenos. Nossa percepção inicial é positiva, acelerando o processo de desalavancagem a partir de 2025. Além disso, a Klabin mudou a política de dividendos, gerando um yield menor para os próximos anos. A companhia receberia uma injeção da TIMO de R$1,8b + R$900m potenciais. Em troca, a TIMO faria parte do capital social da Klabin e teria direto a receber os dividendos, além de vender a madeira. Como contraponto, diante de um dividendo menor, a TIMO poderia exercer pressão no preço da madeira, oferecendo um risco para a Klabin.
WEG (WEGE3) | Resultados 3T24: Ligeiramente abaixo do esperado – Expectativas eram altas
A receita líquida de R$ 9,857b (+22,1% a/a) e EBITDA de R$ 2,225b (+27,9% a/a) vieram em linha com o esperado, apesar de margens EBITDA e operacionais pressionadas pela integração da Regal e maiores custos com frete. Nesse trimestre, o destaque foi o mercado externo, enquanto o doméstico apresentou queda de 6% t/t, impactado por demanda fraca em solar. Reiteramos COMPRA para WEG, com preço-alvo de R$ 58,00 ao final de 2025.
IRB Re (IRBR3) | Prévia 3T24: Normalização das comissões deve impulsionar o lucro
Os resultados parciais do IRB reportado pela Susep apontam uma continua melhora no lucro do IRB. Os meses de julho e agosto mostram um lucro de R$ 62,6 milhões. Sendo assim, com mais confiabilidade, estimamos um lucro líquido de R$ 104,9 milhões para o 3T24, representando uma recuperação significativa da companhia, com um ROE de 9,7%, evidenciando uma melhora de 3,6pp t/t e 5,2pp a/a. Esperamos menores impactos dos sinistros relacionados à evento climático no Rio Grande do Sul, que acreditamos terem sido provisionadas em grande parte no 2T24. Estimamos que o lucro seja beneficiado principalmente pela forte redução nas despesas com comissionamento, anteriormente impactadas por contratos de seguro de vida que antecipavam esses pagamentos. Do lado menos favorável, o crescimento de prêmios deve ser limitado pelo término desses contratos de vida.
Isa CTEEP (TRPL4) | Resultado 3T24: SEFAZ como grande gatilho!
Empresa reportou seus resultados ligeiramente acima do consenso devido a um bom controle de custos. Empresa incrementou margens e apresentou boa evolução na rentabilidade. Aumento do endividamento é derivado dos maiores investimentos devido ao grande pipeline de projetos que a empresa vai colocar de pé ao longo dos próximos anos.
Auren (AURE3) | Resultado 3T24: Seja bem vinda, nova Auren!
Empresa reporta seu último resultado antes da incorporação da AES Brasil. Empresa apresentou resultados sólidos baseados principalmente no segmento de comercialização.
As principais notícias do dia 31/10/24
🍗 BRF (BRFS3)
BRF adquire participação estratégica na Addoha Poultry na Arábia Saudita
O que aconteceu? A BRF, por meio da BRF Arabia, joint venture com 70% de participação da BRF e 30% da Halal Products Development Company (HPDC), subsidiária do Public Investment Fund (PIF) da Arábia Saudita, firmou um contrato vinculante para adquirir 26% da Addoha Poultry Company, empresa saudita de abate de frangos. A transação está avaliada em SAR316,2m (US$84,3m), dos quais SAR216,2m (US$57,6m) serão injetados na Addoha. O acordo também prevê participação ativa da BRF na gestão da Addoha, aproveitando seu know-how para maximizar sinergias (BRF e Genial).
Opinião Genial: A aquisição reforça a posição da BRF no Oriente Médio, especialmente em um mercado estratégico como a Arábia Saudita, alinhando-se à agenda de segurança alimentar do país. A injeção de capital inicial terá impacto moderado, enquanto a expectativa de sinergias e crescimento no mercado saudita pode contribuir positivamente para o fluxo de caixa livre no médio e longo prazo.
Recomendação: Comprar
Preço-alvo: R$ 29,50
🏦 Bancos
Dados de crédito Set/24: Concessões avançam 1,2% m/m
O que aconteceu? A carteira total de crédito do Sistema Financeiro Nacional (SFN) cresceu 1,2% m/m, totalizando R$ 6,2 trilhões. Esse aumento foi impulsionado por um crescimento de 1,0% m/m no crédito direcionado e de 1,4% m/m no crédito livre. A taxa média de juros das novas concessões alcançou 27,6% a.a., redução de –0,1 pp m/m e -2,6 pp a/a, com spread bancário caindo para 18,4% (-0,1 pp m/m e –2,5 pp a/a). A taxa de inadimplência da carteira de crédito (atrasos superiores a 90 dias) alcançou 3,2% (estável m/m e –0,2 pp a/a), enquanto a inadimplência no crédito livre se manteve em 5,6% para pessoas físicas (PF) e 2,9% para pessoas jurídicas (PJ). O endividamento das famílias chegou a 47,9% em agosto (+0,1 pp m/m), com o comprometimento da renda atingindo 26,8% (+0,4 pp m/m). (Banco Central e Genial)
🛒 E-commerce
E-commerce brasileiro deve superar recorde de vendas em 2024
O que aconteceu? Segundo projeções da FecomercioSP, o comércio eletrônico no Brasil deve alcançar um novo recorde de vendas em 2024, impulsionado pela retomada do varejo e pela queda no desemprego. Em 2023, o setor já havia alcançado uma receita histórica de R$ 205,1 bilhões, apesar de um crescimento anual modesto de 0,2%, influenciado pelo cenário de juros altos e inadimplência elevada. (Mercado e Consumo e Genial)
💻 Meta (M1TA34)
Resultado vem bom, mas crescimento de usuários mais tímido
O que aconteceu? A Meta reportou crescimento em usuários ativos diários no terceiro trimestre, com 3,29b, um aumento de 5% anual, mas abaixo da projeção de 3,31b. A receita foi de US$40,59b, superando a estimativa de US$40,29b, enquanto o lucro por ação foi de US$6,03, acima dos US$5,25 esperados. A receita publicitária subiu 18,7%, com investimentos significativos em IA e infraestrutura previstos para 2025. A empresa revisou o CAPEX para 2024 entre US$38-40b e projetou receita no quarto trimestre entre US$45-48b. (CNBC e Genial)
Recomendação: Sem Cobertura
💻 Microsoft (MSFT34)
Guidance pressiona e papel cai 4% no after-market
O que aconteceu? A Microsoft registrou receita de US$65,59b no primeiro trimestre fiscal, superando a estimativa de US$64,51b, e lucro por ação de US$3,30, acima dos US$3,10 esperados. A receita do Azure cresceu 33%, impulsionada por IA, enquanto a previsão de crescimento geral de receita para o próximo trimestre ficou abaixo das expectativas, entre US$68,1b e US$69,1b. A ação caiu 4% no after-market devido à perspectiva de menor crescimento e aos desafios na entrega de infraestrutura para data centers. (CNBC e Genial)
Recomendação: Sem Cobertura