
Fique por dentro das principais informações do mercado financeiro nesta sexta-feira, 18 de julho.
Na edição de hoje
Os EUA miram a carne bovina brasileira com tarifas de 50%. Para a Abrafrigo, a conta simplesmente não fecha: a taxação total pode chegar a 76% em alguns cortes, tornando inviável exportar — e jogando a carne de volta no mercado doméstico, com potencial para comprimir margens no varejo.
Enquanto isso, aqui dentro, o GPA ganha um novo capítulo na sua novela acionária: a família Diniz quer mais — mais ações e mais poder no conselho. O mercado gostou da movimentação e fez PCAR3 disparar +10,7%, com cheiro de reestruturação no ar.
Lá fora, a força da economia americana alimenta o rally das bolsas globais e puxa os metais básicos para cima, embalados pela visão otimista da BHP sobre a demanda chinesa. Já no Brasil, a lateralização do Ibovespa mostra que nem todo investidor quer “comprar essa carne” — ao menos, não com o fiscal ainda mal passado.
Expresso Brasil e Mundo
Ibovespa: O Ibovespa encerrou a quinta-feira com leve alta de 0,04%, aos 135.564 pontos, em sessão marcada por forte lateralização, refletindo a postura cautelosa dos investidores diante das incertezas relacionadas às tarifas dos Estados Unidos e ao ambiente fiscal doméstico. Mesmo com os índices em Nova York renovando recordes — impulsionados por dados econômicos sólidos e balanços positivos —, o mercado local mostrou apatia, operando em faixa estreita e com volume financeiro moderado de R$ 17,93 bilhões. No noticiário político, as declarações dos ministros Fernando Haddad e Mauro Vieira evidenciaram os esforços diplomáticos do governo para mitigar os impactos da tarifa de 50% imposta pelos EUA, prevista para agosto.
Juros futuros: Fecharam em queda na ponta longa acompanhando os yields americanos após divulgação de dados de atividade nos EUA. Além disso, contribuiu o reestabelecimento do decreto de IOF. O DI com vencimento em janeiro/2026 fechou em alta de 1 ponto-base a 14,945%. Enquanto os DIs com vencimentos em janeiro/2027 e janeiro/2029 fecharam em queda de 1 e 10 pontos-base, respectivamente.
Mundo: Bolsas globais estendem ganhos com apetite ao risco sustentado pela crescente confiança na resiliência da economia dos EUA e balanços positivos.
Minério de ferro: Metais básicos avançam em Londres e minério de ferro ruma para alta semanal em Singapura depois que o BHP Group divulgou avaliação otimista da demanda na China.
Petróleo: Petróleo sobe com forte demanda de verão por combustíveis no hemisfério norte, que ajuda a conter as preocupações sobre um possível excesso de oferta no final deste ano.
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As principais notícias do dia 18/07/25
🥩 Alimentos (frigoríficos)
SETOR | Tarifas de Trump podem inviabilizar exportações de carne bovina aos EUA
O que aconteceu? Segundo a Abrafrigo, as tarifas de 50% impostas pelos EUA a quaisquer produtos brasileiros podem inviabilizar as exportações de carne bovina ao país. A entidade estima que, com base no desempenho do 1S25 (US$1,3b em exportações), tornando a tarifa final equivalente a até 76% do valor da carga (26% do imposto já normalmente cobrado no volume extracota + 50% das tarifas) — especialmente prejudicando produtos como carne desossada congelada, sebo bovino e carne enlatada. A expectativa de exportar mais US$1,3b no 2S25 pode ser frustrada, com efeitos negativos em 2026 (Valor e Genial).
Opinião Genial: Apesar da forte reação negativa inicial nas ações da Minerva, entendemos que o impacto direto para a Minerva pode ser menor do que o consenso precificou. Segundo a própria companhia, os EUA respondem por apenas ~5% da receita líquida total da companhia, considerando apenas o que sai do Brasil. A diversificação geográfica com unidades na Argentina, Uruguai, Paraguai e Austrália também serve de mitigador. Ainda assim, o possível redirecionamento da oferta de carne ao mercado doméstico pode pressionar o cut out e afetar as margens no Brasil, principalmente com a inversão do ciclo do gado.
Para Marfrig e JBS, o impacto direto é quase nulo (menos de 1% do faturamento total), dado o maior mix geográfico e de proteínas. Porém, o efeito indireto sobre o mercado doméstico também pode prejudicar margens — especialmente na Marfrig, cuja operação na América do Sul é ~60% doméstica. Já a BRF pode ser afetada indiretamente pela pressão de preços, com maior competição entre frango e carne vermelha no Brasil, comprometendo a tendência recente de tradedown favorável à companhia.
🛒 Varejo 18/07/2025
PCAR3 | Família Coelho Diniz quer mais poder no GPA
O que aconteceu? A novela do Grupo Pão de Açúcar (GPA) ganhou novos capítulos: a família Coelho Diniz, que já detém quase 18% do capital da companhia, pretende ampliar sua participação acionária e pressionar por maior representatividade no conselho de administração. Segundo o Pipeline, o movimento pode incluir a convocação de uma nova assembleia, elevando ainda mais a temperatura nos bastidores da empresa. O objetivo da família seria ganhar voz ativa nas decisões estratégicas da varejista, num momento em que o GPA ainda tenta se reestruturar e recuperar seu valor de mercado. (Pipeline e Genial)]
⚡ Energia Elétrica
Geração | Data centers vão guiar investimentos em energia
O que aconteceu? O avanço da inteligência artificial e da computação em nuvem está colocando os data centers no centro das decisões de investimento em energia elétrica no Brasil. A tendência é que esses grandes consumidores passem a determinar onde e como serão construídas novas usinas, especialmente fontes renováveis, além de pressionar por reforços em infraestrutura de transmissão. Empresas de tecnologia já vêm negociando diretamente com geradoras para garantir fornecimento estável e limpo, o que pode remodelar o mapa energético nacional. (Fonte: Valor e Genial Investimentos)
Opinião Genial: A notícia é positiva para o setor elétrico. A entrada de data centers como âncoras de demanda representa um novo ciclo de investimentos com alto grau de previsibilidade e contratos de longo prazo. Além disso, esses projetos tendem a priorizar fontes renováveis, favorecendo empresas com portfólio limpo e capacidade de expansão, como Engie (EGIE3), Eletrobras (ELET3), Auren (AURE3) e outras. O movimento também pressiona o governo a acelerar leilões de transmissão, criando oportunidades adicionais para players como Isa Cteep (TRPL4) e Taesa (TAEE11).
BRKM5 | Venda da Braskem avança no Cade
O que aconteceu? O Cade autorizou sem restrições a proposta de Nelson Tanure, por meio do fundo Petroquímica Verde, para aquisição da participação da Novonor (holding NSP Investimentos) na Braskem, que representa 50,1% das ações com direito a voto. Apesar do aval do órgão antitruste, a conclusão do negócio depende do cumprimento de três condições: respeito ao acordo de acionistas, acordo com a Petrobras e alinhamento com os bancos credores da Novonor, que têm cerca de R$ 15 bilhões em garantias vinculadas às ações da petroquímica (Folha e Genial)
Opinião Genial: O avanço no Cade representa um importante marco regulatório, eliminando uma barreira estrutural na transação. No entanto, o fato de Tanure ainda precisar obter o aval dos bancos credores — responsáveis por garantir o passivo da Novonor — e negociar ajustes no acordo de acionistas com a Petrobras mantém a operação com elevada incerteza. A simetria entre governo e Petrobras em apoiar a proposta é um sinal positivo, especialmente por preservar o controle nacional. Mas o perfil agressivo de gestão de Tanure pode gerar atrito com planos de expansão e com o passivo ambiental de Maceió.
Recomendação: –
Preço-alvo: R$ –
⚙️ Industrial
WEGE3 | WEG adquire 100% da PPI-Multitask
O que aconteceu? A WEG (WEGE3) firmou um acordo para adquirir a totalidade da PPI-Multitask, empresa especializada em automação e software industrial. A companhia já possuía participação na PPI desde 2019. Segundo o comunicado, os fundadores permanecerão na operação, contribuindo com a continuidade dos negócios e a aceleração da inovação.
Opinião Genial: A operação reforça a estratégia de digitalização industrial da WEG, agregando competências em software que complementam o portfólio de automação e soluções integradas para a indústria 4.0. A manutenção dos fundadores na gestão é um sinal positivo de preservação da cultura e continuidade do desenvolvimento tecnológico, além de reduzir riscos de integração. Acreditamos que o movimento está em linha com a tese estrutural de longo prazo da companhia e contribui para manter sua vantagem competitiva em soluções completas de eficiência industrial.