
Fique por dentro das principais informações do mercado financeiro nesta sexta-feira, 8 de agosto.
Na edição de hoje
O mercado brasileiro emplacou mais um dia de alta (a quarta seguida ) embalado por bons resultados corporativos e um alívio parcial no temor tarifário entre Brasil e EUA. Para hoje, banho de água fria vem pra Sanepar: mesmo com resultado ok, a ausência de gatilhos e um valuation pouco atraente motivaram nosso downgrade para “manter”. O timing do call é simbólico, em meio à avalanche de balanços, seguimos separados o joio do trigo.
Entre os destaques do dia, a Vivara entregou crescimento de vendas, mas viu o lucro pressionado por efeitos contábeis. A Petz, por sua vez, mostrou evolução na margem e no lucro, enquanto a Azzas bateu as estimativas com força e anunciou troca estratégica no comando dos calçados.
Também chamaram atenção: Inter (eficiência em alta), Renner (SSS líder do setor), Auren (semestre recorde) e Suzano (FCF resiliente mesmo com corte de produção). E se engana quem achou que a chuva parou: Assaí, Alpargatas, EZTec, Boa Safra e outras também deixaram suas marcas nos holofotes do 2T25.
Expresso Brasil e Mundo
Ibovespa: O Ibovespa subiu 1,48% nesta quinta-feira, aos 136.527 pontos, no maior patamar de fechamento desde 11 de julho e com a quarta alta consecutiva — sequência positiva não vista desde maio. A reação do mercado veio na esteira do alívio parcial com o tarifaço dos EUA, que apesar de oficializado, trouxe exceções relevantes, reduzindo o prêmio de risco na curva de juros local e abrindo espaço para uma recuperação mais sustentada dos ativos brasileiros. Mesmo com o impasse comercial entre Brasil e Estados Unidos ainda no radar, o ambiente foi favorecido por surpresas positivas na temporada de balanços, como Eletrobras e Suzano, que subiu 4,88%, reforçando o ímpeto comprador.
Juros futuros: Fecharam em queda acompanhando o enfraquecimento do dólar. O DI com vencimento em janeiro/2026 fechou em queda de 1 ponto-base, a 14,895%. Já os DIs com vencimentos em janeiro/2027 e janeiro/2029 fecharam em queda de 6 e 13 pontos-base, respectivamente.
Mundo: Bolsas globais e moedas operam mistas no final de uma semana marcada pela entrada em vigor das tarifas, enquanto os mercados monitoram acontecimentos geopolíticos e decisões sobre o Fed. Futuros de Nova York têm alta leve e Nikkei-225 avançou depois que o negociador comercial do Japão disse que os EUA concordaram em acabar com a acumulação de tarifas.
Minério de ferro: Cobre caminha para ganho semanal, com impactos do fechamento de mina chilena da Codelco no radar; minério de ferro também ruma para ganho na semana.
Em Destaque
Inter (INBR32) | Resultado 2T25: Eficiência, Carteira e Margem Sustentam Crescimento do Lucro
Eletrobras (ELET3) | Resultado 2T25: De Volta ao Jogo com Mais Energia!
Suzano (SUZB3) | Resultado 2T25: Produção cortada, CAPEX sobe, mas FCF resiste
Novos Conteúdos
Petrobras (PETR4) | Resultado 2T25: CAPEX um pouco mais alto, mas razoável…
Continuamos com a nossa recomendação de MANTER. A empresa reportou números sólidos e razoavelmente em linha com nossas estimativas em EBITDA.
Renner (LREN3) | Resultado 2T25: On Top of the World
Forte resultado! A companhia entregou o maior Same Store Sales (SSS) do setor no trimestre, com alta de +18,6% a/a, superando C&A (+17,0%) e Guararapes (+15,8%) — algo que não ocorria desde o 3T22, quando a C&A começou a colher os primeiros frutos da clusterização de lojas.
Auren (AURE3) | Resultado 2T25: Um Trimestre Ok para Um Semestre Recorde!
A Auren reportou um EBITDA dentro do esperado (R$981 milhões), com uma pequena queda (-4%) em relação às nossas estimativas e um avanço de mesma magnitude (+4%) em relação ao consenso – em nossa visão, o fator mais importante aqui foi a continuidade da sua melhora operacional – R$2,2 bilhões em EBITDA no 1S25 – o que já representa uma robusta alta de +40% a/a.
Alupar (ALUP11) | Resultados 2T25: Feito, mas (ainda) distante do perfeito
A Alupar reportou resultados com avanços na figura anual, mas aquém do mercado e nossas estimativas, considerando a performance e excelência da companhia – o grande destaque nesse trimestre não foi a transmissão, que é o core business, mas sim a geração – outro ponto foram os custos operacionais consolidados que pesaram especialmente em transmissão, onde o EBITDA do segmento recuou significativamente, em -29% a/a.
🏦 B3 (B3SA3) | Resultado 2T25: Resultado Financeiro, Volatilidade e Diversificação Impulsionam Lucro
⚡ Engie (EGIE3) | Resultado 2T25: Apesar dos dividendos…
⛽ Petrorecôncavo (RECV3) | Resultado 2T25: Dentro do consenso, mas sem brilho!
🚚 Ecorodovias (ECOR3) | Dados de Tráfego – Julho/25 – Um forte pontapé para o 3T25
💧 Sanepar (SAPR11) | Resultado 2T25: Deu água!
🏡 Tenda (TEND3) | Resultado 2T25: Pra quem tem fé
🛒 Assaí (ASAI3) | Resultado 2T25: Satisfeito!
Economia
Por José Marcio Camargo
Indicação de Stephen Miran indica redução dos juros
A Casa Branca anunciou, ontem, o nome do atual presidente do Conselho de Assessores Econômicos (CEA) da Presidência da República, Stephen Miran, para a vaga de Diretor do Federal Reserve.
De olho nas Ações
As principais notícias do dia 08/08/25
🛒 Varejo
VIVA3 | Resultado 2T25: Receita e vendas avançam, mas lucro é pressionado por efeitos contábeis
O que aconteceu? A Vivara encerrou o 2T25 com lucro líquido de R$151,1 milhões, queda de 28,4% a/a, influenciada por efeitos contábeis pontuais — como o impacto residual da contabilização dos Gastos Gerais de Fabricação (GGF), a alíquota para cálculo do IR Diferido e o reconhecimento de créditos extemporâneos de PIS/Cofins. O Ebitda ajustado avançou 24,7% a/a, para R$204,6 milhões, superando a média das projeções do mercado (R$200,5 milhões). A receita líquida cresceu 16% a/a, para R$761 milhões, apoiada por alta de 11% nas vendas mesmas lojas. No período, foram inauguradas 8 lojas Life, elevando o total para 469 pontos de venda, entre Vivara, Life e quiosques. (Vivara e Genial)
🛒 Varejo
PETZ3 | Resultado 2T25: Margem e lucro avançam com controle de despesas
O que aconteceu? A Petz reportou lucro líquido ajustado de R$18,4 milhões no 2T25, alta de 81,8% a/a, sustentada por controle de despesas, expansão da margem e melhora nas vendas. O lucro contábil atingiu R$23,9 milhões (+2.820% a/a), inflado por efeitos não recorrentes, como ganhos fiscais e marcações contábeis sem impacto em caixa — destaque para um ganho de R$2,5 milhões com swap cambial sobre dívida em dólar. A receita líquida cresceu 8,5% a/a, para R$887 milhões, enquanto o Ebitda ajustado avançou 39,5%, para R$83,5 milhões, elevando a margem em 1,7 p.p., para 7,8%, graças à diluição de despesas. (Petz e Genial)
🛒 Varejo
AZZA3 | Resultado 2T25: Recorde de margem, reestruturação e troca no comando de calçados
O que aconteceu? A Azzas 2154 superou o consenso no 2T25, entregando Ebitda de R$535 milhões (+9% a/a, 18,5% de margem — recorde histórico) e lucro líquido de R$537 milhões, muito acima dos R$162 milhões esperados, impulsionado por reversões de provisões tributárias (cerca de R$370 milhões). A receita líquida cresceu 11% a/a para R$2,9 bilhões, com despesas fixas subindo apenas 1% devido a sinergias da fusão Arezzo–Soma. No top line, destaque para o vestuário feminino (+20,1%, puxado pela Farm) e masculino (+11,5%), enquanto a Hering (Basic) cresceu 7,3% e a vertical de calçados e bolsas, que representa ~30% do resultado, avançou apenas 0,7%. A companhia anunciou mudanças no management: o CFO Rafael Sachete assumirá a unidade de calçados e bolsas, e Eric Alencar, ex-CFO da Cyrela, Oncoclínicas e Carrefour Brasil, será o novo CFO a partir de setembro. (Azzas 2154 e Genial)
🏡 Imobiliário
EZTC3 | Resultado 2T25: Um passo na direção certa
O que aconteceu? A Eztec apresentou um lucro líquido de R$ 139,9m, implicando em um ROE de 11,1%. No entanto, parte deste lucro veio da venda de terrenos, levando a um ROE recorrente de 8,6%. Mesmo em um patamar ainda baixo, a companhia está em um bom caminho: a margem bruta se recuperou, voltando próxima ao patamar médio histórico, e a alocação de capital está sendo trabalhada para resolver o problema de baixo ROE da companhia. Acreditamos em uma reação bem positiva do mercado na abertura de hoje. (Eztec e Genial)
🛒 Varejo
ALPA4 | Resultado 2T25: Lucro dispara com avanço de receita e controle de custos
O que aconteceu? A Alpargatas, dona da Havaianas, registrou lucro líquido de R$87,9 milhões no 2T25, alta de 272% a/a, impulsionada pelo aumento da receita por par vendido e pelo controle de custos, que levaram o lucro bruto a crescer 23,8% no período. A receita líquida avançou 8,34% a/a, para R$1,1 bilhão, com destaque para as operações no Brasil, onde a marca Havaianas cresceu 5,8% na comparação anual. (Alpagartas e Genial)
🌾 Agrícolas
SOJA3 | Resultado 2T25: Trimestre sazonal, mas com sinais contundentes de execução e diversificação estratégica
O que aconteceu? O 2T historicamente exerce participação menos determinante no desempenho anual da Boa Safra, dado que o reconhecimento mais expressivo das receitas se concentra no segundo semestre, em linha com o cronograma de entrega das sementes. Não obstante, o período revelou avanços operacionais e comerciais de relevo, corroborando a tese de que a companhia atravessa um ciclo de fortalecimento competitivo.
A receita líquida atingiu R$125m (+8% vs. Genial Est.), expansão de +3% t/t e +43% a/a, impulsionada pelo incremento das vendas de sementes de soja — beneficiadas por maior tração comercial — e pela consolidação das demais culturas e serviços no portfólio. O lucro bruto somou R$47m (+6% vs. Genial Est.), avanço de +8% t/t e +50% a/a, refletindo melhor diluição de custos fixos e ganhos de eficiência produtiva, o que se traduziu em elevação de 1,7 p.p. na margem bruta.
O EBITDA ajustado alcançou R$10m (+10% vs. Genial Est.), crescimento de +6% t/t e +45% a/a, com margem estável em 8,4%. O lucro líquido totalizou R$25m (+12% vs. Genial Est.), incremento de +10% t/t e +37% a/a, favorecido por resultado financeiro positivo de R$10,6m, ancorado em receitas robustas com derivativos e descontos obtidos por antecipação.
Operacionalmente, a companhia operou em capacidade plena de 280 mil big bags, um novo patamar que evidencia a maturidade do modelo produtivo e a eficácia da diversificação geográfica para mitigar riscos climáticos. A carteira de pedidos encerrou o trimestre em R$1,6b (+43% a/a), sustentada por desempenho sólido tanto na soja quanto nas novas frentes comerciais. As receitas provenientes de outras culturas e serviços somaram R$94m no semestre, um salto de 76,5% em relação ao período anterior, reforçando a relevância crescente de sementes forrageiras, trigo e milho no mix (Boa Safra e Genial).
Opinião Genial: Embora o 2T25 mantenha natureza sazonalmente menos expressiva para o consolidado anual, os resultados reafirmam que a Boa Safra está posicionada para capturar um ciclo mais benigno na safra 2025/26. O incremento da capacidade produtiva para 280 mil big bags, aliado a uma carteira de pedidos robusta de R$1,6b e à expansão acelerada das receitas em culturas e serviços além da soja, indica que a companhia consolida pilares de crescimento diversificado e sustentável.
A estratégia comercial revela-se mais capilar e assertiva, com fortalecimento da presença geográfica e posicionamento como “one-stop shop” para o agricultor, contemplando desde sementes de alta performance até soluções alinhadas às demandas de agricultura regenerativa, por meio da joint venture SBS Green Seeds. Esse movimento não apenas amplia o mercado endereçável, como também fortalece a resiliência do negócio diante de oscilações climáticas ou de preços.
Persistem, contudo, incertezas sobre o mix de vendas e as margens na segunda metade do ano, período de maior peso para o faturamento, bem como riscos competitivos inerentes ao setor. Ainda assim, a combinação de execução operacional consistente, sólida estrutura de capital (dívida líquida de R$223m, com 90% no longo prazo) e clara orientação estratégica sustenta nossa visão construtiva.
Recomendação: Comprar
Preço-Alvo: R$12,00