
Fique por dentro das principais informações do mercado financeiro nesta quarta-feira, 30 de abril.
Na edição de hoje
Em um mercado que oscila entre avanço institucional e incerteza global, a Eletrobras marca um novo capítulo com a aprovação de seu conselho e do acordo com a União — um passo relevante para destravar valor e dar mais previsibilidade à tese. Ao mesmo tempo, o Itaú mira o futuro ao anunciar seu assistente de IA, enquanto a Petrobras avança em produção e se prepara para um 1T25 mais limpo, sem os ruídos do trimestre anterior. Do lado corporativo, a WEG decepciona com margens pressionadas e mudança de mix, e a Marcopolo também entrega um trimestre mais fraco.
No cenário internacional, o pano de fundo é de cautela: bolsas europeias sustentam ganhos com o impulso de ações automotivas e do UBS, mas os futuros em NY recuam antes de novos dados econômicos. Commodities seguem pressionadas — o minério de ferro sente o baque da indústria chinesa e o petróleo caminha para sua pior queda mensal desde 2021.
Em meio a tantas mudanças, a pergunta que fica é: o mercado está premiando quem se antecipa ou punindo quem hesita? Descubra em nossos destaques do dia.
Expresso Brasil e Mundo
Ibovespa: Registrou sua sétima alta consecutiva, encerrando o dia com leve avanço de 0,06%, aos 135.093 pontos. Durante o pregão, o índice chegou a atingir a máxima de 136.150 pontos, impulsionado pelo desempenho positivo das bolsas em Nova York e por sinais de progresso nas negociações comerciais dos EUA, incluindo a expectativa de um decreto de alívio tarifário para montadoras locais. No entanto, a ausência de novos catalisadores e o volume financeiro moderado de R$ 23 bilhões limitaram os ganhos no fechamento.
Juros futuros: Encerraram o pregão sem direção única. Os vértices curtos da curva apresentaram leve alta, influenciados por um leilão do Tesouro Nacional de NTN-Bs com demanda moderada e pela correção técnica após quedas recentes. Já os vértices longos recuaram, acompanhando a queda dos rendimentos dos Treasuries nos EUA, após dados mais fracos do mercado de trabalho e da confiança do consumidor. O DI para janeiro de 2026 subiu de 14,66% para 14,69%, enquanto o DI para janeiro de 2031 caiu de 13,935% para 13,91%.
Mundo: Bolsas europeias sobem com destaque para ações automotivas e o UBS, que reportou resultados acima do esperado. Nos EUA, os futuros recuam levemente antes da divulgação de dados econômicos importantes e balanços de grandes empresas.
Minério de ferro: O cobre recua após atingir máxima de quatro semanas, e o minério de ferro cai em Singapura, pressionado pela desaceleração da indústria chinesa. O PMI manufatureiro chinês apontou a maior contração desde dezembro de 2023.
Petróleo: O petróleo também recua e caminha para a maior queda mensal desde 2021, refletindo os temores de impacto das tarifas sobre a economia global.
Em Destaque
Banco do Brasil (BBAS3) | Prévia 1T25: Uma Pausa Momentânea? Acreditamos que Sim
TIM (TIMS3) | Prévia 1T25: Crescimento desacelera, mas margens seguem firmes
Gerdau (GGBR4) | Resultado 1T25: O herói do tri é o vilão do ano
Novos Conteúdos
Isa Energia (ISAE4) | Resultado 1T25: CAPEX e alavancagem roubam a cena!
Apesar do operacional em linha com o mercado, a companhia teve o tri impactado por despesas financeiras maiores do que o esperado (+14% em relação ao consenso).
BB Seguridade (BBSE3) | Prévia 1T25: 2025, o Ano em que os Juros Pagam a Conta
Para o 1T25, projetamos um resultado ligeiramente mais fraco na comparação trimestral, com lucro líquido estimado em R$ 2,1 bilhões (-3,8% t/t), mas ainda apresentando crescimento sólido de +13,4% a/a.
Mercado Livre (MELI34) | Prévia 1T25: Forte crescimento anual, mas margens pressionadas
Esperamos um bom resultado do Mercado Livre no 1T25, com crescimento robusto nas principais linhas, ainda que em ritmo mais moderado na comparação sequencial.
IGP-M (Abr/25): IPA traz más notícias para os próximos IPCAs
O IGP-M de abril registrou alta de 0,24% m/m, forte avanço em relação ao recuo de 0,34% m/m em março e substancialmente acima do teto das expectativas do mercado (0,05% m/m, Broadcast+).
Economia
Por José Marcio Camargo
Superávit do Governo Central não contabiliza pagamento integral de precatórios
As contas de Governo Central, que inclui Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central, mostraram superávit de R$ 1,096, no mês de março, após o déficit de R$ 31,673 bilhões no mês de fevereiro.
De olho nas Ações
Santander Brasil | Resultados 1T25: Em Linha com Expectativas
O Santander reportou um lucro recorrente de R$ 3,86b no 1T25 (+0,2% t/t e +27,8% a/a), mantendo os patamares de lucro e rentabilidade em relação ao último trimestre de 2024. Nossa primeira leitura indica que o resultado veio praticamente em linha com as nossas estimativas e com o consenso do mercado em um trimestre sazonalmente mais fraco e efeitos da implementação da Resolução 4.966. O ROE ficou em 17,4%, marcando uma retração sequencial de -0,2pp t/t, mas alta anual de 3,3pp a/a.
As principais notícias do dia 30/04/25
⚙️ Industrial
WEGE3 | Resultado abaixo do esperado com impacto de mix e apreciação cambial no 1T25
O que aconteceu? A WEG reportou receita líquida de R$ 10,1 bi (-4,6% vs estimativa), EBITDA de R$ 2,2 bi (-3,0% vs est.) e lucro líquido de R$ 1,55 bi (+1,9% vs est.). As margens foram pressionadas: EBITDA caiu 0,5pp t/t para 21,6%, enquanto o ROIC recuou 5,7pp a/a para 33,2%. O trimestre, sazonalmente mais fraco, foi impactado pela apreciação do real frente ao dólar e pelo mix de produtos — com maior peso de segmentos de ciclo curto, como o solar e motores comerciais & appliances, que têm margens mais baixas.
Opinião Genial: O resultado decepcionou por conta da compressão de margens e do impacto da mudança no mix, puxado por segmentos menos verticalizados e com menor rentabilidade. A apreciação do real também afetou tanto a receita quanto a lucratividade da operação internacional. O ROIC menor reflete o efeito natural da consolidação das aquisições recentes, cujos retornos ainda estão abaixo da média histórica da companhia. Ainda assim, o patamar reportado já está próximo da expectativa consolidada para 2025, considerando as integrações em andamento.
⛽ Óleo e Gás
PETR4 | Petrobras divulga relatório de produção e vendas do 1T25
O que aconteceu? A Petrobras divulgou o relatório de produção e vendas do 1T25, ontem (29/04). A companhia divulgou um aumento de +5,4% t/t na produção média de óleo, LGN e gás natural, chegando em 2,77MMboed. Já as vendas foram inferiores t/t, dada a sazonalidade da demanda no início do ano, mas cresceram +2,9% a/a. No lado da produção, inicialmente, os maiores destaques vieram principalmente do (i) pós-sal profundo e (ii) ultra profundo (+10,5% t/t) e pré-sal (+5,3% t/t). No segmento do pré-sal, essa maior produção está atrelada à entrada do FPSO Marechal Duque de Caxias no campo de Mero e início de produção de 7 novos poços (5 na Bacia de Santos e 2 na Bacia de Campos). O pós-sal foi impulsionado por (i) menor volume de perdas por paradas para manutenções e (ii) entrada de 4 novos poços na Bacia de Campos. A produção de derivados no segmento de Refino foi menor em -6,2% por uma parada geral planejada da RNEST, no início do ano. (Petrobras e Genial)
Opinião Genial: Entendemos os dados como neutros para o case. A base mais fraca do 4T24, influenciada por paradas de manutenções, torna a análise tri a tri menos justa, considerando o patamar normalizado de operação atual da companhia. Dessa forma, o segmento de Exploração e Produção (E&P) ficou em linha na visão ano contra ano (comparativamente com o 1T24). Portanto, o dado já dá um sinal mais claro de que podemos esperar um resultado consolidado menos poluído no 1T25 (a ser reportado no dia 12/05). No segmento de Refino, utilizando a base de 1T24, também é possível notar uma eficiência em linha com o esperado, superado o revamp da RNEST.
Recomendação: Manter
Preço-alvo: R$ 48,00
🏦 Financeiro
ITUB4 | Itaú lança assistente de IA para investimentos ainda neste trimestre
O que aconteceu? O Itaú Unibanco lançará, ainda neste trimestre, seu primeiro assistente de investimentos baseado em inteligência artificial, segundo o CEO Milton Maluhy Filho. A ferramenta combinará mais de 200 variáveis — como perfil, produtos e soluções — para oferecer recomendações personalizadas aos clientes. Em fase de testes, o modelo será disponibilizado inicialmente para um público relevante, com expansão prevista ao longo do ano. O projeto vem sendo desenvolvido há mais de um ano. O anúncio foi feito nesta terça-feira (29) durante o Web Summit, no Rio de Janeiro. (Valor e Genial)
Recomendação: Comprar
Preço-alvo: R$ 40,00
🏦 Financeiro
BMGB4 | BMG compra fatia remanescente da BMG Seguradora por R$ 64 milhões
O que aconteceu? O Banco BMG anunciou que sua subsidiária celebrou contrato para adquirir os 40% restantes da BMG Seguradora, detidos pela Phoenix One Participações, por R$ 64,5 milhões. Com a operação, ainda sujeita à aprovação da Susep e do Cade, o banco passará a deter 100% da seguradora. Segundo a companhia, a transação faz parte da estratégia de focar nas suas principais linhas de negócios e fortalecer a atuação em seguros para o varejo. (BMG e Genial)
Recomendação: Manter
Preço-alvo: R$ 4,40
⚡️ Energia Elétrica
ORVR3 | Orizon anuncia follow-on de até R$640 milhões para M&As
O que aconteceu? A Orizon anunciou follow-on de até R$640 milhões, recursos destinados para realizar operações de M&A. Os controladores e a EB Capital estão no processo de criação de uma holding para que o investimento possa ser realizado. Ambos aceitaram pagar R$48,20, em linha com o preço de tela de R$48,11 (próxima de sua máxima histórica). Com o follow-on, a companhia espera comprar novos aterros, sem dispensar o capital já alocado em biometano. (Brazil Journal e Genial)
Recomendação: Sem Cobertura
⚡ Energia Elétrica
ELET3 | Eletrobras aprova novo conselho e acordo com a União
O que aconteceu? Na assembleia geral ordinária realizada em 29 de abril de 2025, os acionistas da Eletrobras aprovaram a nova composição do conselho de administração e ratificaram o acordo de conciliação com a União. O acordo encerra a disputa judicial sobre a limitação de 10% do poder de voto do governo federal, permitindo que a União indique até três membros para o conselho. A eleição dos conselheiros ocorreu por meio do sistema de voto múltiplo, com os candidatos da chapa da administração sendo os mais votados. Por último, mas não menos importante: a empresa aprovou a distribuição de dividendos no valor de R$1,8 bilhões com pagamento no dia 13/05, sendo R$0,11/ação PN e R$0,89/ação ON (Valor Econômico e Genial)
Opinião Genial: A aprovação do acordo com a União e a eleição do novo conselho representam um avanço na estabilidade institucional da Eletrobras, encerrando uma disputa que gerava incertezas para investidores. É importante mencionar que seis dos sete nomes indicados pela própria Eletrobras acabaram por ser eleitos dentro do processo. E em relação aos dividendos: acreditamos que a empresa tem muito espaço para seguir ser generosa na distribuição de proventos tendo em vista o seu baixo endividamento (1,5x Dívida Líquida/EBITDA 24) e ausência de projetos relevantes vis-a-vis o tamanho da empresa.
Recomendação: Comprar
Preço-alvo: R$ 52
⚡ Energia Elétrica
EDP | Aneel recomenda renovação da concessão de distribuição da EDP por mais 30 anos
O que aconteceu? A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) recomendou ao Ministério de Minas e Energia (MME) a prorrogação da concessão da distribuidora EDP Espírito Santo por mais 30 anos. A decisão foi unânime e baseada na análise do cumprimento de critérios relacionados à qualidade da prestação do serviço, regularidade fiscal, trabalhista e setorial da empresa, além de exigências jurídicas, econômico-financeiras e técnicas. o MME tem 30 dias para avaliar a recomendação e convocar a empresa para assinatura do novo contrato. (Valor Econômico e Genial)
Opinião Genial: Acreditamos que esse evento é positivo para setor elétrico como um todo por se tratar de um evento interessante do ponto de vista institucional e para entender o que esperar das demais distribuidoras de energia elétrica com concessões vencendo nos próximos anos. A renovação das distribuidoras da EDP era acompanhada de perto por serem as primeiras a vencer dentro do cronograma de distribuidoras com vencimento próximo e o que aconteceria com ela muito possivelmente deve acontecer com as demais também. Dentro das empresas de capital aberto com concessões de distribuição vencendo no curto prazo, citamos: Light (2026), CPFL Paulista (2027), CPFL Piratininga (2028), Equatorial Pará (2028), Energisa Mato Grosso do Sul (2027), Energisa Sergipe (2027), etc.
💻 Tecnologia
SPOT34 | Spotify decepciona mercado e ações caem após resultados do 1T25
O que aconteceu? A Spotify reportou lucro líquido de €225 mi no 1T25 (EPS de €1,07), abaixo da expectativa de €2,13. A receita cresceu 15% a/a, para €4,19 bi, ligeiramente abaixo do consenso de €4,2 bi. A base de usuários ativos mensais chegou a 678 mi (+10% a/a) e os assinantes premium somaram 268 mi (+12% a/a), superando previsões. No entanto, o guidance para o 2T25 indicou 689 mi de usuários ativos, abaixo dos 693 mi esperados, o que levou as ações a recuarem cerca de 7% no after-market. (Valor e Genial)
💻 Tecnologia
M1TA34 | Meta enfrenta julgamento nos EUA e pode ser forçada a vender Instagram e WhatsApp
O que aconteceu? A Meta está sendo julgada nos EUA por supostas práticas anticompetitivas relacionadas às aquisições do Instagram (2012) e WhatsApp (2014). A FTC alega que essas compras consolidaram um monopólio ilegal no mercado de redes sociais. A Meta nega as acusações, argumentando que as aquisições foram aprovadas por reguladores na época. O julgamento, iniciado em 14/04, pode se estender até julho e, se a FTC vencer, pode resultar na venda forçada das plataformas. (Valor e Genial)
🚌 Autopeças
POMO4 | Marcopolo tem lucro e EBITDA abaixo do esperado no 1T25
O que aconteceu? A Marcopolo reportou EBITDA de R$262 mi no 1T25 (-17% a/a), abaixo da expectativa de R$298,2 mi. O lucro líquido foi de R$243,1 mi (-23% a/a), e a receita líquida alcançou R$1,68 bi (+1,3% vs est. R$1,77 bi). A margem EBITDA foi de 15,6%, com capex de R$67,5 mi (-3%) e ROIC elevado em 26,3% (vs 16,5% a/a).
Opinião Genial: Apesar da leve alta na receita, os resultados vieram abaixo das expectativas, com pressão nas margens e no lucro líquido. O desempenho reflete um 1T mais desafiador no segmento de ônibus, após um ano de base forte, combinado a um ambiente ainda volátil para vendas internacionais.