
Fique por dentro das principais informações do mercado financeiro nesta segunda-feira, 23 de junho.
Na edição de hoje
Após ataques dos EUA a instalações nucleares iranianas, o parlamento do Irã aprovou o fechamento do maior corredor marítimo de petróleo do planeta. Ainda falta a validação final, mas o risco geopolítico já contaminou os preços.
Por aqui, a temperatura também subiu: o Copom endureceu o tom e esfriou apostas de corte na Selic; Ibovespa teve a maior queda em um mês; e Cosan despencou mais de 9% com receios sobre renováveis.
Nos destaques de hoje: Petlove quer barrar fusão entre Petz e Cobasi; Minerva homologa aumento de capital de R$ 2 bi; e montadoras chinesas prometem baratear os elétricos com produção nacional.
Com Hormuz no centro das atenções, o petróleo pode ditar o ritmo dos próximos pregões.
Expresso Brasil e Mundo
Ibovespa: O Ibovespa teve uma sessão gelada neste primeiro dia de inverno, recuando 1,15% e encerrando aos 137.115 pontos, na maior queda diária desde 21 de maio, com perdas concentradas em commodities e impacto técnico do vencimento de opções, além do tom duro do Copom após a alta da Selic para 15% ao ano. O comunicado indicou manutenção da taxa por “período bastante prolongado”, o que esfriou as expectativas de corte em 2025 e pressionou os ativos locais. O dólar subiu 0,45%, a R$ 5,525, enquanto os juros futuros encerraram mistos. No exterior, o avanço das tensões entre Israel e Irã e o risco geopolítico ampliado com falas de Putin sobre uma possível 3ª Guerra Mundial aumentaram a cautela global, especialmente diante de um Fed ainda reticente com cortes. Entre os destaques do pregão, TIM (TIMS3) e Vivo (VIVT3) subiram 1,51% e 1,47%, respectivamente, enquanto Cosan (CSAN3) caiu 9,00% e Vamos (VAMO3) recuou 7,44%.
Juros futuros: Fecharam em alta na ponta curta após fala do BC de que irá manter os juros elevados por um tempo “significativo” se for preciso. Na ponta longa fecharam em queda em movimento de achatamento da curva. O DI de janeiro/2026 fechou em alta de 9 pontos-base a 14,955%. Já o DI de janeiro/2027 fechou em alta de 3 pontos-base e o DI de janeiro/2029 fechou em queda de 10 pontos-base.
Mundo: Futuros das bolsas dos EUA avançam e o petróleo reduz parte dos ganhos após os ataques americanos às instalações nucleares do Irã, com avaliação de que não haverá impacto imediato sobre o fluxo de petróleo no Oriente Médio.
Minério de ferro: Minério de ferro sustenta valorização com fundamentos estáveis.
Petróleo: Petróleo chegou a subir mais de 5% antes de recuar. Bloomberg Intelligence projeta petróleo a US$ 100 em caso de bloqueio no estreito.
Em Destaque
Decisão da taxa de juros (Copom): Banco Central eleva a taxa Selic para 15,00% a.a.
Carteira Previdência Solidez – Junho 2025
Novos Conteúdos
Metais & Mineração: Efeito do corte de produção derruba mineradoras
Avaliamos que o governo central chinês demorou a iniciar a coordenação do corte de capacidade na produção de aço bruto, uma vez que o mercado incialmente esperava os primeiros efeitos já no final de abril e está acontecendo apenas agora.
Economia
Por José Marcio Camargo
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De olho nas Ações
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As principais notícias do dia 23/06/25
⛽ Petróleo & Gás
PETR4 | Parlamento do Irã aprova fechamento do Estreito de Hormuz após ataque dos EUA
O que aconteceu? O Parlamento do Irã aprovou uma resolução autorizando o fechamento do Estreito de Hormuz, principal corredor marítimo responsável por aproximadamente 20% do comércio mundial de petróleo, em resposta aos ataques aéreos dos Estados Unidos contra instalações nucleares iranianas. A decisão ainda precisa ser ratificada pelo Conselho Supremo de Segurança Nacional e pelo Aiatolá Ali Khamenei. O movimento elevou de forma imediata os prêmios de risco nos contratos futuros de petróleo, com o Brent subindo para a faixa dos US$ 80/barril. (Fonte: Forbes Brasil e Genial Investimentos)
Opinião Genial: A aprovação do fechamento do Estreito de Hormuz aumenta significativamente o risco geopolítico e pode sustentar os preços do petróleo em patamares mais elevados no curto prazo. Além disso, caso o bloqueio se materialize de fato, o impacto sobre a oferta global pode ser severo, gerando distorções nos mercados de logística, seguro e refino. Dito isso, seguimos céticos quanto a um eventual bloqueio permanente do estreito tento em vista a ausência de suporte dos demais países da região e presença militar dos demais países interessados em proteger o local.
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PETZ3 | Petlove recorrerá ao Cade contra fusão entre Petz e Cobasi
O que aconteceu? A Petlove anunciou que irá entrar nesta segunda-feira com um recurso no Cade contra a fusão entre suas rivais Petz e Cobasi, aprovada sem restrições pela Superintendência-Geral do órgão. O movimento marca mais uma tentativa da companhia de barrar a operação que pode dar origem a um gigante do setor pet, com receita combinada de R$ 7 bilhões. A Petlove deve contestar o entendimento da área técnica do Cade, que considerou que a união não traz riscos à concorrência ou prejuízos ao consumidor. (O Globo e Genial)
🥩 Alimentos (frigoríficos) | 23/06/2025
BEEF3 | Minerva homologa aumento de capital de +R$2b
O que aconteceu?A Minerva comunicou a homologação do aumento de capital aprovado na AGE de 29/04/2025, totalizando R$2b com a emissão de 386.847.196 novas ações ordinárias. Como vantagem adicional, foram atribuídos 193.424.846 bônus de subscrição aos acionistas. A companhia também publicou aviso aos acionistas detalhando regras de negociação, exercício e vencimento dos bônus (Minerva e Genial).
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MRFG3 | Marfrig confirma retomada da assembleia sobre fusão com BRF em 14 de julho
O que aconteceu? A Marfrig informou que a assembleia geral extraordinária (AGE), suspensa em 18/06/2025, será retomada em 14 de julho, às 11h, em São Paulo, de forma presencial. A retomada ocorre após a BRF anunciar que sua AGE para deliberar sobre a incorporação será realizada na mesma data, às 9h. A companhia reiterou que as instruções de voto enviadas até 14/06 seguem válidas, mas os acionistas poderão reenviar o boletim de voto até 10/07/2025. A decisão atende à coordenação exigida entre ambas as assembleias conforme o protocolo de incorporação e à recente solicitação da CVM por maior transparência documental no processo (Marfrig e Genial).
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Montadoras chinesas prometem reduzir preço do carro elétrico no Brasil com produção local
O que aconteceu? A chegada de montadoras chinesas ao Brasil, como BYD e GWM, com fábricas previstas para 2025 e 2026, promete baratear os carros elétricos no país. Segundo a Anfavea, o custo elevado atual é impulsionado por importações, mas a produção local poderá reduzir preços em até 30%. A instalação das fábricas também deve permitir acesso a incentivos fiscais e redução de tarifas, além de aumentar a escala de produção e o uso de peças nacionais. (O Globo)
Opinião Genial: Para locadoras, a chegada massiva de modelos chineses pode voltar a pressionar os preços dos carros numa tentativa de manutenção de market-share das demais montadoras. As obras da planta da BYD em Camaçari (BA), que contará inicialmente com capacidade para 150 mil veículos por ano. Já a GWM iniciará produção em Iracemápolis (SP) em julho de 2025, com capacidade de 50 mil unidades/ano. Essa capacidade trazida pelas chinesas representa ~200 mil EVs/ano no Brasil — cerca de 8% do mercado total de leves
🖥️ Tecnologia
TSLA34 | Tesla estreia serviço de robotáxi com Model Y em Austin
O que aconteceu? A Tesla lançou seu serviço de robotáxis em Austin (Texas), operando com até 20 veículos Model Y equipados com o sistema FSD (Full Self-Driving). O serviço oferece tarifa fixa de US$ 4,20 por corrida e conta com um funcionário da Tesla no banco da frente para monitoramento de segurança. A empresa entra na disputa com Waymo (Alphabet) e Zoox (Amazon) no segmento de mobilidade autônoma. (Bloomberg e Genial)