Fique por dentro das principais informações do mercado financeiro nesta segunda-feira, 13 de outubro.
A especiaria do século XXI
China fecha a ampulheta das terras raras; Trump ameaça tarifas. EVs, eólicas e defesa sentem o vento virar. Geopolítica em modo Duna
Resumo do dia
O dólar roubou a cena: às 18h da sexta-feira (10), dólar-futuro a R$5,52 (+2,18%) mesmo com DXY em queda, e o real foi a pior moeda do dia entre 23 pares. O combo de fala vista como contraditória de Galípolo e ameaça de tarifas dos EUA contra a China elevou a aversão ao risco, pressionou a curva longa (bear steepening intradiário) e derrubou o Ibovespa em 0,72% com giro acima da média.
Com o câmbio no volante, exportadoras e defensivas ganharam espaço, enquanto PETR4 pesou e bancos sentiram o humor azedo. O CDS de 5 anos subiu para 158 bps e a cautela contaminou crédito privado. Nos destaques setoriais do índice, BBAS3, BBDC4, CSNA3, HAPV3, BRKM5, EGIE3, BEEF3 e SUZB3 ficaram no radar. Semana termina com dólar forte, fiscal sensível e China no centro do tabuleiro.
Expresso Brasil e Mundo
Ibovespa: O Ibovespa encerrou a sexta-feira em queda de 0,73%, aos 140.680,34 pontos. O mau humor refletiu o aumento das tensões fiscais após notícias de um possível pacote de gastos de R$ 100 bilhões para 2026, o que elevou a desconfiança em relação às contas públicas e pressionou o câmbio. Lá fora, as bolsas globais caíram após Donald Trump ameaçar impor novas tarifas sobre produtos chineses, reacendendo temores de guerra comercial e derrubando o petróleo ao menor nível em quatro meses.
Juros futuros: Fecharam em alta com o risco fiscal em pauta somado à tensão entre EUA e China
Mundo: Futuros de Nova York mostram que Wall Street deve recuperar parte das fortes perdas de sexta-feira depois que Donald Trump recuou nas ameaças contra Pequim, sinalizando disposição para negociar o aumento de tarifas para 100%.
Minério de ferro: Minério de ferro e cobre se valorizam em meio ao ambiente mais conciliatório entre EUA e China.
Petróleo: Os preços dos contratos futuros do petróleo estão em alta na manhã de hoje com investidores tentando entender se as tarifas comerciais entre China e Estados Unidos serão efetivamente implementadas.
Skin in the Game
POR Filipe Villega
Desde que minha filha nasceu, comecei a investir para que ela tenha acesso à essas economias quando completar 18 anos.
Até lá, a última coisa que penso é em deixar o dinheiro parado em conta, muito menos na poupança, para que durante todo esse tempo o capital possa ser multiplicado e, no mínimo, corrigido pela inflação.
Sendo assim, minha estratégia de investimento se baseia na preservação do poder de compra e na potencialização do retorno.
A carteira é composta em 70% por títulos indexados à inflação (Tesouro Direto), com vencimento próximo de quando minha filha fizer 18 anos.
Os outros 30% são divididos em três partes:
1- Ações EUA
2- Ações Brasil
3- Criptoativos
Essa parte de renda variável é feita toda com ETFs, pela simplicidade e possibilidade de diversificação, sem me preocupar se o fundamento de uma determinada empresa ou cripto se mantém. Uma maneira mais simples de estar exposto em renda variável e já bem diversificado.
Destaques
☕️ Expresso Bolsa Semanal: Deterioração Fiscal, Shutdown, Tarifas sobre a China
Ativos brasileiros sofreram com temor fiscal, queda da MP 1.303 e incerteza política. No exterior, juros longos e fala de Trump sobre tarifas à China agravaram aversão ao risco, pressionando câmbio, juros e Bolsa.
Usiminas (USIM5) | Prévia 3T25: Custo para baixo, margens estáveis
As nossas estimativas apontam para um resultado consolidado basicamente estável, marcado por volumes flat t/t; deterioração de preço na divisão de aço (-3,3% t/t Est.) um pouco mais intensa do que a queda do COGS/t (-3,0% t/t Est.)
IPCA (Set/25): Qualitativo melhor que o esperado
O IPCA de setembro registrou variação de 0,48% m/m, um pouco abaixo da nossa projeção de 0,50% m/m e das expectativas de mercado de 0,52% m/m.
Economia
Por José Marcio Camargo
Semana difícil e negativa para o Brasil
Semana complicada tanto no cenário internacional quanto nacional. Nos Estados Unidos, o Presidente Donald Trump anunciou o aumento das tarifas sobre as exportações chinesas para 100%, devido às restrições anunciadas pelo governo chines às exportações de terras raras para a economia americana, reavivando a guerra tarifária entre os dois países.
⌕ Leia o relatório completo aqui
As principais notícias do dia 13/10/25
Geopolítica
Geopolítica | China restringe terras raras; Trump eleva o tom e mercados entram em risk-off
O que aconteceu? A China ampliou controles de exportação de terras raras (incluindo ímãs NdFeB e tecnologias de refino), exigindo licenças e sinalizando bloqueio a usos sensíveis (defesa/semicondutores/IA). Em resposta, Donald Trump ameaçou um “aumento maciço” de tarifas e indicou cancelar encontro com Xi. O movimento detonou aversão a risco global: S&P 500, Europa e emergentes recuaram; dólar ganhou tração. (Reuters, Bloomberg, AP, Axios e Genial)
🌎 Geopolítica
EUA / China | Trump anuncia tarifa adicional de 100% sobre importações chinesas a partir de 1º de novembro
O que aconteceu? Donald Trump anunciou que os EUA vão impor tarifa adicional de 100% sobre as importações da China a partir de 1 de novembro, além dos tributos já vigentes. A medida foi divulgada por meio de post no Truth Social e representa escalada na guerra comercial entre os dois países. (Reuters / AP / Genial)
⛽ Petróleo & Gás
BRAV3 | ANP conclui auditoria e determina interdição parcial na Bacia Potiguar
O que aconteceu? A Brava Energia comunicou a conclusão da auditoria conduzida pela ANP na Bacia Potiguar, resultando na interdição temporária de um conjunto de instalações que já estavam paralisadas para adequações. O impacto estimado é de 3,5 mil boe/d na média de outubro, o equivalente a 3,8% da produção total do 3T25. A companhia destacou que a produção dos últimos 30 dias permanece acima de 90 mil boe/d, mesmo incorporando parte do impacto, e que os investimentos necessários para as correções estão previstos no orçamento 2025/2026. A expectativa é concluir as adequações e retomar as operações ainda no 4T25. (Fonte: Brava Energia + Genial Investimentos)
Opinião Genial: A interdição parcial representa evento pontual de caráter técnico, sem efeito estrutural sobre a tese da Brava. O impacto operacional (inferior a 4% da produção) limitado. Do ponto de vista de valuation, o episódio tende a ter efeito neutro no médio prazo. Mantemos a visão positiva sobre a execução do plano de crescimento e geração de caixa.
Recomendação: Manter
Preço-alvo: R$ –
⛽ Petróleo & Gás
Maduro ofereceu participação em riquezas do país aos EUA para evitar conflito
O que aconteceu? Segundo reportagem do New York Times, Nicolás Maduro teria oferecido ao governo dos Estados Unidos uma participação dominante nas riquezas petrolíferas e minerais venezuelanas, como parte de negociações para mitigar tensões e evitar um confronto armado. A proposta incluiria abrir projetos de petróleo e ouro para empresas americanas, conceder contratos preferenciais, redirecionar exportações que vinham para a China em favor dos EUA, e reduzir contratos com empresas chinesas, iranianas e russas. O governo americano rejeitou a oferta. (New York Times e Genial)
Opinião Genial: Essa movimentação reflete um cenário extremo de pressão diplomática e estratégica. Em nossa interpretação, as movimentações na Venezuela precisam ser acompanhadas de perto: por deter as maiores reservas de petróleo em todo mundo, acreditamos que a sua revitalização econômica passaria pela recuperação da produção de petróleo que o país chegou a alcançar no passado (c. 4 milhões barris equivalente/dia vs 600k bpde atualmente). Sendo assim, acreditamos que a Venezuela teria o potencial de incremento estrutural na oferta global de petróleo ao longo do tempo – e com claro impacto na estrutura de preços atual.
🏡 Imobiliário
Governo | Novo modelo de crédito imobiliário para classe média; regras da poupança mudam e teto do SFH sobe para R$ 2,25 mi
O que aconteceu? O governo anunciou um novo modelo de financiamento habitacional com transição até jan/2027: (i) reformula o uso da poupança (SBPE), prevendo eliminação gradual do compulsório atrelado e flexibilização do direcionamento, liberando recursos para ampliar a originação de crédito; (ii) eleva o teto do SFH de R$ 1,5 mi para R$ 2,25 mi; (iii) a Caixa volta a financiar até 80% do valor do imóvel; e (iv) cria linha de reformas residenciais para famílias de até R$ 9,6 mil (faixas de R$ 5 mil a R$ 30 mil, juros entre 1,17% e 1,95% a.m., prazo 24–60 meses). O modelo prevê aumentar o direcionamento atual de 65% para 100% dos recursos da poupança para crédito imobiliário, liberando 35% atualmente retidos como compulsório ou de uso livre. Objetivo é destravar crédito para a classe média e dar previsibilidade ao funding do setor. (Reuters, Valor, CNN Brasil e Genial)
🏦 Bancos
Banco Master | INSS proíbe novos empréstimos consignados após explosão de reclamações
O que aconteceu? O INSS decidiu não renovar o Acordo de Cooperação Técnica que autorizava o Banco Master a conceder crédito consignado para aposentados e pensionistas. Com isso, fica proibido de iniciar novas operações na modalidade até que se comprove pleno atendimento às normas regulatórias. Entidades fiscais apontaram “volume expressivo de reclamações”, como cobranças indevidas, dificuldades de cancelamento e operações não reconhecidas. (Folha / CNN e Genial)
📚 Educação
YDUQ3 | Yduqs cria Quest.Edu e compra ProEnem/ProMedicina/EuMilitar
O que aconteceu? A Yduqs fundiu o Grupo Q (Qconcursos + Folha Dirigida) com a Damásio e criou a Quest.Edu, vertical de preparatórios com foco em IA. Na largada, a Quest.Edu fechou a aquisição das marcas ProEnem, ProMedicina e EuMilitar (do Sistema Prodígio), reforçando presença em ENEM, Medicina e concursos militares. Termos financeiros não divulgados. Movimento amplia funil digital e cross-sell com Estácio/Ibmec/Idomed, com potencial de diluir CAC e elevar LTV. (Pipeline/Valor e Genial).
🏦 Serviços Financeiros
Revolut obtém autorização para constituir banco na Colômbia
O que aconteceu? O Revolut recebeu autorização para constituir um banco na Colômbia, em mais um passo de sua expansão na América Latina e da disputa com o Nubank pelo posto de maior banco digital do mundo. A permissão permite o início da construção da estrutura bancária local, etapa anterior à licença de funcionamento. A fintech britânica comprometeu £28 milhões para financiar a operação, que deve começar em 2026 com produtos como contas poupança, cartões e transferências internacionais. O CEO local, Diego Caicedo, afirmou que a iniciativa visa promover um ecossistema financeiro mais inclusivo e tecnologicamente avançado. (Valor e Genial)
