
Fique por dentro das principais informações do mercado financeiro nesta quinta-feira, 11 de dezembro.
Anota aí: o que esperar de FIIs para 2026?
Ainda que tenhamos certa preferência pelos fundos de tijolo – dados os atuais níveis de desconto frente aos níveis de vacância e qualidade dos portfólios –, ainda optamos por manter certa exposição aos fundos de papel.
Resumo do dia
O Copom manteve a Selic em 15% e publicou um comunicado considerado duro pelo mercado, reduzindo significativamente as apostas em corte já em janeiro. O BC preservou os trechos sobre a possibilidade de retomar altas se necessário e de uma política monetária “bastante prolongada”, embora com ajustes de redação — o suficiente para reforçar prudência, mas sem fechar portas. A projeção de inflação do 2T27 recuou para 3,2%, e a XP indica que 77% do mercado agora espera manutenção em janeiro, dando o tom de um Copom que quer ganhar tempo.
No exterior, o ambiente também pesou: S&P futuro recua, Oracle derruba o setor de tech após alertar sobre gastos de IA, e o Bitcoin devolve parte da alta recente. Petróleo e minério caem, enquanto o cobre avança com suporte chinês. A dúvida pós-Fed permanece: apesar do corte de 0,25pp, o tom de Powell minimizou dissidências e não ampliou a visão para 2026.
Na política, a CCJ do Senado aprovou o fim da escala 6×1 e a redução gradual da jornada máxima para 36h semanais, ao mesmo tempo em que o mercado segue acompanhando os desdobramentos da candidatura de Flávio Bolsonaro, que reafirmou não recuar. Ainda no Congresso, o avanço do projeto da dosimetria mantém a temperatura elevada entre governo, oposição e STF — pano de fundo que segue influenciando o prêmio de risco doméstico.
No Brasil, o foco econômico agora se volta às vendas do varejo e ao leilão do Tesouro, que podem calibrar a curva curta após a decisão do Copom. Entre empresas, a temporada de remuneração ao acionista continua forte: Copel (R$1,35 bi), Direcional (R$804m), Intelbras (R$300m) e Suzano (R$1,38 bi + aumento de capital de R$5 bi) reforçam o fluxo de dividendos — movimento que segue impulsionando remessas e pressionando o câmbio na margem.
Expresso Brasil e Mundo
Ibovespa: O Ibovespa subiu 0,69% e fechou aos 159.074,97 pontos em um pregão de forte expectativa por eventos macro, sustentado pelo terceiro corte consecutivo de juros pelo Federal Reserve, que reduziu a taxa em 25 bps e sinalizou trajetória mais parcimoniosa para 2026 e 2027. Enquanto isso, a leitura do IPCA de novembro no Brasil veio mais benigna que o esperado, reforçando percepção de desinflação mesmo com serviços ainda pressionados.
Juros futuros: Fecharam em queda, acompanhando o alívio externo após o Fed adotar tom menos duro que o esperado e cortar juros pela terceira vez seguida, ainda que a cautela política local e a proximidade da decisão do Copom tenham limitado a queda das taxas.
Mundo: Futuros das bolsas caem em Nova York com preocupação sobre os gastos das empresas com inteligência artificial após alerta da Oracle, que chegou a recuar mais de 10% antes da abertura depois que as vendas de serviços em nuvem ficaram abaixo das estimativas e a empresa elevou a previsão de gastos de capital em 2026 para US$ 50 bilhões.
Minério de ferro: Minério de ferro cai em Singapura refletindo demanda mais fraca e ajuste técnico após movimentos recentes, enquanto preocupações sobre a desaceleração na China seguem pressionando o sentimento em relação ao metal.
Petróleo: Petróleo recua acompanhando o movimento de queda em ativos de risco após inverter alta inicial, com mercado monitorando impacto da apreensão de petroleiro ligado ao Irã pela Marinha dos EUA na costa da Venezuela, adicionando tensões geopolíticas ao cenário.
De Olho nas Aços
Destaques
Fundos Imobiliários | O que esperar para 2026?
Neste relatório, fazemos uma breve retrospectiva do que marcou o mercado de fundos imobiliários em 2025 e apresentamos nossas principais perspectivas para 2026, abordando tanto os aspectos macroeconômicos quanto a visão para cada uma das principais classes de FIIs.
Klabin (KLBN11): Investor Day 2025 – Os fundamentos estão falando, o mercado não escuta
O evento nos deixou com uma perspectiva positiva, com custos reais estáveis há 4A apesar de IPCA acumulado de +14%. O guidance de Total Cash Cost segue em R$3.100–3.200/t 25E, sustentado por eficiência e venda de terras.
Economia
Por José Marcio Camargo
Dois Bancos centrais, duas narrativas
Ontem, tivemos decisões de política monetária nos Estados Unidos e no Brasil. Apesar dos resultados em termos de juros terem vindo amplamente em linha com o esperado pelo mercado, alguns pontos merecem destaque, sobretudo no que diz respeito à possíveis sinais de passos futuros.
As principais notícias do dia 11/12/25
💧 Saneamento | 11/12/2025
SBSP3 | Sabesp cumpre metas do Fator-U para 2024-2025
O que aconteceu? A Sabesp anunciou que atingiu 100% das metas do Fator-U previstas no contrato de concessão URAE-1 para o ciclo 2024-2025. Em novembro, concluiu obras importantes (coletores Rio das Pedras, Sacomã Montante, Jardim Benfica e Marcos Liberi), adicionando 15 mil novas economias para tratamento de esgoto. Com isso, somou 1.060.881 novas economias no período, beneficiando cerca de 3 milhões de pessoas. As metas de novas economias de água (ICA) e esgoto (ICE) já haviam sido cumpridas anteriormente. A entrega ocorreu um mês antes do prazo final, reforçando o compromisso da companhia com a universalização do saneamento até 2029. Os dados ainda serão auditados pela agência reguladora.
Opinião Genial: O cumprimento antecipado das metas do Fator-U é um sinal positivo para a Sabesp, pois reduz riscos regulatórios e reforça a percepção de eficiência operacional. Acreditamos que o atendimento ao Fator-U era algo amplamente esperado pelo mercado tendo em vista as prévias anunciadas ao longo do ano. Em nossa leitura, esse evento demonstra a boa capacidade de execuçao da empresa no primeiro ao pós-privatização e nos dá segurando para os próximos anos. Aos atuais níveis de preço, vemos a empresa negociando 1,4x EV/BAR – um valor muito modesto tendo em vista toda a história a ser tocada adiante.
Recomendação: Comprar
Preço-Alvo: R$200
🏦 Financeiro 11/12/2025
BRSR6 | Banrisul inicia negociação para renovar contrato da folha do Estado do RS
O que aconteceu? O Banrisul manifestou interesse em negociar a cessão onerosa do novo contrato de folha de pagamento dos servidores do Estado do RS, cujo ciclo atual encerra em junho de 2026. Para garantir transparência e independência, irá contratar assessoria externa e criou Comitê Especial Independente devido ao conflito de interesses com o controlador (Estado). (Fato Relevante, Banrisul RI e Genial)
Opinião Genial: A renovação da folha é estratégica para o core de consignados do Banrisul, com base relevante de servidores. Valor esperado inferior ao ciclo anterior reflete digitalização e mudanças no mercado; medidas de governança mitigam conflitos. Positivo para estabilidade de receitas, mas impacto limitado no valuation atual. O valor do contrato anterior da folha de pagamento dos servidores do Estado do RS, firmado pelo Banrisul em 2016 para um ciclo de 10 anos, foi de R$ 1,25 bilhão, com clausula de equilíbrio no 5o ano.
Recomendação: Manter
Preço-alvo: R$ 15,80
🏗️ imobiliário 11/12/2025
IGTI11 | Iguatemi anuncia venda minoritária de 4 shoppings
O que aconteceu? A Iguatemi assinou uma proposta vinculante para vender participações minoritárias em quatro de seus shoppings ao XPML11, totalizando R$ 372 milhões, valor que implica cap rate médio de 8% sobre o NOI projetado para 2025. As frações vendidas são 9% do Iguatemi Alphaville, 23,96% do Iguatemi Ribeirão Preto, 18% do Iguatemi São José do Rio Preto e 7% do Praia de Belas. O pagamento será feito parcialmente à vista (R$ 260,4 milhões) e o restante em dois aniversários subsequentes do fechamento, ambos corrigidos pelo CDI (R$ 37,2 milhões no 1º ano e R$ 74,4 milhões no 2º ano). Mesmo após a transação, a Iguatemi seguirá administrando e controlando os ativos. (Iguatemi e Genial)
🏦 Financeiro 11/12/2025
FGC avalia empréstimo emergencial ao Will Bank para viabilizar venda ao Mubadala
O que aconteceu? O FGC estuda conceder um empréstimo emergencial ao Will Bank, unidade do conglomerado Master colocada em regime de administração especial temporária pelo BC, para ajudar a destravar sua venda ao Mubadala, fundo soberano de Abu Dhabi. A operação pode incluir um empréstimo conversível em participação acionária, ainda sem definição de tamanho ou capitalização necessária. Um acerto com o FGC é o último ponto pendente para a conclusão do negócio, que já avançou entre as demais partes envolvidas, incluindo o interventor do Master. (Valor e Genial)
🛒 Tecnologia 11/12/25
INTB3 | Intelbras aprova R$ 300 mi em dividendos (R$ 0,92/ação)
O que aconteceu? A Intelbras aprovou distribuição de R$ 300 milhões em dividendos, equivalendo a R$ 0,92 por ação, com pagamento em 23 de dezembro e data ex-dividendos a partir de 16 de dezembro. O dividend yield estimado é de 7,1%. (Bloomberg e Genial)
Recomendação: Manter
Preço-alvo: R$ 18,00
🏗️ Imobiliário 11/12/25
DIRR3 | Direcional distribui R$ 804 mi em dividendos (R$ 1,55/ação)
O que aconteceu? A Direcional aprovou R$ 804 milhões em dividendos intermediários, equivalendo a R$ 1,55 por ação, com pagamento em 23 de dezembro. O total distribuído em 2025 chega a R$ 1,45 bilhão, com dividend yield de 9%. (Fato Relevante, RI e Genial)
🥩 Alimentos (Frigoríficos) | 11/12/2025
BEEF3 | Minerva anuncia dividendos intermediários
O que aconteceu? A Minerva aprovou a distribuição de dividendos intermediários no montante total de R$162,1m (R$0,16455/ação, excluindo ações em tesouraria). O pagamento representa um dividend yield de 2,6% 25E. Terão direito aos dividendos os acionistas posicionados em 15/dez/2025, com as ações passando a ser negociadas ex-dividendos a partir de 16/dez. O pagamento será realizado em parcela única no dia 29/dez de 2025, sem correção monetária entre a data de declaração e a data efetiva de pagamento. Os dividendos serão imputados ao dividendo mínimo obrigatório referente ao exercício de 2025 (CNN e Genial).
Recomendação: Comprar
Preço-alvo: R$8,75
