
Fique por dentro das principais informações do mercado financeiro nesta sexta-feira, 14 de novembro.
Chegamos ao fim de mais uma temporada de resultados
Mais um, menos um.
Resumo do dia
A bolsa virou para queda, com rotação em NY de tecnologia para velha economia e maior aposta de manutenção dos juros em dezembro. O Ibovespa caiu 0,30%, aos 157.162 pontos, com R$ 22,8 bi em volume.
Aqui, balanços pesaram. HAPV3 afundou 42,2% após resultado fraco e rebaixes, enquanto BBAS3 cortou guidance e mostrou inadimplência pior. Leilão robusto do Tesouro elevou vértices e o dólar foi a R$ 5,315.
No radar, ruído político, varejo fraco e rumores de CAPEX menor na PETR4, que negou plano fechado. Entre piores, HAPV3, RAIZ4, BRKM5, além de quedas em UGPA3 e RENT3. À noite, novos balanços podem ditar o tom.
Expresso Brasil e Mundo
Ibovespa: O Ibovespa caiu 0,30% e fechou aos 157.162,43 pontos, movimento influenciado pelo mau humor global diante das fortes baixas em Wall Street, onde o pessimismo com valuations de tecnologia pressionou a Nasdaq e contaminou mercados emergentes. No Brasil, o varejo mais fraco em setembro e revisões do governo para PIB e inflação adicionaram cautela.
Juros futuros: Subiram nos vencimentos médios e longos, acompanhando a alta dos yields das Treasuries após o fim do shutdown nos EUA e um leilão fraco de títulos de 30 anos, em meio à cautela dos investidores antes de novos dados da economia americana.
Mundo: As bolsas globais aprofundam perdas com temor de mudança do Fed para uma postura mais dura, enquanto investidores reduzem apostas em corte de juros em dezembro após comentários cautelosos de dirigentes da instituição.
Minério de ferro: Minério opera de lado. Na China, a produção de aço caiu 12% em outubro, para 72 milhões de toneladas devido a demanda fraca, margens reduzidas e cortes de produção determinados por políticas governamentais.
Petróleo: O petróleo avança com risco à oferta russa após ataque ucraniano ao porto de Novorossiysk e novas sanções dos EUA compensarem temores de excesso de oferta.
De Olho nas Aços
(PSSA3) | Resultado 3T25
Nossa primeira leitura do resultado do 3T25 da Porto é positiva. A seguradora reportou lucro líquido de R$ 832m, avanço de +12,6% a/a, ainda que com leve queda de -5,3% t/t, mas em linha com o consenso e com nossas estimativas. O ROE consolidado foi de 22,9% (+0,3 pp a/a; –2,2 pp t/t), marcando o quinto trimestre consecutivo com rentabilidade acima de 20%, consolidando como novo patamar. Do lado operacional, os prêmios ganhos cresceram +4,6% t/t e +10,7% a/a, enquanto as receitas de operações de crédito (Porto Bank) avançaram +2,6% t/t e +25,1% a/a. Já a receita de Serviços recuou levemente (–3,0% t/t; –2,4% a/a). A melhora anual do resultado reflete principalmente o bom desempenho das unidades de Saúde e Bank, além do forte crescimento do resultado financeiro, que segue beneficiado pela Selic elevada.
Destaques
JBS (JBSS32) I Resultado 3T25: Entrando em dieta
EBITDA somou US$1,8b (+5,5% vs. Est.; +4,6% t/t; -14,8% a/a), resultando em margem de 8% (flat vs. Est.), com tênue compressão sequencial (-0,2p.p. t/t) e deterioração significativa na base anual (-2,7p.p. a/a), movimento que reflete uma operação entrando em uma “dieta menos calórica”.
IRB Re (IRBR3) | Resultado 3T25: ROE Volta a Cair, Mesmo que Momentaneamente
O IRB Resseguros apresentou um resultado mais fraco que o esperado no 3T25, interrompendo a sequência de melhora operacional dos últimos trimestres.
BMG (BMGB4) | Resultado 3T25: Lucro Avança, Mas Receita Segue Sob Pressão
O Banco BMG reportou lucro líquido recorrente de R$ 148 milhões no 3T25, alta de +18,4% t/t e +12,9% a/a, em linha com nossas estimativas.
Inter (INBR32) | Resultado 3T25: Receita Forte e Eficiência Recorde Impulsionam Rentabilidade
O Inter (INBR32) reportou lucro líquido recorrente de R$ 336 milhões no 3T25, alta de +6,7% t/t e +38,6% a/a, em linha com o consenso e nossas estimativas.
Cyrela (CYRE3) | Resultado 3T25: Lançamentos fortes, vendas arrefecendo…
A Cyrela reportou resultados sólidos no 3T25, superando o consenso em margem e lucro, ainda que receita e ROE tenham ficado levemente abaixo.
Localiza (RENT3) | Resultado 3T25: operacional positivo, mas com headline poluído
A Localiza divulgou um resultado poluído, mas que, na nossa avaliação, carrega mensagens estruturalmente positivas, especialmente do ponto de vista de eficiência e recomposição de rentabilidade nos negócios de aluguel.
Cemig (CMIG4) | Resultado 3T25: Sob pressão!
A Cemig apresentou resultados abaixo das nossas estimativas e do consenso. Esse trimestre foi marcado por uma ligeira deterioração nos resultados do negócio de distribuição, impulsionada pela queda da energia distribuída no mercado cativo (especialmente nos segmentos industrial e comercial, devido a migração de clientes cativos para a geração distribuída) e por um ambiente ainda desafiador em perdas, apesar da manutenção dos indicadores dentro dos limites regulatórios.
Economia
Por José Marcio Camargo
Varejo mostra nova perda de tração em setembro.
O resultado da Pesquisa Mensal do Comércio (PMC) de setembro confirmou um ambiente de desaceleração no varejo brasileiro. O volume de vendas do varejo restrito recuou 0,3% m/m, frustrando expectativas tanto do mercado quanto das nossas projeções, que apontavam para avanço moderado. O dado desfaz parcialmente o ganho de agosto e reforça que a política monetária contracionista continua afetando o setor.
⌕ Leia o relatório completo aqui
As principais notícias do dia 14/11/25
🏥 Saúde
HAPV3 | Recompra tenta conter pressão após queda acentuada das ações
O que aconteceu? A Hapvida aprovou um novo programa de recompra de até 70 milhões de ações, válido por 18 meses a partir de 13 de novembro, em substituição ao anterior. O anúncio veio após a queda de 4% das ações no pregão pós-resultado, em meio à leitura negativa sobre queima de caixa e sinistralidade acima do esperado.
Opinião Genial: O movimento parece uma resposta direta à pressão de venda no papel, possivelmente causada por redução de posição de grandes fundos. Em um ativo com liquidez média de R$173 milhões/dia, saídas, ainda que parciais, porém simultâneas podem ter amplificado a correção. A recompra busca estabilizar o papel e sinalizar confiança da gestão.
🏦 Serviços Financeiros
ROXO34 | Nubank supera expectativas e lucra US$ 783 mi no 3T25
O que aconteceu? O Nubank reportou lucro líquido de US$ 783 milhões no 3T25, alta de 39% a/a e acima do consenso da LSEG (US$ 757 milhões). A carteira de crédito avançou 42% a/a, alcançando US$ 30,4 bilhões, enquanto a inadimplência de 90 dias ficou em 4,2%, em linha com os padrões sazonais. A receita total cresceu 39% a/a, para US$ 4,2 bilhões, impulsionada pelo aumento da NII (+32% a/a), apesar de uma queda de quase 1 pp na NIM, para 17,3%. O ROE anualizado atingiu 31%, patamar recorde, e o índice de eficiência recuou para 27,7%, refletindo ganhos contínuos de escala e produtividade. (MoneyTimes e Genial)
💻 Tecnologia
BMOB3 | Bemobi: lucro +89%, TPV R$ 2,9 bi no 3T25
O que aconteceu? Receita R$ 187,5 mi (+22% a/a), EBITDA ajustado R$ 62,7 mi (+24% a/a), lucro ajustado R$ 46,8 mi (+89% a/a) e TPV R$ 2,9 bi (+38% a/a). (Bmobi, InfoMoney e Genial)
🛒 Varejo
GMAT3 | Lucro dispara para R$ 850 mi no 3T25, receita acelera e EBITDA acompanha
O que aconteceu? O Grupo Mateus reportou lucro líquido de R$ 850,5 milhões no 3T25 (amparado por reversões de provisões), alta de 152,5% a/a, com receita líquida de R$ 10,7 bilhões, crescimento de 29,1% a/a, e EBITDA de R$ 833,2 milhões, avanço de 28,5% a/a, números divulgados após o fechamento, com conferência hoje às 10h BRT. (Grupo Mateus e Genial)
⚡ Energia Elétrica
Setor | Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) inclui na pauta análise de novos modelos de tarifas de energia
O que aconteceu? O CNPE determinou a inclusão em sua próxima reunião da análise de uma proposta que permitirá a adoção de novos modelos tarifários no setor elétrico brasileiro. A resolução a ser discutida recomenda à Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) que avalie modalidades diferenciadas de precificação, como tarifas que variem conforme o horário de consumo ou mesmo sistemas de pré-pagamento. (Valor e Genial)
Opinião Genial: A movimentação marca um passo importante para a modernização tarifária no setor elétrico, sinalizando que o regime atual (concebido há décadas) pode dar lugar a uma estrutura mais flexível, alinhada às mudanças tecnológicas (como geração distribuída, smart meters e demandas variáveis) e ao perfil dinâmico dos consumidores. Isso abre espaço para que distribuidoras e comercializadoras repensem seus modelos de negócio e adaptem suas operações aos novos incentivos de consumo.
Recomendação: –
Preço-alvo: –
⛽ Petróleo & Gás
Braskem S.A. (BRKM5) | Bancos e Novonor S.A. chegam a consenso sobre acordo de controle
O que aconteceu? Fontes indicam que os principais credores bancários da petroquímica Braskem e o atual controlador Novonor alcançaram um consenso para fechar um acordo que permitirá a transferência de controle da empresa para a gestora de ativos IG4 Capital, com possível participação de Petrobras S.A. no novo arranjo. As negociações envolvem a assunção de cerca de R$ 20 bilhões de dívida da Novonor em troca de participação majoritária na Braskem, o que abriria caminho para reestruturação da empresa e capitalização. (Reuters e Genial)
Opinião Genial: Este acordo, se concretizado, pode representar um ponto de inflexão para a Braskem, reduzindo a incerteza sobre controle acionário, liquidez e responsabilidades ambientais que afetavam sua precificação. A entrada de um novo controlador com alinhamento aos credores e potencial aporte de capital pode melhorar a governança, reforçar credibilidade e impulsionar reavaliação positiva de ações. Por outro lado, o processo ainda depende de aprovações regulatórias e estrutura de transação que equilibre interesses de Novonor, bancos, Petrobras e novo investidor.
Recomendação: –
Preço-alvo: R$ –
⚡ Energia Elétrica
Setor | Veto trecho da MP do setor elétrico que poderia gerar impacto de R$ 7 bilhões nas contas de luz
O que aconteceu? O presidente Lula decidiu vetar parte da Medida Provisória que reforma o setor elétrico, cancelando dispositivo que permitiria o repasse de custos de curtailment (limitação da geração de usinas renováveis) aos consumidores. A medida resultaria em impacto estimado de cerca de R$ 7 bilhões nas tarifas de energia. (Valor e Genial)
Opinião Genial: O veto representa um passo claro para conter o impacto direto da reforma setorial sobre a tarifa elétrica, reduzindo o risco de aumento imediato nas contas de luz. Entretanto, a compensação dos custos do curtailment para os operadores deixa de existir – o que é naturalmente negativo para os cases expostos e fontes renováveis.
Recomendação: –
Preço-alvo: –
