Confira as principais notícias que irão movimentar o mercado de ações: Mercado Livre (MELI34), Porto Seguro (PSSA3), Arezzo (ARZZ3) e Itaú (ITUB4).
Expresso Bolsa
O Ibovespa fechou a quarta-feira em baixa de -1,85%, alcançando os 107,1k. No cenário externo, o temor por uma recessão global se renova. A ata do Fed focada no risco inflacionário, e dados da economia americana ainda fortes reforçaram a expectativa de um pouso forçado do ciclo de aperto monetário na principal economia do mundo, o que prejudicou a performance de bolsas lá fora.
Já no cenário local, o principal índice da bolsa brasileira refletiu o movimento de seus pares externos. Em dia de pregão reduzido por causa do carnaval, a perspectiva de aceleração da inflação trazida pelo Boletim Focus afetou a curva futura de juros brasileira, que fechou o dia em alta, impactando negativamente os ativos de risco locais.
Novos relatórios
Mercado Livre (MELI34) | Prévias 4T22: Uma andorinha só não faz verão
Monitor de Atividade | Apesar de sinais marginais positivos, desaceleração já está em curso
O que aconteceu no mercado?
Porto Seguro (PSSA3): O desastre do carnaval
Não foi esperado! No carnaval deste ano ocorreu um desastre nas praias do litoral norte de São Paulo devido as chuvas, o que ocasionou em desabamento de morros e enchentes fazendo estragos em casas e veículos.
Qual a situação? Segundo a Federação Nacional de Seguros Gerais (FenSeg), as seguradoras atenderam 2,7 mil chamados de veículos. O número de chamados deve aumentar, já que ainda não foram contabilizados os veículos de terça-feira (21). A Porto Seguro atendeu até o dia 20/fev 546 acionamentos.
O que esperar? Acreditamos que o ocorrido deva impactar negativamente o resultado do 1T23 devido aos sinistros ocorridos. Porém, ainda temos uma visão positiva para a empresa em 2023 devido as mudanças que estão ocorrendo na companhia e no cenário de seguros.
ARZZ3
CADE aprova aquisição
A Arezzo comunicou ontem a aprovação sem restrições por parte do CADE da aquisição da companhia de calçados Vicenza. Caso não haja nenhuma manifestação do Tribunal do CADE ou de algum terceiro interessado até dia 10 de março, a decisão em relação à aquisição será oficializada e passa a ser definitiva. (Arezzo e Genial)
ITUB4
PIX parcelado
O Itaú irá permitir que seus clientes parcelem o PIX em até 72 vezes (pessoa física e jurídica) por meio de uma modalidade de crédito pessoal. A função de parcelamento será permitida para compras a partir de R$ 80 e o vendedor irá receber à vista. A nova função deve ficar disponível para todos os clientes até o final de abril. (Broadcast e Genial)
AUTO
Semicondutores “made in Brazil”
Com a falta de chips voltando a atrapalhar as montadoras, o governo estabeleceu um plano para diminuir a dependência do Brasil à importação desses componentes. As medidas incluem: redução de tributos, redução na burocracia na importação de insumos para chips e estímulo ao treinamento de profissionais qualificados. (O Globo e Genial)
FRIGORÍFICOS
Suspensão de exportação de carne bovina brasileira à China
O Ministério da Agricultura suspendeu as exportações de carne bovina para a China, seguindo protocolo sanitário oficial, após um caso do “mal da vaca louca” ter sido confirmado no Pará. Segundo o Ministério, o comunicado sobre o caso já foi feito à Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA), e as amostras foram enviadas para seu laboratório de referência no Canadá a fim de averiguar se o caso é atípico (e, assim, se não representa risco de disseminação). (Reuters e Genial)
De olho na economia
A tão aguardada Ata do FOMC
Após as falas impactantes da semana passada de dois presidentes regionais do Fed (Loretta Mester e James Bullard) de viés mais “hawkish”, defendendo que havia argumentos convincentes para uma alta de juros de 50 pontos-base, a Ata do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC) divulgada ontem (22/02) relativa à reunião dos dias 31 de janeiro e 01 de fevereiro era um documento amplamente aguardado.
A Ata destacou que o Comitê segue comprometido em trazer a inflação para a meta de 2,0%, o mercado de trabalho continua apertado, os gargalos nas cadeias de suprimentos diminuíram, mas que os desafios permanecem. No que diz respeito à atividade econômica, os dirigentes enxergam que o crescimento abaixo da tendência que será necessário para reduzir a inflação, assim como as altas contínuas de juros que são projetadas, farão o PIB norte-americano desacelerar ainda mais em 2023 comparativamente a moderação da atividade já ocorrida em 2022, contribuindo para manter as chances de ocorrência de uma recessão esse ano em patamares elevados.
Essa última parte se opõe ao nosso cenário base de que a economia americana conseguirá evitar uma recessão em 2023, além de não estar de acordo com a divulgação de vários dados que apontam para uma maior pujança da economia. Recentemente, vieram particularmente fortes os dados de mercado de trabalho, vendas no varejo e índice de preços ao produtor.
No tocante a taxa de juros, a Ata destaca que alguns membros foram a favor de um aumento da fed funds rateem 50 pontos-base, mas que, ao mesmo tempo, a diminuição de magnitude da alta dos juros permitiria uma melhor análise do real estado da economia e um melhor gerenciamento de riscos. Apesar dessa dissidência interna, é pouco provável que voltemos a ver altas de juros de 50 pontos-base nesse ciclo atual. Com os dados recentes mostrando uma economia mais resiliente do que a esperada, as três altas de juros de 25 pontos-base projetadas para esse primeiro semestre de 2023 podem se transformar em quatro, o que levaria a taxa terminal para 5,50% (limite superior), ou então o Comitê pode optar por manter o plano de voo inicial (taxa terminal em 5,25%), mas mantê-la nesse patamar por mais tempo do que inicialmente previsto.
Renda Fixa
A deterioração das projeções da Focus, divulgada ontem, somou-se ao exterior pesado após a ata do FOMC, para puxar a curva do DI, que fechou em alta em todos os vértices, enquanto a estabilidade nas estimativas da taxa Selic indica que o mercado não descartou a mudança nas metas de inflação e espera uma política monetária mais flexível.
A projeção do IPCA deste ano subiu 10 bps, para 5,89%, e a do IPCA de 2024, que já estava em 4%, oscilou para 4,02%. Mas foram as expectativas inflacionárias de longo prazo que surpreenderam, indicando as incertezas fiscais e da política monetária.
A mediana de 2025 disparou de 3,60% para 3,78% (meta de 3%) e a de 2026 (sem meta definida) disparou 20 bps, para 3,70%.
Cripto
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