
Fique por dentro das principais informações do mercado financeiro nesta segunda-feira, 14 de julho.
Na edição de hoje
Donald Trump não tirou o pé do acelerador: depois do Brasil e Canadá, agora México e União Europeia são os alvos de tarifas de até 30%, acirrando a guerra comercial às vésperas da eleição. O Ibovespa não escapou do estresse e emendou a pior semana desde 2022, mesmo com a ajuda de Vale e commodities.
Nos destaques corporativos, a Shein vira credora da Coteminas, a CSN é forçada a se desfazer da posição em Usiminas, e a fusão BRF-Marfrig patina mais uma vez e assembleia é adiada.
Lá fora, Nvidia encosta nos US$ 4 tri e petróleo sobe à espera do “grande anúncio” de Trump sobre a Rússia. Prepare-se: os próximos movimentos do mercado serão guiados mais por um dia de geopolítica.
Expresso Brasil e Mundo
Ibovespa: O Ibovespa encerrou a sexta-feira em queda de 0,41%, aos 136.187 pontos, completando a quinta baixa consecutiva e acumulando perda semanal de 3,59%, a pior desde dezembro de 2022. A semana foi marcada pela escalada protecionista dos Estados Unidos, com destaque para a tarifa de 50% sobre exportações brasileiras e, hoje, a imposição de um novo imposto de 35% sobre importações do Canadá, ampliando o estresse global. O presidente Lula prometeu reagir diplomaticamente às medidas e o Ministério da Fazenda avaliou impacto limitado das tarifas no crescimento de 2025, ainda que alertando para possíveis pressões sobre câmbio e inflação. No Brasil, o setor de serviços avançou 0,1% em maio, sustentando a atividade, embora em ritmo mais moderado.
Juros futuros: Fecharam em leve alta com novas falas de Trump e intensificação da guerra comercial dos EUA. O DI com vencimento em janeiro/2026 ficou em alta de 1 ponto-base a 14,945%. Já os DIs com vencimentos em janeiro/2027 e janeiro/2029 fecharam em alta de 3 pontos-base.
Mundo: Bolsas globais recuam depois que Donald Trump voltou a acirrar as tensões comerciais ao anunciar uma tarifa de 30% sobre importações da União Europeia e do México, com vigência a partir de 1º de agosto Tarifas testam a resiliência do mercado, após uma série de medidas comerciais da última semana que geraram incerteza justamente quando o S&P 500 era negociado perto de máximas históricas.
Minério de ferro: Minério de ferro sustenta ganhos das sessões anteriores antes de PIB chinês, que será divulgado às 23:00 e pode mostrar que a economia do país se expandiu mais do que a meta do governo, de 5%, no último trimestre.
Petróleo: Petróleo sobe, na sequência de alta forte na sexta, com foco em guerra comercial e possibilidade de “grande” anúncio prometido por Trump sobre a Rússia para esta segunda-feira.
Em Destaque
Commodities | Implicações das Tarifas de 50%: Tudo em prol do dólar
Como a taxação do Presidente Donald Trump afeta as empresas brasileiras?
Vale (VALE3) | Prévia Operacional 2T25: Desacoplando da sazonalidade
Novos Conteúdos
Expresso Bolsa Semanal: Novas tarifas, Ibovespa em baixa, Bitcoin renova máxima
Os mercados globais seguem sob a influência da trajetória incerta do dólar e das tarifas propostas por Trump, enquanto as bolsas americanas e europeias renovam máximas históricas sustentadas pela baixa.
IPCA (Jun/25): Apesar da surpresa altista, qualitativo é melhor do que o esperado
O IPCA de junho registrou variação de 0,24% m/m, acima da expectativa de mercado de 0,20% m/m (Broadcast+) e da nossa projeção de 0,21% m/m.
PMS (Mai/25): Desempenho dos serviços corrobora expectativa de lenta desaceleração da economia
Em maio, o setor de serviços registrou alta de 0,1% m/m, vindo pior do que o esperado pelo mercado (0,2% m/m, Broadcast+).
Economia
Por José Marcio Camargo
Tarifas: razões e reações
O conteúdo da carta enviada pelo Presidente Trump informando que o Brasil seria penalizado com uma alíquota de 50% sobre todas as suas exportações para os Estados Unidos, indica que a decisão tem pouco ou nada com questões econômicas ou com questões comerciais entre os dois países, mas sim com questões relacionada a segurança interna do país, como declarou o diretor do Conselho Econômico Nacional dos Estados Unidos, Kevin Hassett ontem.
De olho nas Ações
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As principais notícias do dia 14/07/25
🌎 Macro
TRUMP | EUA anunciam tarifa de 30% sobre importações do México e da União Europeia a partir de 1º de agosto
O que aconteceu? Donald Trump, presidente dos EUA, enviou cartas a líderes globais anunciando tarifas de 30% sobre todas as importações do México e da União Europeia, com vigência a partir de 1º de agosto. A decisão afeta diretamente cadeias de suprimento transatlânticas e reexportações, com ameaça explícita de escalada caso a UE reaja. No caso mexicano, a justificativa foi o combate ao fentanil, responsabilizando o país por não conter os cartéis. Já na UE, o argumento é o déficit comercial persistente e a falta de reciprocidade nas regras tarifárias, com pedidos por maior acesso ao mercado europeu. (G1 e Genial)
⛽ Petróleo & Gás
PETR4 | Número de sondas de perfuração nos EUA cai para o menor nível desde 2021
O que aconteceu? O número de sondas ativas de petróleo nos EUA caiu em 11 semanas consecutivas, segundo dados da Baker Hughes. Na semana encerrada em 11 de julho, havia apenas 537 sondas em operação — sendo 424 de petróleo — o que representa o menor patamar desde outubro de 2021 (Oil Price & Genial)
Opinião Genial: A redução contínua das sondas indica que os produtores americanos estão adotando postura cautelosa diante da incerteza de preços. Embora o EIA projete produção estável ou ligeiramente maior, a queda nas sondas reflete preocupação com margens, já que muitos frackers só são lucrativos com Brent acima de US$ 60–70/barril. Para a Petrobras e demais produtoras, o recuo da oferta nos EUA pode proporcionar limites superiores aos preços do petróleo, beneficiando margens e geração de caixa. Contudo, o cenário reforça a volatilidade e exige monitoramento contínuo das tendências de produção.
Recomendação: Manter
Preço‑alvo: R$ 48,00
🏭 Mineração e Siderurgia
TRF-6 impede recurso ao STJ e obriga CSN a sair do capital da Usiminas
O que aconteceu? O Tribunal Regional Federal da 6ª Região (TRF-6) negou recurso do CADE que pretendia levar ao STJ o caso da participação acionária da CSN na Usiminas. A decisão acelera o desfecho de um impasse que se arrasta há quase 12 anos, ao obrigar que o CADE finalize o processo e viabilize a saída definitiva da CSN do bloco de controle da concorrente mineira. Em decisão recente, o órgão já havia dado prazo de 60 dias para que a CSN apresentasse um plano de venda de suas ações na Usiminas (Valor e Genial).
Recomendação: Manter
Preço-Alvo: R$9,50
🥩 Alimentos
CVM adia novamente AGE da BRF por falta de transparência em fusão com Marfrig
O que aconteceu? A CVM decidiu postergar, mais uma vez, a Assembleia Geral Extraordinária (AGE) da BRF (BRFS3), originalmente remarcada para 14 de julho. O adiamento, aprovado por unanimidade, atende a pleitos de acionistas minoritários que apontam ausência de informações fundamentais sobre a proposta de incorporação da BRF pela Marfrig (MRFG3), especialmente em relação à relação de troca entre ações. Mesmo após exigência anterior da CVM, os documentos entregues em 23/06 omitiam projeções financeiras e números sensíveis, gerando assimetria informacional entre os minoritários e a controladora.
Opinião Genial: Consideramos o novo adiamento negativo no curto prazo, pois amplia a incerteza regulatória e jurídica sobre a operação. O episódio reforça as preocupações com transparência e tratamento equitativo aos minoritários, o que pode pressionar os papéis no curto prazo, como já observado na performance recente de BRFS3 e MRFG3. Vale pontuar, no entanto, que já havíamos apontado a possibilidade de reverberação da insatisfação dos acionistas minoritários da BRF quanto à relação de paridade de permuta de ações em 0,8521.
BRFS3
Recomendação: Manter
Preço-Alvo: R$19,50
MRFG3
Recomendação: Comprar
Preço-Alvo: R$26,00