Fique por dentro das principais informações do mercado financeiro nesta sexta-feira, 26 de setembro.

Mais um não

O antitruste uruguaio bateu a porta mais uma vez: Minerva não leva as plantas da Marfrig. O contrato já expirou e a novela segue, deixando mercado no compasso de espera.

Resumo do dia

O Ibovespa perdeu fôlego nesta quinta-feira e encerrou em queda de 0,81%, aos 145.306 pontos. A sessão já vinha pressionada pela fadiga do rali em Wall Street e acelerou as perdas após a notícia de que Tarcísio de Freitas deve comunicar a Jair Bolsonaro que ficará em São Paulo para buscar a reeleição em 2026. O dólar subiu a R$5,37 e a curva de juros abriu até 11,5 pontos-base, refletindo tanto a incerteza política quanto o tom duro do Relatório de Política Monetária. 

No radar corporativo, Cosan (CSAN3) e Assaí (ASAI3) estiveram entre as maiores quedas, enquanto Natura (NATU3) e Magazine Luiza (MGLU3) figuraram entre as poucas altas. No exterior, Wall Street caiu pelo terceiro dia consecutivo, com múltiplos do S&P500 no nível mais esticado desde a bolha da internet, e investidores atentos ao PCE de amanhã para calibrar apostas sobre a política do Fed. 

Expresso Brasil e Mundo

Ibovespa: O Ibovespa caiu 0,81% nesta quinta-feira, aos 145.306,23 pontos, pressionado por dados do IPCA-15 no Brasil, que desacelerou, mas ainda preocupa, e pela revisão para cima do PIB e da inflação nos EUA, reforçando cautela antes do PCE.

Juros futuros: Fecharam em alta seguindo a dinâmica externa e as fala de Galípolo reiterando a preocupação em levar a inflação à meta.

Mundo: Os futuros de Nova York avançam nesta sexta (26) com expectativa pelo PCE, indicador de inflação preferido do Fed. O dado ganhou peso após emprego mais forte e PIB do 2º tri revisado para 3,8%, o que reduziu a confiança em novos cortes de juros neste ano.

Minério de ferro: Minério de ferro fecha em queda de -1,74% em Dalian na China, cotado a US$ 110,74/ton.

Petróleo: Petróleo caminha para o maior ganho semanal em 3 meses.

Skin in the Game

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Destaques

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Papel & Celulose:  Instinto de sobrevivência

A ausência de melhora no balanço entre excesso de oferta vs. a demanda de celulose, somada à pressão contínua sobre as margens do downstream, nos indica que os preços da BHKP podem seguir sem muito fôlego para uma recuperação mais consistente.

→ Leia o relatório completo

Economia

Por José Marcio Camargo

BC mantém tom cauteloso diante de mercado de trabalho aquecido e expectativas desancoradas

O Relatório de Política Monetária (RPM) do terceiro trimestre, divulgado ontem, reforçou a percepção de que o Banco Central seguirá adotando uma postura cautelosa na condução da política monetária. Apesar dos sinais de arrefecimento da atividade econômica — evidenciados por diversos indicadores antecedentes e setoriais — e de alguma moderação na inflação corrente nos últimos meses, o mercado de trabalho ainda aquecido e a desancoragem das expectativas de inflação impedem, por ora, o início de um ciclo de flexibilização monetária.

⌕ Leia o relatório completo aqui

As principais notícias do dia 26/09/25

🥩 Alimentos (frigoríficos)26/09/2025

BEEF3 & MBRF3 | Uruguai nega compra de frigoríficos da Marfrig pela Minerva mais uma vez

O que aconteceu? A COPRODEC, autoridade antitruste do Uruguai, negou novamente a aprovação da compra de três plantas de abate da Marfrig pela Minerva, localizadas em San José, Salto e Colonia. Essa não foi a primeira negativa do órgão, que já havia barrado a operação em ocasiões anteriores, embora as companhias tenham recorrido. Na última tentativa, a Minerva havia proposto a revenda da planta de Colonia para o grupo indiano Allana, especializado em carne halal, a fim de reduzir a concentração de mercado. Ainda assim, a companhia continuaria com >30% do mercado de carne bovina uruguaio (<40%, segundo nossos cálculos). O contrato original, que previa pagamento de R$675m (ou R$750m com juros) pelas plantas, já havia sido considerado expirado pela Marfrig em início de setembro, enquanto a Minerva sustentava outra interpretação e aguardava a decisão final (Valor e Genial).

Opinião Genial: Há um desacordo explícito entre as companhias quanto à validade do contrato. Sem uma decisão oficial até o momento, adotamos uma postura cautelosa e não atribuímos efeitos concretos ao caso. O desfecho dependerá das autoridades legais e regulatórias; portanto, acreditamos que, por ora, o mais adequado é apenas monitorar os próximos passos. Para balizar o debate, nosso estudo apontou que as três plantas no Uruguai poderiam adicionar +R$200m emEbitda anualizado incremental — diferença entre os R$1,5b inicialmente divulgados e o pro forma anualizado das demais operações (~R$1,3b). Caso a unidade de Colonia represente ~50% desse montante, um cenário sem Colonia implicaria em incremento de +R$100m. Em paralelo, para as 13 plantas já anunciadas (11 BR, 1 AR, 1CL), estimamos +R$960m emEbitda incremental anualizado (+28% vs. +R$750m indicados pela Marfrig).

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✈️ Airlines | 26/09/2025

AZUL4 | Azul encerra negociações de fusão e codeshare com Gol

O que aconteceu? A Azul anunciou o fim das tratativas de fusão com a Abra, controladora da Gol, além da suspensão do acordo de codeshare firmado em maio de 2024. As passagens já emitidas continuarão válidas, mas novas vendas dentro do codeshare estão encerradas.

Opinião Genial: A decisão reforça a dificuldade de avançar em uma combinação societária no setor aéreo, ainda mais diante do processo de Chapter 11 da Azul nos EUA. Além disso, vemos como um movimento de antecipação à uma possível decisão contrária do Cade, que chegou a questionar os acordos de codeshare entre as duas cias.

🚗 Locação | 17/09/2025

VAMO3 | Vamos capta US$ 350 milhões em bonds com taxa de 9,25%

O que aconteceu? A Vamos concluiu hoje a emissão de US$ 350 milhões em bonds de cinco anos com taxa de 9,25%. A operação atraiu demanda de US$ 675 milhões, abaixo da expectativa inicial, já que a companhia pretendia captar até US$ 500 milhões. Os recursos serão utilizados para pagamento de dívidas e alongamento de prazos.

Opinião Genial: A emissão expõe a dificuldade de financiamento da Vamos: a taxa de 9,25% em dólar é elevada e a demanda abaixo do esperado mostra apetite limitado do mercado. Apesar de garantir liquidez de curto prazo e alongamento do perfil de dívida, a operação sinaliza pressão no custo de capital da companhia

🏦 Financeiro 26/09/2025
SANB11 | Santander Brasil anuncia recompra de até R$ 1 bi
O que aconteceu? O Santander Brasil aprovou novo programa de recompra de até 37,5 milhões de units, equivalentes a aproximadamente R$ 1 bilhão considerando o preço de fechamento de ontem (R$ 28,58/unit), aproximadamente 1% do market cap do banco. Segundo o banco, a recompra tem como objetivo maximizar a geração de valor aos acionistas e viabilizar programas de remuneração de executivos e funcionários, inclusive via ADRs listados em Nova York. O programa terá prazo de 18 meses, com encerramento em 26 de março de 2027. (Valor e Genial)
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