Expresso Bolsa
O IBOV fechou a sexta-feira caindo 1,86%, alcançando os 107,9k e acumulando 10,1% de queda em abril. Apesar do alívio das declarações do governo chinês sobre suas metas para desenvolvimento econômico e social, as notícias em solo americano acabaram se sobrepondo às demais e acabamos seguindo às baixas das bolsas americanas.
O que aconteceu no Mercado?
Movida (MOVI3) | 1T22 forte como esperado!
Operacional muito forte! Destacamos: i) o forte desempenho do RAC com novos aumentos de tarifa média, 7,5% maior que no 4T21, atingindo os R$127 reais de diária média e ii) o bom volume de vendas de seminovos, com aumento de 22,1% no número de carros vendidos frente ao trimestre anterior. Os números vieram em linha com as estimativas do mercado.
Reportado | Var t/t | Expectativa do Mercado
1️⃣ Receita líquida: R$2,0b | +13% | R$2,0b
2️⃣ EBITDA: R$863m | +11% | R$853m
3️⃣ Lucro líquido: R$258m | -6,7% | R$261m
4️⃣ Margem EBITDA: 43,9% | -0,7pp | 42,3%
5️⃣ ROIC LTM: +16,4% | +1,1pp | —
Avaliação! A Movida fechou todos os gaps operacionais que existiam em relação aos seus principais concorrentes. O desconto relativo em relação aos seus pares devido ao o custo da dívida é exagerado na nossa visão.
ITUB4
Exercendo opção de compra
O Itaú adquiriu 11,36% do capital da XP por R$ 8b, resultado de uma obrigação contratual celebrada 2017. Em 2017 o Itaú tentou adquirir a XP, mas o Banco Central vetou a aquisição do controle. A compra ocorreu ao valuation de 19x lucro (vs. 19,5x a que a XP negocia hoje). A recente queda das ações da XP fez com que os múltiplos do exercício e de mercado convergissem, diminuindo o potencial de ganho do Itaú com a compra. As ações da XP vêm sendo pressionadas pela oferta de suas ações pela Itaú, que recebeu a participação após a cisão entre Itaú e XP. A Itaúsa já vendeu 3,54% do capital da XP e ainda possui 11,5%. Esperamos que o Itaú venda a nova participação a mercado, dado alto custo e tempo de processo de cisão. (Itaú, Itaúsa, Brazil Journal e Genial)
UNHH34
ANS barra venda de carteira para a Fiord Capital
A ANS decidiu que a carteira de planos de saúde individual deve voltar ao controle direto da United Health, controladora da Amil. Na prática, esta decisão inviabiliza a venda da carteira para os investidores Fiord Capital, Seferin & Coelho e Henning Von Koss, que, na visão da ANS, não têm condições de administrar a carteira. A carteira em questão é a terceira maior de planos individuais do Brasil, atrás apenas da Hapvida (960k vidas) e Prevent Senior (516k vidas). (Valor e Genial)
CURY3
Pagamento de dividendos
A Cury irá realizar o pagamento R$ 150m adicionais em dividendos, fechando o ano de 2021 com um payout de ~67% e dividend yield quase 10%. Mesmo depois do pagamento, estimamos que a companhia continuará com ~R$ 180m de caixa líquido. Apesar de o pagamento ser válido apenas para acionistas que detinham as ações nesta última sexta, continuamos otimistas com a Cury e seguimos reiterando nossa recomendação de Compra. (Cury e Genial)
SOMA3
Grupo Soma desiste de investir na Lauf
O Grupo Soma e a Lauf, empresa de moda athleisure, decidiram rescindir o Acordo de Investimento e todas as obrigações dele decorrentes. De acordo com a companhia, seu foco atual é alavancar o crescimento de seus principais ativos, sem concentrar esforços em investimentos de menor representatividade. (Soma e Genial)
PCAR3
Incorporação da SCB
O Conselho de Administração do GPA aprovou protocolo e justificação de incorporação da SCB. A SCB é uma varejista de alimentos, higiene e eletrodomésticos, sendo que das 603 lojas do GPA, 28 são operadas por ela. O propósito da Incorporação é a redução de custos em áreas administrativas e o cumprimento de obrigações acessórias, gerando aproveitamento de sinergias, além de otimizar a estrutura societária do GPA. Porém, a incorporação ainda está sujeita às aprovações societárias aplicáveis. (GPA e Genial)
INDÚSTRIA
Governo amplia redução do IPI, mas carros ficam de fora
O Governo Federal ampliou para 35% a diminuição no Imposto de Produtos Industrializados (IPI). Entretanto, a alíquota para automóveis de passeio não foi contemplada pela nova desoneração. O tributo permanecerá reduzido em apenas 18,5%, conforme anunciado no começo de março. A decisão de excluir o setor automotivo da nova redução do IPI frustra as expectativas do segmento, que há semanas esperava pelo novo desconto prometido pelo Governo Federal. (Automotive Business)
De olho na economia
Auge da Crise parece ter ficado no passado 💣
Após uma semana atípica, na qual o Supremo Tribunal Federal (STF) condenou um Deputado Federal a oito anos e nove meses de prisão, em regime fechado, e multa de R$ 200 mil, sem que o Congresso Nacional tenha antecipadamente concedido licença para que o Deputado seja julgado pelo STF.
O Presidente da República, no dia seguinte, emitiu um Decreto Federal concedendo Indulto ao Deputado condenado, o que muitos consideraram uma afronta do Executivo ao Judiciário, o que fez com que o Brasil chegasse muito perto de uma grave crise institucional, e gerou forte queda dos preços dos ativos financeiros, desvalorização do Real, queda dos preços das ações, e aumento das taxas de juros, na semana passada o cenário mostrou acomodação. Os preços dos ativos recuperaram parte de seu valor com sinais de que o auge da crise passou.
Ainda que seja cedo para concluir que a crise passou, os dados da semana passada mostram um cenário relativamente positivo. Os indicadores de inflação continuam em nível elevado, mas vieram abaixo das expectativas do mercado financeiro, os indicadores de incerteza da indústria e dos serviços mostraram queda no mês de março, o Investimento Estrangeiro Direto mostrou nível recorde, de US$11,8 bilhões, a arrecadação pública atingiu o recorde de R$ 164,1 bilhões no mês de março e os dados do mercado de trabalho mostraram forte geração de empregos formais e queda da taxa de desemprego quando, sazonalmente, a taxa de desemprego tende a subir no primeiro trimestre do ano.
São sinais de que o nível de atividade no Brasil continua a responder positivamente à diminuição das restrições à mobilidade urbana e convívio social, com a redução do número de casos e de óbitos devido à pandemia, e o retorno do setor de serviços, altamente intensivo em mão de obra, e a retomada dos investimentos privados como resposta ao conjunto de reformas implementadas no país nos últimos cinco anos. Estes dados reforçam nosso cenário relativamente otimista para o crescimento do PIB da economia brasileira em 2022.