Expresso Bolsa
A bolsa terminou a quinta-feira com uma boa alta de +2,04% atingindo os 105,9k. Após o Copom sinalizar na quarta-feira que o ciclo de alta de juros acabou ou está próximo do fim, o dia começou atraindo investidores para a renda variável. As maiores altas foram puxadas por setores que se beneficiam da atividade doméstica, como varejo e construção.
Novos relatórios
🐮 JBS (JBSS3) e Marfrig (MRFG3) | Prévia do Resultado 2T22
A dinâmica de oferta e demanda mais desafiadora no mercado de carne bovina nos EUA está causando problemas de rentabilidade para os grandes frigoríficos com operações focadas no país. A JBS e a Marfrig se encaixam nessa descrição, e apesar de enxergarmos alguns aspectos positivos, pensamos que ambas as empresas sofrerão diante do cenário durante o 2T22.
🛍️ Lojas Renner (LREN3) | Análise 2T22: Atenção, a “brusinha” está on!
Em termos consolidados, a Lojas Renner registrou um faturamento líquido de R$ 3,6b (+45% a/a; +39% a/a). Em nosso relatório de prévia de resultados para o 2T22, afirmamos que estávamos adotando uma postura muito mais otimista do que o consenso do mercado. Com um resultado 10% acima de nossa estimativa, a varejista mandou um trimestre sensacional para o mercado.
🏭 Tupy (TUPY3) | 2T22: Mais sinergias, mais margem!
A Tupy divulgou resultados fortes relativos ao 2T22, mesmo com uma taxa de câmbio menor e volumes relativamente estáveis, a empresa ainda assim superou nossas expectativas de receita, EBITDA e lucro líquido. O grande destaque positivo foi o incremento de margem por mais um trimestre seguido, o que nos mostra que a empresa vem obtendo sucesso na captura de sinergias da incorporação da Tekisd e no repasse de custos. Acreditamos que o mercado deve reagir positivamente com o resultado.
🏦 Porto (PSSA3) | Análise 2T22: Pior que o esperado. Cadê a rentabilidade que estava aqui?
Já esperávamos um lucro fraco para a Porto para o tri. Mesmo assim, o lucro recorrente de R$ 89,4m (-76,4% a/a, -48,9% t/t e ROE de 3,8%) veio 46% abaixo das nossas expectativas e 70,5% abaixo do mercado. Apesar do bom crescimento de receitas, com avanços robustos em todas as verticais, as margens continuaram sendo penalizadas.
🏦 Bradesco (BBDC4) | Análise 2T22: Ainda bem que tem seguro; resultado linha com expectativas
Sem muitas surpresas em termos absolutos, o lucro recorrente de Bradesco de R$ 7,04b (+3,2% t/t e 11,4% a/a) veio em linha com nossas expectativas e do mercado, impulsionado principalmente pelo desempenho favorável da margem financeira com clientes, seguros e receita com serviços. O ROE evolui 0,24 pp t/t para 18,5%. Do lado detrator, a margem com mercado foi negativa e o grau de elevação das provisões veio acima do esperado, puxada pelo contínuo aumento da inadimplência e surpreendentemente rápido consumo do colchão de cobertura.
💊 Fleury (FLRY3) | Análise trimestral 2T22 – Assim a chaleira apita
Nossa Top Pick para o setor de saúde, o Fleury bateu receita bruta recorde de R$ 1,19b no 2T22, puxada pelo crescimento em novos elos, genômica e no número de exames em medicina diagnóstica. A mudança de mix no core business está impulsionando o volume de análises clínicas, mas com uma redução de ticket médio, que mesmo assim tem se traduzido em incrementos de receita. O pagamento da aquisição de Marcelo Magalhães e a emissão de uma nova debênture levam o endividamento para 1,8x EBITDA no 2T22.
⚡ AES Brasil (AESB3) | Análise 2T22: Ainda não foi dessa vez…
Uma vez mais a empresa apresentou um resultado decepcionante, frustrando as nossas expectativas quanto a um trimestre sem o impacto negativo dos custos derivado do cenário hidrológico ruim. Apesar de mais um resultado fraco, reforçamos que não achamos a AES Brasil um case ruim ou caro. Achamos o ativo bem gerenciado e com um plano de expansão de capacidade interessante.
🚨 Renda Fixa | Prefixados: Lá vamos nós!
Com o Banco Central sinalizando um possível fim no ciclo de alta da taxa Selic, os títulos prefixados entram novamente como opção para a carteira de renda fixa. Historicamente, o desempenho desses títulos é muito positivo em momentos de normalização do ciclo de aperto monetário.
💸 Cripto | Carteiras Solana sendo drenadas!
A Solana já vinha passando por problemas de credibilidade ao longo de 2022. Durante essa semana, um dos hacks mais inusitados acometeu algumas carteiras da rede, levantando muitas dúvidas e questionamentos sobre a segurança da blockchain. Acesse o relatório para entender as principais hipóteses dos investigadores.
O que aconteceu no Mercado?
SAÚDE
Sinistralidade ainda elevada
Ontem, Bradesco e Porto Seguro reportaram números de sinistralidade da sua carteira de seguro de saúde, que atingiram 92,8% (+1,8pp t/t) e 82,7% (+5,8pp t/t) respectivamente. Isso não é um bom sinal para as operadoras que ainda não reportaram, mas conversa com a prévia da ANS de crescimento de 6pp t/t de sinistralidade no 2T. Dentro da nossa cobertura, esperamos uma sinistralidade de 86,0% (+0,8pp t/t) para SulAmérica e de 73,4% (+0,5pp t/t) para Hapvida. (Genial e Companhias)
SAÚDE
Piso salarial da enfermagem é sancionado
Ontem, a presidência sancionou o piso salarial para profissionais de enfermagem, com veto para a atualização anual do salário pelo INPC. A medida terá impactos negativos nas despesas com saúde do SUS e também nas empresas de saúde, atingindo com maior força Hapvida. Como a sanção já era em parte esperada pelo mercado, não devemos ver uma reação tão negativa hoje. (G1 e Genial)
BANCOS
Aumento da margem consignável é sancionado
Bolsonaro sancionou a MP que autoriza a concessão de consignado para beneficiários do auxílio Brasil e Benefício de prestação continuada. No entanto os bancos privados podem ter baixo apetite pela linha, dado perfil mais arriscado do tomador. Por outro lado, a MP também amplia a margem do consignado para pensionistas e aposentados do INSS para 45% e para servidores públicos para 40%, podendo gerar um crescimento adicional nas carteiras de crédito consignado.
OIBR3
Justiça autoriza venda das torres
O juiz Fernando Viana, responsável pelo caso da Oi, autorizou a abertura do processo de venda de parte dos ativos de sua operação fixa, com um total de 8k torres. Isso se baseia na possibilidade de venda de outras ativos além dos citados no aditamento do Plano de Recuperação Judicial da companhia. Assim, a Oi tem autorização para iniciar o processo de concorrência de venda, que será no dia 22/agosto. (Teletime e Genial)
TELECOM
Anatel nega recurso de Roaming de TIM, Vivo e Claro
Anatel rechaçou os argumentos das Big Telcos e manteve as condições para ORPA de roaming como remédio da transação da venda da Oi Móvel. A decisão foi unânime do Conselho Diretor, justificando que a metodologia para o cálculo dos preços de referência não é uma medida regulatória para o mercado em geral, mas algo levando o contexto específico pós-concentração do setor e o lançamento do 5G. Portanto, agora a suspensão dos preços não está mais válida. (Teletime e Genial)
TIMS3
Saindo na frente no 5G em São Paulo
A TIM anunciou a cobertura de sinal 5G em todos os 96 bairros de São Paulo, enquanto Vivo 54 e Claro 52. Vale ressaltar que a rede 5G Pura, do 3,5 GHz, já está disponível em 850 das 1150 torres da TIM na cidade, cobrindo 91% da capital paulista. A TIM possui a maior cobertura 4G (mais de 5k cidades) do país e seu objetivo é garantir a mesma liderança dentro do 5G. (Valor e Genial)
De olho na economia
A declaração de independência do Banco Central do Brasil
Na última quarta feira, o Comitê de Política Monetária do Banco Central do Brasil (COPOM) decidiu aumentar a taxa básica de juros da economia brasileira (SELIC) em 0,5 pontos de porcentagem, para 13,75% ao ano. Ao mesmo tempo, no comunicado que se seguiu à reunião, anunciou que “avaliará ajuste residual de menor magnitude na próxima reunião”. Nossa interpretação desta frase é que o COPOM considera que os dados hoje disponíveis indicam que este deverá ser o último ajuste no atual ciclo de aumento da taxa de juros.
Entretanto, dados o cenário internacional desafiador, devido à guerra no leste europeu, a aceleração da inflação no mundo, o aperto da política monetária nos Estados Unidos e o consequente fortalecimento do Dólar no mercado internacional, além da proximidade das eleições presidenciais no Brasil, entre outros fatores, seria muito arriscado se comprometer com a interrupção do processo faltando ainda 45 dias para a próxima reunião. A solução foi indicar que irá parar e, ao mesmo tempo, deixar a porta aberta para um novo ajuste, caso as condições assim o demandem.
A próxima reunião do COPOM será nos dias 20 e 21 de setembro, menos de 15 dias antes das eleições presidenciais. Caso as condições assim demandem e o Banco Central realmente cumpra a promessa de dar um ajuste residual na SELIC, seria a primeira vez na história recente que o Banco Central aumentaria a taxa de juros tão próximo das eleições. Ao anunciar que “avaliará ajuste residual”, o Comitê indica que está confiante de que terá autonomia para fazer novo aumento, caso os dados mostrem necessidade para tal. Uma declaração de independência do Banco Central do Brasil.
Cripto
O Bitcoin (BTC) recuperou o patamar de US$ 23k, sendo negociado pouco acima desse nível na manhã de hoje. A maior parte das altcoins também acompanharam o movimento de alta, com destaque para o token FLOW, que acumula quase 50% de valorização nas últimas 24h. A valorização do FLOW teve como estopim o anúncio da META, de Mark Zuckerberg, informando que o Instagram passaria a ter suporte também à essa blockchain.
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Renda Fixa
Forte movimento de queda nas taxas de juros locais, com destaque para os vencimentos intermediários chegando a fechar 40bps. Ao longo do dia, algumas variáveis fortaleceram este movimento, com o real se valorizando, chegando próximo aos 5,20 e o petróleo abaixo de 100 USD.
Os níveis atuais do DI Jan/24 implicam que o ciclo de alta acabou e o Copom cortará 350bps, a partir de maio de 2023 com 50bps em cada encontro, pode ser viável, mas não esqueçamos que ainda temos uma eleição presidencial difícil pela frente.