Expresso Bolsa
O Ibovespa encerrou a terça-feira no negativo, caindo 0,69% e atingindo os 116,15k. Os investidores refletiram o temor com relação aos níveis de inflação ao redor do mundo após a forte alta do petróleo. Isso acabou impactando nas baixas dos índices americanos e ao IBOV, evidenciando um comportamento mais cauteloso dos investidores.
O que aconteceu no Mercado?
Cury (CURY3) | 1T22: Prévia operacional 🏗️
Contexto: A construtora Cury quebrou muito positivamente a nossa expectativa neste trimestre. Foram lançados R$ 781m (+32% a/a, R$ 714m esperado) e vendidos R$ 753m (+28% a/a, R$ 638m esperado). Com isso, a Cury manteve sua velocidade de vendas (VSO) em incríveis 72%, mesmo com um aumento de 20,7% a/a no preço das unidades lançadas.
Crescimento gerando caixa! Mesmo crescendo a passos largos, a companhia gerou R$ 18m de caixa no trimestre. Apesar de um momento difícil para as construtoras, a Cury segue mostrando muita resiliência e esperamos uma recepção muito positiva da prévia pelo mercado.
Prévia excelente + Preço atrativo = COMPRAR! Com o crescimento forte, demanda alta por seus produtos, valuation muito atrativo de 6x P/E 2022E e forte posição de caixa, seguimos confiantes na nossa escolha Cury como top pick do setor de construção e reafirmamos nossa recomendação de Compra para os papéis.
IGTI11
Prévia 1T22
O nível de vendas em shoppings da Iguatemi teve um crescimento expressivo de 14,8% no trimestre, quando comparado ao 1T19. Assim como a Multiplan, em janeiro as vendas vieram fracas (+6% vs 1T19), mas tiveram forte recuperação com o fim da obrigatoriedade das máscaras. Os números da Iguatemi em vendas superaram percentualmente a Multiplan, que teve a maior alta do Ibovespa no dia da publicação das prévias. Seguimos com recomendação de Manter (com perspectiva positiva) e preço-alvo de R$ 25 para IGTI11. (Iguatemi e Genial)
ITUB4
Nova parceria no crédito
O Itaú anunciou a constituição de uma joint venture com a TOTVS, cujo objetivo será distribuir produtos financeiros integrados aos sistemas da TOTVS. A TOVTS contribuirá com a atual operação TECHFIN e o Itaú pagará R$ 610m, podendo haver um outro pagamento variável de R$ 450m em 5 anos. Cada um dos sócios terá 50%. A TECHFIN originou R$ 9,8b de crédito no ano passado e teve uma receita de R$ 192m. Para o Itaú a participação dá acesso a um novo canal de distribuição, intensivo em tecnologia e que faz ofertas personalizadas a clientes. (Itaú, Brazil Journal e Genial)
CONSTRUTORAS
Prévias 1T22
Com 6 prévias do mercado imobiliário lançadas ontem, resumimos nossa visão da seguinte forma: Cury – muito positivo, Iguatemi – muito positivo, Plano&Plano – positivo (melhoria nas vendas e bom nível de lançamentos), Lavvi – marginalmente positivo (manutenção de VSO alta, lançamento próximo à média de 2021), Melnick – negativo (deterioração das vendas e bom nível de lançamentos), Even – negativo (deterioração das vendas). (Companhias e Genial)
PSSA3
Simplificando o Nome
A Porto anunciou em seu Porto Day a mudança da marca Porto Seguro para Porto. Além do re-branding, a companhia iniciará uma campanha de marketing, que incluirá uma campanha no BBB, o patrocínio do Rock in Rio e do GP São Paulo de Fórmula 1. A Porto está cada vez mais engajada em crescer, a fim de atingir a meta de dobrar o número de clientes até 2025. O management espera avanços no crescimento principalmente nas verticais financeiras de seguros saúde, que devem se tornar mais relevantes, o que deve mitigar o aumento de custos com marketing. (Porto e Genial)
ITSA4
Reorganização societária
A Itaúsa comunicou a incorporação da NISA pela NTS. A Itaúsa e FIP detinham participações indiretas na NTS através da NISA. Com a extinção, a Itaúsa passa a deter diretamente 8,5% da NTS. Segundo a Itaúsa, a incorporação racionaliza a estrutura societária, reduzindo custos e despesas. (Itaúsa e Genial)
De olho na economia
Inflação americana não dá trégua 🔴
Nos Estados Unidos, a taxa de inflação (CPI) ficou em 1,2% m/m em março, pior que a expectativa do mercado que aguardava 1,1%. Em 12 meses, a inflação alcançou 8,4%, o maior nos últimos 40 anos.
O avanço no mês foi concentrado nos grupos de energia, alimentação e habitação. A alta dos componentes mais voláteis é decorrente da guerra entre a Rússia e a Ucrânia, como consequência do impacto substancial no preço global de commodities, nos insumos agrícolas e nos preços das commodities energéticas.
A gasolina apresentou alta de 18,3% no mês e foi responsável por cerca da metade da variação do índice cheio. Já o índice de alimentação apresentou alta de 1,0%, puxada pela alimentação no domicílio que teve alta de 1,5% no mês. Em relação ao núcleo de inflação, o resultado veio melhor que a expectativa: 0,3% m/m, ante expectativa de 0,5%.
Nossa avaliação é que o conflito entre a Rússia e a Ucrânia seguirá pressionando a inflação americana nos próximos meses, devido aos impactos sobre os preços de combustíveis e alimentos.
Embora os salários tenham apresentado altas consecutivas nos últimos meses, os aumentos têm vindo abaixo da inflação, adicionando um viés negativo para o consumo nos próximos meses.