🚅 Expresso Bolsa
O IBOV terminou a sexta-feira com uma queda de 1,72% atingindo os 111,7k, tendo um acumulado de –2,37% na semana. O período foi influenciado pela guerra na Ucrânia, com piora nas projeções dos números da inflação e potencial de um comportamento mais agressivo dos bancos centrais. Assim, os investidores preferiram adotar uma postura mais cautelosa, culminando com a queda do índice.
🔥 O que aconteceu no Mercado
✔️ Aliansce Sonae (ALSO3): Aumento da oferta para brMalls
Contexto: A Aliansce Sonae aumentou de forma significativa sua oferta na proposta de fusão com a brMalls (BRML3). Na parte caixa, houve um aumento de R$ 500m para R$ 1,85b (~R$ 2,23/ação da brMalls). A relação de troca também mudou: a Aliansce teria 48,82% da empresa combinada, em vez dos 50% inicialmente propostos.
Mais agressivos e esperançosos: Depois de conversar com mais de 200 acionistas, a Aliansce Sonae pretende usar seu recém-adquirido direito como acionista relevante (detendo >5% das ações da brMalls) para chamar uma Assembleia Geral, indicando que acreditam já possuir votos suficientes para aprovação da fusão.
Accreative! Em valor de mercado atual, os acionistas da brMalls receberiam um prêmio de 2%, equivalente a R$ 9,11/ação. No entanto, o prêmio chega a 11% se considerarmos a valorização que o mercado deu às ações da brMalls no período (+9,6% desde a primeira oferta vs -5,0% para as ações da Aliansce Sonae). Reiteramos a nossa visão de que a fusão seria muito favorável aos acionistas de ambas as companhias.
❌ Petrobras (PETR4): Programa de desinvestimento da Petrobras sob risco!
Refinarias Apesar dos reajustes recentes, os preços dos combustíveis seguem com deságio em relação aos preços internacionais – algo péssimo para o segmento de refino privado, que compra o petróleo da Petrobrás a preços de mercado.
Desinvestimento A Petrobrás tem a meta de reduzir a concentração de mercado no setor de refino de 90% para 50%. Mas com o risco da ausência da paridade permanecer, quem vai querer investir nesse tipo de negócio?
Possível solução Antes do setor descambar para judicialização, uma das possíveis soluções será na criação/extensão de um subsídio que envolva os players privados. Vale lembrar que estamos falando de ativos com valor de mercado acima de R$ 50 bilhões se considerarmos as refinarias que estão sendo ofertadas para desinvestimento.
MINERAÇÃO/SIDERURGIA
Lockdown em Shenzhen (China)
A província Shenzhen, um dos principais polos de tecnologia e manufatura da China e importante pilar para o desenvolvimento do PIB, decretou lockdown para conter o avanço da variante ômicron da Covid. Isso terá impacto direto nas diversas atividades relacionadas, gerando uma perspectiva negativa para o curto prazo no preço do minério, o que também deve afetar as siderúrgicas. (Valor, Bloomberg e Genial).
NÍQUEL
Mercado de metais com necessidade de reforma
Com o forte aumento do preço do níquel após a invasão na Ucrânia, investidores com posições vendidas antes do evento se encontraram numa situação delicada. Foi o caso da Tsingshan, empresa chinesa produtora de níquel que usou o mecanismo como hedge e teve dificuldades para apresentar as margens dessa exposição. A Bolsa de Metais de Londres, por consequência, teve que cancelar diversas operações pondo em xeque sua credibilidade por permitir a montagem/tamanho da posição vendida, evidenciado a necessidade de reestruturação do mercado para evitar situações parecidas. (Valor e Genial)
IRBR3
Proventos cancelados
O IRB anunciou que o saldo de dividendos declarados e não pagos foi absorvido pelos prejuízos da companhia. Assim, o JCP anunciado em jul/20 será cancelado. O montante totalizava ~R$ 28m e era referente ao exercício de 2019. O pagamento havia sido adiado em dez/20 em função do desenquadramento do capital mínimo regulatório após a descoberta das fraudes nos balanços. (Valor e Genial)
SULA11
Troca na diretoria
A SulAmérica anunciou a saída de seu Vice-Presidente de controle e relações com investidores (RI), Clovis Poggetti Júnior. O atual presidente, Ricardo Bottas, acumulará a função de diretor de RI. Reinaldo Amorim assumirá o cargo de Vice-Presidente de controle. A mudança ocorre logo após o anúncio do acordo entre os controladores para que a Rede D’Or adquira a SulAmérica. (SulAmérica e Genial)
VALE3
Demissão em massa
A companhia demitiu 157 funcionários por violações de código de conduta da empresa. Um canal da empresa recebeu diversas denúncias, reclamações e consultas, o que resultou em 3014 ações corretivas. Entre os incidentes estavam o assédio sexual a mulheres, casos de discriminação (gênero e orientação sexual), assédio moral, dentre outros. Tal movimento faz parte da tentativa de se livrar uma cultura tradicionalmente tóxica em local de trabalho, sobretudo na indústria da mineração. (Valor e Genial)
ENEV3
Incorporação Concluída
A Eneva concluiu a incorporação da Focus Energia (POWE3), que deixará de ser negociada na bolsa, por R$ 936m. A transação é interessante porque deve permitir que a empresa, que tem grande parte de seus ativos relacionados a combustíveis fósseis, diversifique seu portfólio, uma vez que terá acesso ao projeto solar Futura 1 (617 MW). Destacamos também a participação da Focus na comercialização de energia distribuída, setor que deve dobrar nos próximos 10 anos. (Valor e Genial)
AZUL4
Redução da oferta!
Segundo o presidente da Azul, o novo patamar de preços do petróleo deverá adiar uma retomada mais forte da oferta de voos no Brasil. Esse cenário prejudica a inclusão de novas rotas e frequência de voos entre aeroportos que já contam com serviço aéreo. As companhias aéreas já estão confirmando aumento nos preços das passagens aéreas. (Genial e Valor)
FBOK34
Rússia abre processo criminal contra a Meta
As ações da Meta apresentaram queda após a Rússia restringir o acesso ao Instagram e abrir um processo criminal contra a empresa. A medida ocorre após a Meta alterar as regras de publicação de discurso de ódio, permitindo aos usuários que apelem à violência contra os russos. Além disso, reguladores da UE e do Reino Unido abriram investigações antitruste contra a companhia.
👀 De olho na economia
De volta a 2008?
A guerra continua. Diante de sanções econômicas cada vez mais duras, o governo russo tem reagido militarmente, com o envio de mais tropas, mais bombardeios, mais destruição e mais mortes. Entretanto, ao contrário do que muitos esperavam, o país não adotou qualquer represaria na área econômica. Pelo menos por enquanto. Uma questão particularmente preocupante é qual será a reação do governo russo diante da tentativa dos governos ocidentais de cortar o acesso dos bancos russos ao sistema de transações financeiras internacionais (SWIFT) e de congelar as reservas do país denominadas em ouro e em dólares, que estão depositadas em bancos de países ocidentais.
Se o país não tem acesso às reservas e os bancos não têm acesso ao mercado financeiro internacional, como irá a Rússia honrar os pagamentos de sua dívida? Segundo o FMI, os bancos ocidentais estão expostos em US$ 120 bilhões à dívida russa. Por outro lado, qual o incentivo para que o país honre seus compromissos, tanto públicos quanto privados? Nos últimos dias, o governo russo tem indicado que deverá pagar sua dívida em rublos à taxa de câmbio oficial. Seria quase um default. Os primeiros vencimentos de juros ocorrem nesta semana. Um calote da dívida russa pode ser um fator determinante de uma grave crise financeira internacional, na medida em que ninguém sabe quem detém, neste momento, esta dívida. Todo o sistema financeiro mundial estará sob suspeita. De volta a 2008?