
Fique por dentro das principais informações do mercado financeiro nesta terça-feira, 29 de abril.
Na edição de hoje
Entre heróis e vilões, no pano de fundo global, bolsas europeias estendem a maré positiva, enquanto os futuros em Nova York caminham com cautela às vésperas de novos balanços e dados econômicos. No Brasil, a temporada de resultados segue a todo vapor: Gerdau ainda enfrenta um ano difícil pela frente, assim como Banco do Brasil que dá sinais de uma pausa momentânea no ritmo forte, enquanto a TIM mostra resiliência em margens mesmo com um crescimento mais tímido.
No noticiário corporativo, TOTVS retoma as negociações pela Linx, Eletrobras avança para enterrar disputas com o governo, TAESA surfa a alta do IGPM, enquanto gigantes como Alibaba e IBM apostam bilhões no futuro da inteligência artificial.
A missão do investidor hoje é identificar quem continuará como herói — e quem pode rapidamente se tornar o novo vilão dos portfólios
Quer entender como esses movimentos impactam seus investimentos?
Expresso Brasil e Mundo
Ibovespa: Encerrou o pregão em alta de 0,21%, aos 135.015 pontos, registrando a sexta valorização consecutiva e atingindo o maior nível desde setembro de 2024. O índice chegou a tocar os 135.709 pontos na máxima do dia, impulsionado pelo desempenho positivo das bolsas em Nova York e pelo avanço de ações de primeira linha, como Vale e Itaú. No entanto, a falta de novos catalisadores e o volume financeiro abaixo da média diária limitaram os ganhos no período da tarde.
Juros futuros: Encerraram o pregão próximos da estabilidade, em um dia de agenda econômica esvaziada. Declarações do presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, foram interpretadas como neutras, sem sinalizações claras sobre a condução da política monetária. O DI para janeiro de 2026 subiu de 14,64% para 14,675%, enquanto o DI para janeiro de 2031 recuou de 13,955% para 13,93%. O movimento refletiu ajustes técnicos após a forte queda das taxas na semana anterior.
Mundo: Bolsas europeias sobem pelo sexto dia seguido e os futuros de Nova York registram ganhos modestos antes de novos balanços corporativos e indicadores econômicos.
Minério de ferro: O cobre sobe em Londres, enquanto o minério de ferro permanece abaixo de US$ 100 em Singapura, pressionado por incertezas na demanda.
Petróleo: O petróleo prolonga as perdas diante da queda esperada na demanda global, especialmente com a China endurecendo sua postura frente às tarifas dos EUA.
Em Destaque
PRIO (PRIO3) | Pronta para qualquer parada! – Atualização de Estimativas!
Expresso Bolsa Semanal: Rotação Global, Put do Fed, Ações brasileiras sobem forte
Multiplan (MULT3) | Resultado 1T25: Acima das expectativas com ganhos não-recorrentes
Novos Conteúdos
Gerdau (GGBR4) | Resultado 1T25: O herói do tri é o vilão do ano
O destaque foi a América do Norte, mas com um efeito dual (foi herói e vilão ao mesmo tempo). Os embarques aceleraram na base t/t, por outro lado, na base anual a ON teve um desempenho fraco, que foi dragado pelo aumento de custos, diante de maiores gastos com sucatas e patamar mais robusto da taxa de câmbio. Outro ponto relevante do lado negativo foi a queima de FCF, atingindo -R$1,3b (28% pior vs. Est.) em virtude do alto dispêndio de CAPEX.
Banco do Brasil (BBAS3) | Prévia 1T25: Uma Pausa Momentânea? Acreditamos que Sim
Para o 1T25, projetamos um resultado mais fraco para o Banco do Brasil, interrompendo a sequência de crescimento anual de lucro observada nos últimos 16 trimestres. Estimamos um lucro líquido de R$ 8,90 bilhões, representando uma queda de -7,1% t/t e -4,3% a/a. Estimamos um ROE de 18,6%, representando uma retração de -1,68pp t/t e -2,51pp a/a.
TIMS3 | Prévia 1T25: Crescimento desacelera, mas margens seguem firmes
A TIM deve apresentar resultados sólidos no 1T25, mas com desaceleração no crescimento, impactada pela fraqueza do pré-pago. Projetamos alta de +3,9% a/a na receita líquida, com receita de serviços subindo +3,8% a/a, embora serviços móveis mostrem avanço mais moderado (+4,2% a/a) frente aos trimestres anteriores. Apesar da pressão na receita, o EBITDA deve crescer +6,8% a/a com expansão de margem de +1,3p.p., refletindo ganhos de eficiência. O lucro líquido, estimado em R$ 732 milhões (+41,0% a/a), deve ser beneficiado por menor taxa de imposto, apesar de um impacto não-recorrente no resultado financeiro ligado à monetização do C6 Bank.
TOTVS | Retomada da negociação pela aquisição da Linx
A TOTVS retomou com exclusividade as negociações para a aquisição da Linx, após ter desistido da transação no final de 2024. Acreditamos que a volta à mesa de negociação como único interessado sugere termos financeiros mais favoráveis, o que reforça a atratividade da operação. Estrategicamente, vemos a aquisição como positiva, dado o alto grau de complementariedade entre os negócios e o potencial de geração de sinergias relevantes. Apesar da falta de detalhes sobre valuation, entendemos que a TOTVS deve manter a disciplina financeira, em linha com seu histórico de aquisições bem-sucedidas. Seguimos enxergando a transação como alinhada à estratégia da companhia e potencialmente criadora de valor no médio e longo prazo.
🎯 Setor Externo (Mar/25): Saldo comercial melhora, mas contas externas continuam pressionadas
Economia
Por José Marcio Camargo
Setor externo pressionado pode pesar sobre a taxa de câmbio
A melhora do saldo da balança comercial na passagem de fevereiro para março não foi suficiente para distensionar as contas externas, cujo déficit em transações correntes nos últimos 12 meses passou a superar o influxo líquido de capitais pela métrica do Investimento Direto no País (IDP).
As principais notícias do dia 29/04/25
⚡ Energia Elétrica
ELET3 | Acionistas da Eletrobras apoiam acordo com a União
O que aconteceu? A maioria dos acionistas da Eletrobras que votaram a distância manifestou apoio ao acordo de conciliação com a União, que visa encerrar a disputa judicial sobre os limites de voto impostos ao governo após a privatização da empresa. O acordo permite que o governo indique três dos dez membros do conselho de administração, ampliando sua influência na gestão da companhia. A aprovação formal do acordo está prevista para a assembleia de acionistas marcada para 29/04. (Valor Econômico e Genial)
Opinião Genial: A aprovação do acordo representa um avanço na estabilidade institucional da Eletrobras e resolver uma disputa que gerava incertezas para investidores. Vale mencionar que o acordo já tinha sido antecipado e já era amplamente aguardado pelo mercado. Aos atuais níveis de preço, vemos a empresa negociando a 5,6x EV/EBITDA 25E e uma TIR implícita de 12,1% em termos reais – em um momento em que a empresa deve estar se contratando a níveis de preço muito interessantes e com toda uma agenda de reestruturação ainda para seguir sendo implementada após o acordo com o governo federal.
Recomendação: Comprar
Preço-alvo: R$ 52
⚡ Energia Elétrica
TAEE11 | IGPM registra alta de 0,24% em abril e acumula 8,50% em 12 meses
O que aconteceu? O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) apresentou uma alta de 0,24% em abril, conforme divulgado pela Fundação Getulio Vargas (FGV). Com esse resultado, o índice acumula uma elevação de 8,50% nos últimos 12 meses (vs IPCA 5,48% nos últimos 12 meses). A aceleração do IGP-M foi influenciada por aumentos nos preços ao consumidor e nos custos da construção civil. (Valor Econômico e Genial)
Opinião Genial: Esse tipo de acontecimento tende a ser positivo para empresa com contratos com maior exposição de reajuste ao IGPM em relação ao IPCA. Dentre a nossa cobertura, citamos os casos da TAESA e ALUPAR que possuem c. 60% e 38% das Receitas Anuais Permitidas expostas ao IGPM, respectivamente, enquanto a maior parte dos seus custos é reajustada pelo IPCA. Importante mencionar que o IGPM tem componentes que são mais expostos ao câmbio do que o IPCA, fazendo com que exista um descompasso entre os índices em momentos de desvalorização do real vs US$. Tal evento deve tende a incrementar as nossas atuais avaliações para ambas as empresas.
Recomendação: Manter
Preço-alvo: R$ 36
💻 Tecnologia
BABA34 | Alibaba lança modelo Qwen 3 e desafia DeepSeek na corrida da IA
O que aconteceu? O Alibaba lançou a nova geração de seu modelo de IA generativa, o Qwen 3, reforçando a disputa com a startup chinesa DeepSeek. A companhia anunciou que a versão Qwen 3.5 será liberada em breve, com desempenho comparável a modelos como GPT-4 Turbo. A iniciativa acontece em meio à intensificação da competição tecnológica na China e sinaliza maior aposta do grupo em IA para impulsionar novas fontes de receita. (Valor e Genial)
💻 Tecnologia
IBMB34 | IBM anuncia investimento de US$ 150 bi nos EUA até 2034
O que aconteceu? A IBM anunciou um plano de investimento de US$ 150 bi nos EUA ao longo dos próximos 10 anos, focando em semicondutores, computação em nuvem e inteligência artificial. O anúncio foi feito durante um evento na Casa Branca e faz parte do apoio à agenda de reindustrialização do país. A iniciativa deve beneficiar centros de inovação em Nova York e Vermont. (Valor e Genial)
✈️ Aviação
LTM | LATAM registra lucro de US$ 355 mi no 1T25 e eleva projeções para o ano
O que aconteceu? A LATAM Airlines reportou lucro líquido de US$ 355 milhões no 1T25, alta de 38% a/a. A receita total cresceu 2,7% a/a, atingindo US$ 3,41 bilhões, impulsionada por aumentos de 1,6% nas receitas de passageiros e 9,8% nas receitas de carga. O EBITDAR ajustado foi recorde, somando US$ 962 milhões (+21% a/a), com margem de 28,2%. A capacidade consolidada (ASK) cresceu 7,3%, com destaque para o avanço de 10,7% nas operações internacionais. A companhia revisou para cima suas projeções para 2025, agora esperando margem operacional ajustada entre 13% e 15% (antes 12%–13,5%) e EBITDAR ajustado entre US$ 3,4 bilhões e US$ 3,75 bilhões (antes US$ 3,25 bilhões–US$ 3,6 bilhões).
Opinião genial: A empresa afirmou que projeta crescimento da demanda no Brasil e na América Latina ao longo de 2025, impulsionado por melhora econômica e maior dinamismo no mercado doméstico. No entanto, em linha com as nossas expectativas, a companhia alertou para incertezas a partir do segundo semestre, relacionadas a volatilidade cambial e aos efeitos de tarifas de importação para o setor aéreo.