Confira as principais notícias que irão movimentar o mercado de ações: Auren (AURE3), Qualicorp (QUAL3), Helbor (HBOR3), Pátria Logística (PATL11), BRF (BRFS3), Banco do Brasil (BBAS3), BB Seguridade (BBSE3), Vale (VALE3), C&A (CEAB3).
Expresso Bolsa
O Ibovespa fechou a terça-feira em alta de +1,52%, alcançando os 101,1k. O principal índice da bolsa brasileira recupera a marca dos 100k após três sessões consecutivas de alta. Na última sessão, o mercado reagiu positivamente às notícias do dia. O Banco Central publicou a ata da última reunião do Copom, com um tom cauteloso com o nível de inflação, mas acenando para os esforços do governo em melhorar a credibilidade fiscal do país. Ainda mais, ao longo do dia, o ministro da fazenda, Fernando Haddad, sinalizou que o novo arcabouço fiscal pode ser divulgado essa semana.
Novos relatórios
Auren (AURE3) | Resumo do Auren Day!
Qualicorp (QUAL3) | Resultado 4T22: A história se repete
Helbor (HBOR3) | Resultado 4T22: Ainda fraco
Pátria Logística (PATL11) | Revisamos nosso preço alvo
O que aconteceu no mercado?
BRF (BRFS3): Oferta para comprar a divisão de petfood da empresa faz ações avançarem 4%!
O que aconteceu? A Nestlé fez uma oferta para comprar a divisão da BRF especializada na produção de alimentos para animais de estimação, por cerca de R$ 1,7b (US$ 330m), levemente abaixo do valor de R$ 2b que a companhia visa levantar com a venda do ativo. Esta oferta fez os papéis da empresa avançarem mais de 5% próximo do encerramento do pregão, levando as ações da BRF a fecharem com uma alta de 3,95%.
E aí? A companhia está passando por um processo de redução de sua alavancagem por meio da venda de seus ativos. A meta é o levantamento de R$ 4b com a alienação de ativos considerados não essenciais para as operações da empresa, como a unidade voltada para petfood, a qual representaria cerca de metade desse valor. Ao menos 14 empresas já estão interessadas na compra deste ativo.
Qual o impacto? Vemos com bons olhos o fato de o intuito da BRF vender sua divisão de petfood estar atraindo diversos interessados, e, principalmente, da oferta da Nestlé já ter se aproximado do valor que a companhia busca para o ativo. Um dos pontos que mais nos mantém cautelosos com os papéis da BRF é a alta alavancagem que a empresa possui, atualmente em 3,75x Dívida Líquida/EBITDA. Seguiremos monitorando o plano da companhia de vender seus ativos não essenciais e focar nos segmentos core. Assim, seguimos com a nossa recomendação de manter no papel.
BEBIDAS
Cervejaria Petrópolis pede recuperação judicial
A Cervejaria Petrópolis, dona de marcas como Crystal, Itaipava e Petra, entrou ontem com um pedido de recuperação judicial. O pedido foi feito devido ao vencimento de uma parcela de R$ 105m de uma operação financeira, a qual pode acarretar o vencimento antecipado de toda a dívida (de cerca de R$ 4,4b), prejudicando fortemente as operações do grupo de modo imediato. A Ambev, assim como a Heineken, já vinha ganhando market share com a crise do grupo. No curto prazo, vemos Ambev sendo beneficiada, mas, no longo, temos ainda cautela com o potencial de crescimento da companhia. (Exame e Genial)
AMARO
O varejo pede socorro
Com uma dívida de mais de R$ 244m, a varejista de moda Amaro teve seu pedido de recuperação extrajudicial aprovado pela Justiça. No pedido, a companhia alega estar passando por dificuldades financeiras desde 2021, agravadas pela alta da taxa de juros e pela volatilidade do câmbio, resultando em R$ 92,8m em dívidas com fornecedores e mais R$ 151,8m em dívidas com bancos. O plano de reestruturação teve aprovação de credores que representam 41,63% da dívida total, levando à aprovação do pedido de recuperação extrajudicial pela Justiça. (Valor e Genial)
BANCOS
A retomada do crédito consignado?
Foi definido o novo teto dos juros do consignado do INSS em 1,97%. A Febraban apesar de se abster a votação durante a reunião do Conselho de Previdência Social, relatou ser um “avanço importante em relação ao teto anterior de 1,7%”. Com isso, alguns bancos retornaram a ofertar o crédito consignado do INSS, como: Caixa, Bradesco e BB. (Broadcast, Valor e Genial)
BBAS3
Novos diretores
O Banco do Brasil divulgou novas indicações para cargos de diretores: Alan de Oliveira para Gestão de Risco, João Júnior para Corporate and Investment Bank e Luciano Regno para Crédito. Todos possuem pelo menos mais de 20 anos de carreira dentro do banco e possuem algum tipo de formação na área financeira, exceto Luciano que é especializado em Data Science e Analytics. (Banco do Brasil e Genial)
BBSE3
Indicação de peso
A BB Seguridade comunicou que os acionistas minoritários estrangeiros indicaram Maria Carolina Ferreira Lacerda para ocupar o cargo de membro independente do conselho de administração. Maria já exerceu funções executivas em grandes instituições como UBS, Deutsche Bank, Merrill Lynch e Unibanco. Em 28/abr será votado a candidatura de Maria por meio de uma AGO. (BB Seguridade e Genial)
VALE3
Vale anuncia acordo com a SEC
A Vale divulgou ontem, após o fechamento de mercado, que chegou em um acordo com Securities and Exchange Commission (“SEC”), nos EUA. O acordo encerrará uma ação movida pela SEC contra a Companhia em abril de 2022, motivada por questões legais envolvendo a divulgação dos impactos do rompimento da barragem de Brumadinho em 2019. Pelo acordo, a Vale fará pagamentos no valor total de US$56m à SEC. Além disso, a SEC não se oporá à moção da Vale para rejeitar todas as alegações de que a Companhia agiu com intenção imprudente em relação às suas divulgações. Nossa visão é de que o acordo está dentro de uma razoabilidade de valor e ajuda a Vale a dar prosseguimento no ato contínuo desde a fatalidade a selar acordos mediante as consequências financeiras da tragédia. (Vale e Genial)
CEAB3
Substituição no Conselho
O atual presidente do Conselho de Administração da C&A, Luiz Antonio de Moraes Carvalho, que está no cargo desde o IPO em 2019, deixará a posição na companhia. Em seu lugar a C&A anunciou a nomeação de Marcos Grasso para assumir o cargo no Conselho. Marcos tem mais de 35 anos de experiência em empresas de consumo no Brasil e no mundo, além de uma vivência significativa em Conselhos de companhias. A substituição da presidência do Conselho será pauta na próxima Assembleia Geral Ordinária (AGE). (C&A e Genial)
De olho na economia
Os alertas fiscais contidos na ata do Copom
A divulgação da ata do Copom colaborou para clarificar as questões que levaram a autoridade monetária a manter a taxa Selic em 13,75% a.a. na semana passada. A ata reforçou o teor mais “hawkish” do comunicado e defendeu a posição do banco central com base em argumentos puramente técnicos.
No cenário alternativo, no qual a taxa de juros (Selic) é mantida estável durante todo o horizonte relevante (2023 e 2024), tem-se que a inflação só converge para a meta (3,0%) no final de 2024. Isso é um bom indicativo, junto do trecho que diz que “a execução da política monetária, neste momento, requer serenidade e paciência para incorporar as defasagens inerentes ao controle da inflação através da taxa de juros e, assim, atingir os objetivos no horizonte relevante de política monetária”, de que podemos esperar a Selic estacionada no patamar atual de 13,75% a.a. por um longo período de tempo, o que vai ao encontro do nosso cenário, que só contempla queda da Selic no 2º trimestre de 2024.
Em mais de um trecho da ata, o Comitê faz um alerta quanto ao uso de medidas fiscais e parafiscais. Quando diz que “reforça a importância de que a concessão de crédito, público e privado, se mantenha com taxas competitivas e sensíveis à taxa básica de juros”, o Comitê está alertando o governo de que a tão desejada harmonização entre as políticas monetária e fiscal não pode coexistir com a redução forçada dos juros para os empréstimos consignados e com a adoção de políticas parafiscais de caráter expansionista.
Por fim, a ata também fez questão de separar os instrumentos corretos para lidar com cada um dos desafios do momento: medidas macroprudenciais para endereçar eventuais problemas no mercado de crédito que venham a se agravar e políticas de preço (juros) para combater a inflação. O Comitê destacou também, acertadamente, que não vê conflito entre estabilidade financeira e estabilidade de preços, e que a prioridade número um é a inflação.
Renda Fixa
Após a ata do Copom, que reforçou o tom mais cauteloso, a precificação de Selic embutida na curva para o fim de 2023 subiu de 11,97% para 12,05%, enquanto uma nova pesquisa com economistas mantinha a taxa básica em 12,75%. A maioria espera cortes só no 3T23.
A curva de juros precifica uma probabilidade apenas residual de redução dos juros em maio e cerca de 60% de chance de um corte de 0,25 ponto porcentual da Selic em junho.
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