
Fique por dentro das principais informações do mercado financeiro nesta terça-feira, 11 de novembro.
Oi afunda, serviço fica (por enquanto)
Como no Titanic, a Oi entra em falência e o navio vai a leilão, mas os passageiros ainda seguem a bordo por um tempo.
Resumo do dia
O Ibovespa emendou a 14ª alta seguida e fechou aos 155.257 pontos, surfando o bom humor lá fora com a expectativa de que o Congresso dos EUA aprove o pacote que põe fim ao shutdown e reabre a máquina pública.
Por aqui, a curva de juros cedeu até 10 pontos e o dólar foi a R$ 5,33, enquanto o mercado se prepara para uma terça carregada: ata do Copom logo cedo e IPCA de outubro na sequência, que podem redefinir o timing do início dos cortes de Selic.
No noticiário, Haddad e André Esteves voltaram a criticar a Selic em 15 por cento, a Oi teve a recuperação convertida em falência e a temporada de balanços segue no radar com SBSP3, SMTO3, JSLG3, AZZA3 e MBRF3 divulgando números e guiando o humor da bolsa.
Expresso Brasil e Mundo
Ibovespa: O Ibovespa subiu 0,77% e fechou em nova máxima histórica, aos 155.257,31 pontos, engatando a 14ª alta consecutiva. O movimento foi sustentado pelo otimismo global com a possível resolução da paralisação do governo dos EUA e pelo fluxo estrangeiro positivo, que tem retomado o apetite por ativos locais. No cenário doméstico, as declarações do ministro Fernando Haddad reforçando espaço para cortes da Selic ajudaram a manter o bom humor.
Juros futuros: Fecharam em queda, acompanhando o alívio global diante do avanço nas negociações para encerrar o shutdown nos EUA e em meio à expectativa pela ata do Copom e pelos próximos dados de inflação doméstica.
Mundo: O dólar interrompe sequência de quatro quedas e volta a subir, enquanto o rali das bolsas globais, conduzido pelo otimismo com o possível acordo para encerrar o shutdown perdeu força.
Minério de ferro: Minério de ferro fecha em leve alta de +0,20% em Dalian na China, cotado a US$ 107,16/ton. Em Singapura, os contratos futuros estão em queda de -0,69%, cotados a US$ 101,45/ton e o mercado à vista está em queda de -0,44%, cotado a US$ 102,80/ton.
Petróleo: O petróleo sobe enquanto os investidores analisam a provável reabertura do governo dos EUA, bem como a iminente superoferta.
De Olho nas Aços
(PSSA3) | Resultado 3T25
Nossa primeira leitura do resultado do 3T25 da Porto é positiva. A seguradora reportou lucro líquido de R$ 832m, avanço de +12,6% a/a, ainda que com leve queda de -5,3% t/t, mas em linha com o consenso e com nossas estimativas. O ROE consolidado foi de 22,9% (+0,3 pp a/a; –2,2 pp t/t), marcando o quinto trimestre consecutivo com rentabilidade acima de 20%, consolidando como novo patamar. Do lado operacional, os prêmios ganhos cresceram +4,6% t/t e +10,7% a/a, enquanto as receitas de operações de crédito (Porto Bank) avançaram +2,6% t/t e +25,1% a/a. Já a receita de Serviços recuou levemente (–3,0% t/t; –2,4% a/a). A melhora anual do resultado reflete principalmente o bom desempenho das unidades de Saúde e Bank, além do forte crescimento do resultado financeiro, que segue beneficiado pela Selic elevada.
Destaques
MBRF (MBRF3) | Resultado 3T25: Uma janela de oportunidade
A companhia reportou EBITDA de R$3,5b (+5% vs. Est.), com elevação de +15,3% t/t e retração de -9,5% a/a, compondo margem de 8,4% (flat vs. Est.). FCF de R$555m (+18% vs. Est.) por maior EBITDA.
JBS (JBSS32) I Prévia 3T25: Ciclos arrefecendo
EBITDA deve alcançar US$1,7b Est. (-0,8% t/t; -19% a/a), compondo margem em 8,1% (-0,3p.p. t/t; -2,7p.p. a/a), com contração sequencial e anual em basicamente todas as unidades de negócio, sem identificarmos catalizadores relevantes do ponto de vista fundamentalista.
Sabesp (SBSP3) | Resultado 3T25: Consistência é a chave!
Seguimos com a recomendação de COMPRAR para as ações da SBSP3. A Sabesp reportou números abaixo do consenso de mercado devido, principalmente, a uma ligeira piora no mix da receita com a entrada de um maior número de consumidores baixa renda/tarifa subsidiada – algo que plenamente esperado e que vai em linha com a proposta do processo de privatização da empresa.
Economia
Por José Marcio Camargo
Sinais de otimismo nos juros longos.
Nesta segunda-feira (10/11), os juros futuros encerraram o pregão em forte baixa, acompanhando o maior apetite global por risco diante da perspectiva de solução para o shutdown do governo dos Estados Unidos. No cenário doméstico, os investidores aguardam a divulgação do IPCA de outubro e da ata da última reunião do Copom, eventos que devem trazer novos sinais sobre os próximos passos da política monetária.
⌕ Leia o relatório completo aqui
As principais notícias do dia 11/11/25
📡 Telecomunicação
OIBR3 / OIBR4 | Justiça do RJ decreta falência da Oi e inicia liquidação
O que aconteceu? A 7ª Vara Empresarial do RJ converteu hoje o segundo processo de recuperação judicial da Oi em falência, declarando a companhia “tecnicamente falida” e determinando a liquidação ordenada dos ativos. A decisão vem depois de o gestor judicial afirmar que o grupo não tem condições de cumprir o plano aprovado em 2024 nem honrar dívidas extraconcursais, ainda superiores a R$ 15 bilhões, e prevê continuidade provisória dos serviços enquanto outras operadoras assumem as operações. (Bloomberg Linea, CVM e Genial)
🏦 Financeiro
BPAC11 | BTG tem lucro recorde de R$ 4,5 bi no 3T25, com ROE de 28,1%
O que aconteceu? O BTG Pactual reportou lucro líquido ajustado recorde de R$ 4,5 bilhões no 3T25, alta de 42% a/a e 8,2% t/t, superando o consenso de R$ 4,02 bilhões. O ROE atingiu 28,1%, avanço de mais de 4 pp no ano, mantendo o banco entre os poucos do setor com rentabilidade acima de 20%. O portfólio de crédito somou R$ 246,9 bilhões (+17,4% a/a), enquanto o AuM alcançou R$ 1,2 trilhão (+18,8% a/a), impulsionado pela forte captação líquida de R$ 33,5 bilhões no trimestre. (MoneyTimes e Genial)
🏦 Serviços financeiros
(ITSA4) | Itaúsa reporta lucro de R$ 4,12 bi no 3T25, impulsionado por Itaú
O que aconteceu? A Itaúsa registrou lucro líquido recorrente de R$ 4,1b no 3T25, alta de +6,1% a/a e +2,1% t/t, impulsionada pelo desempenho da sua maior investida, Itaú Unibanco, com crescimento de +7,1% a/a. No segmento não-financeiro, a Itaúsa obteve alta de +4,4% a/a, impulsionada por Aegea (+160%), Alpargatas (+152%), Motiva (+22%) e NTS (+35%). A única exceção foi Dexco, que apresentou prejuízo de R$ 17m no tri, revertendo lucro de R$ 68m no 3T24. O retorno sobre o patrimônio líquido médio (ROE) recorrente ficou em 18,1% (ante 18,3% no 3T24) e a dívida líquida caiu 26%, para aproximadamente R$ 697 milhões. O retorno sobre o patrimônio líquido médio (ROE) recorrente ficou em 18,1% (ante 18,3% no 3T24) e a dívida líquida caiu 26%, para aproximadamente R$ 697 milhões.
Opinião Genial: A Itaúsa negocia com desconto de 25,0% em relação ao valor justo de suas participações. Com a Lei Complementar 204/23, a eliminação da ineficiência fiscal em 2027 do pagamento de PIS/Cofins pela holding, representa uma oportunidade atrativa de compra com potencial fechamento do desconto.
🏦 Serviços financeiros
V / MA | Visa e Mastercard selam acordo histórico com varejistas nos EUA
O que aconteceu? Visa e Mastercard fecharam um acordo para encerrar uma disputa de cerca de 20 anos com varejistas nos EUA sobre as taxas de intercâmbio cobradas nas compras com cartão. O acerto faz parte de uma ação coletiva iniciada em 2005, prevê redução média de cerca de 0,1 p.p. nas taxas por cinco anos e limita as tarifas padrão a 1,25%, além de abrir espaço para mais transparência e flexibilidade na forma como os lojistas repassam custos aos consumidores. (NeoFeed e Genial)
🌎 BDR 11/11/2025
TSLA34 | Vendas na China caem ao menor nível em 3 anos
O que aconteceu? As vendas da Tesla na China caíram para 26.006 veículos em outubro, o menor nível em 3 anos, queda de 35,8% A/A e bem abaixo das 71.525 unidades de setembro, quando começaram as entregas do Model Y L. Apesar de as exportações da fábrica de Xangai terem atingido 35.491 unidades, maior nível em 2 anos, a participação da Tesla no mercado chinês de elétricos despencou para 3,2%, contra 8,7% no mês anterior, em meio à combinação de demanda mais fraca, retirada de incentivos e concorrência crescente de players locais como BYD e Xiaomi. (Valor e Genial)
💊 Farmácia
Nissei | Rede reduz prejuízo e cresce com expansão
O que aconteceu? Segundo o Valor, a Rede Farmácias Nissei reportou redução do prejuízo no 3T25, mesmo em um ambiente de custos ainda pressionados, com a receita avançando apoiada na combinação de abertura de novas lojas e maturação da base existente. A matéria destaca que o ganho de escala e a diluição de despesas operacionais ajudaram a enxugar o resultado negativo, enquanto a companhia segue ampliando a presença em praças estratégicas do Sul e Sudeste. (Valor e Genial)
🏥 Saúde
RDOR3 | Rede D’Or firma parceria com Atlântica e vende 49,99% da Maternidade São Luiz Star
O que aconteceu? A Rede D’or comunicou que celebrou um Acordo de Investimento, Compra e Venda e Outras Avenças com a Atlântica Hospitais e Participações S.A., controlada indiretamente pelo Grupo Bradesco Seguros, para integrar as operações da Maternidade São Luiz Star, localizada em São Paulo, à rede hospitalar Atlântica D’Or – uma parceria societária composta por 50,01% da Rede D’Or e 49,99% da Atlântica Hospitais. No fechamento da transação, a Atlântica Hospitais pagará R$ 223 milhões à vista à Rede D’Or pela aquisição de 49,99% das operações hospitalares da Maternidade São Luiz Star. O acordo não inclui o imóvel onde a maternidade opera, que permanece 100% de propriedade da Rede D’Or. A unidade possui capacidade instalada de 173 leitos. A conclusão da operação depende ainda do cumprimento de condições suspensivas usuais, incluindo aprovações regulatórias. (Rede D’or e Genial)
🚗 Transportes
MOVI3 | Guidance positivo reforça confiança na trajetória de desalavancagem
O que aconteceu? A Movida apresentou lucro líquido de R$ 70 milhões no 3T25, 47% acima do consenso, impulsionado por uma alíquota efetiva menor e desempenho operacional consistente. A receita líquida totalizou R$ 3,8 bilhões (estável a/a) e o EBITDA atingiu R$ 1,5 bilhão (+19% a/a), com margem de 39,3%, o maior nível em dois anos. As divisões de locação (RAC) e gestão de frotas (GTF) mantiveram margens recordes: 68,8% e 76,5%, respectivamente, sustentadas por reajustes de preço e controle de depreciação. O ROIC atingiu 14,4%, com spread de 4,1pp, o maior dos últimos três anos.
Opinião Genial: O destaque do trimestre foi a divulgação do guidance para o 4T25, prevendo lucro líquido entre R$ 75 e R$ 90 milhões, acima das expectativas e sinalizando maior visibilidade sobre a trajetória de desalavancagem. A mensagem implícita é clara: a Movida demonstra confiança na geração de caixa e no equilíbrio de sua estrutura de capital, após um período de maior pressão financeira. Com margens operacionais em níveis historicamente altos e o balanço gradualmente mais leve (alavancagem em 2,7x), a empresa entra em 2026 em um ponto de inflexão importante — menos foco em sobrevivência financeira e mais em eficiência e rentabilidade.
