Confira as principais notícias que irão movimentar o mercado de ações: Americanas (AMER3), Santander, Light (LIGT3), Gerdau (GGBR4), Banco BMG (BMGB4), Itaú (ITUB4), JBS (JBSS3) e Oi (OIBR3).
Expresso Bolsa
O Ibovespa encerrou a sexta-feira em baixa de -1,47%, alcançando os 108,5k. O principal índice da bolsa brasileira teve uma semana de fortes quedas, fechando o período -3,38% no vermelho. No último pregão, em novo caso de ruído político, o mercado refletiu o posicionamento do presidente Lula sobre a condução da política fiscal e da independência do Banco Central. A curva futura de juros brasileira também repercutiu as falas do presidente, encerrando a sessão em alta e prejudicando os ativos de risco locais.
Novos relatórios
Expresso Bolsa Semanal | Decisões de Política Monetária, Temporada de Balanços
Prévia de resultados 4T22 e Expectativas para 2023: SLCE3, SOJA3 e AGRO3
Prévia de Resultados 4T22: RAPT4 e TUPY3
Prévia de Resultados 4T22: JSLG3 e SIMH3
Decisões de política monetária e falas de Lula elevam juros | Tudo sobre Renda Fixa
O que aconteceu no mercado?
OIBR3
Justiça concede cautela e manda a Companhia pedir recuperação judicial em até 30 dias
O Juiz Fernando Viana, do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, concordou com os argumentos da operadora sobre a falta de caixa para honrar os compromissos junto aos seus credores, e protocolou o pedido de tutela antecipada. Além de suspender os pagamentos da Oi que estão para vencer, o Tribunal deu um prazo de 30 dias para a Companhia oficializar um novo pedido de recuperação judicial. Apesar da chegada de uma segunda recuperação judicial para a Oi, ainda enxergamos um cenário desafiador em relação a seu endividamento e sua baixa capacidade de gerar caixa, mantendo nossa cautela com o papel. (Telesíntese e Genial)
OIBR3
Operadora corre risco sério de ser alvo de uma intervenção direta pela Anatel
A Anatel aprovou em circuito deliberativo, o acompanhamento especial a a criação de um grupo para acompanhar a situação operacional e financeira do Grupo Oi. A medida além de demandar a prestação de informações detalhadas sobre aspectos financeiros e operacionais, também dá o direito da agência participar nas reuniões do Conselho de Administração.
O Estadão aprovou com um membro da alta cúpula da Anatel que a chance de uma intervenção direta na Oi é de uma escala de 6 em 10, mas que antes de qualquer tomada de decisão, a agência precisa entender o que a Companhia pretende com o pedido de tutela de urgência cautelar. (Teletime, Estadão e Genial)
AMER3
Plantão do fim de semana
A Americanas negou o rumor de que haveria negociações na mesa em relação ao Hortifruti Natural da Terra. A companhia também informou que o conselho de administração da companhia decidiu afastar os diretores estatutários para não contaminar o processo de investigação em curso. Nesta semana, os sócios da 3G, Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira devem se reunir com bancos credores. (Americanas, Broadcast e Genial)
JBSS3
JBS reabre unidade de cordeiros na Austrália
A JBSS vai reabrir sua planta de processamento de cordeiros na Austrália, após investimentos da empresa em modernização e ampliação da planta. Com a reinauguração, a JBS pretende aumentar a oferta na Oceania e Ásia. (Valor e Genial)
ITUB4
Diversificando o portfólio
O CADE aprovou a venda de uma parte da Equatorial para o Itaú. Atualmente o banco já possui 9,85% do capital social da distribuidora e pode chegar até 49%. O Itaú e a Equatorial informaram ao CADE que o banco não deterá o controle da distribuidora. A aquisição é uma forma do banco diversificar sua carteira de investimentos e contribuir para o desenvolvimento de seus negócios no setor elétrico. (Valor e Genial)
LIGT3
Novos Cortes por agências de classificação de risco!
Empresa anunciou que outras empresas cortaram o risco corporativo dos seus títulos de dívida! A Moody’s rebaixou o rating das dívidas da empresa de Ba3 para B3. Já a S&P cortou os títulos de emissão da Light SESA de brAA+ para brA- e as de curto prazo de brA-1 para brA-2.
CONSTRUTORAS
Alterações no programa habitacional
O governo adiou para o segundo semestre o relançamento do Minha Casa Minha Vida, que deve substituir o Programa Casa Verde e Amarela. Na alteração do programa, o foco principal tem sido as faixas mais baixas, que hoje são restritas a imóveis de até R$ 96k. A proposta é que este valor suba para R$ 150k, o que deve levar a discussões de alterações também das faixas mais altas do programa. No entanto, mesmo que este patamar atinja R$ 150k, dificilmente a faixa mais baixa será atrativa para as construtoras. Veja, se o custo de construção (desconsiderando impostos e custo de financiamento da obra) é de ~R$ 2k/m² no Brasil, e o projeto de padrão baixo possui ~60m² (justo, se considerarmos a necessidade de varandas), então a margem bruta seria de apenas 20% em um bom dia. Esta margem é praticamente insuficiente para manter uma construtora de pé, quem dirá para pagar o seu custo de oportunidade. Ainda assim, enxergamos a proposta de mudanças como positiva, uma vez que deve chamar a atenção para reajustes em todas as faixas do programa, que entendemos estarem defasadas com relação ao custo de construção atual. (O Globo e Genial)
BMGB4
Novo mercado à vista!
O Banco BMG finalizou a reestruturação da sua área voltada às médias e grandes empresas, com o objetivo de ampliar a atuação no atacado e no chamado middle market (empresas que faturam entre R$ 30m e R$ 300m no ano). As operações de FIDC e tesouraria serão direcionadas para atender esses segmentos. Dessa forma, o banco consegue gerar novas fontes de receita para o seu portfólio. (Valor e Genial)
GGBR4
Gerdau deve reconhecer ganhos de R$800m em créditos tributários
A Companhia divulgou sob fato relevante, que com o trânsito em julgado da Decisão Judicial, a GGBR4 e GOAU3 terão o direito de reconhecer nos resultados de crédito aproximadamente R$800m em atualizações monetárias. O valor é resultado de uma atualização sobre PIS e COFINS nas suas aquisições de sucata, com uma expectativa de monetização em um prazo de até 5 anos. (Gerdau e Genial)
De olho na economia
Só vai piorar
A semana foi agitada. No Brasil decisão do Comitê de Politica Monetária do Banco Central (Copom) de manter a taxa básica de juros da economia brasileira constante em 13,75% ao ano e, em especial, o teor do comunicado que se seguiu à reunião, indicando que deverá manter a taxa neste nível pelo menos até o final de 2023 e, possivelmente, até o final de 2024, gerou reações bastante duras da Presidente do PT, Deputada Gleisi Hoffman, e do Presidente Lula.
A presidente do PT disse que o Banco Central precisa “cair na real”, que o Brasil precisa crescer e gerar empregos e nenhum país aguenta taxas de juros tão elevadas. Segundo a imprensa, o Presidente Lula esperava um comunicado menos duro e teria se sentido traído pelo Presidente Roberto Campos Neto. A reação foi voltar a colocar em dúvida a importância da autonomia do Banco Central, indicando que poderá tentar cancelar a autonomia quando o mandato do atual Presidente acabar, e a questionar o nível da meta para a inflação, sugerindo que poderá mudar a meta no futuro.
A combinação de política fiscal estimulativa (déficit primário de 2% do PIB) e política monetária contracionista para levar a inflação para a meta de 3,0% em 2024, vai exigir taxas de juros bastante elevadas. Aumentar a meta, como tem sugerido o Presidente Lula, vai somente piorar o cenário. O aumento da meta aumenta também as expectativas para a inflação e afeta negativamente o comportamento dos formadores de preços nos mercados. O risco é perder o controle sobre as expectativas para a inflação.
O forte desempenho do mercado de trabalho nos Estados Unidos, com a geração de 517 mil empregos quando as expectativas dos analistas eram de geração de 190 mil empregos, reverteu as avaliação de que o Fed, o banco central americano, poderia reduzir a taxa de juros ainda em 2023, gerando valorização do Dólar nos mercados financeiros internacionais.
O resultado foi que, após um início de semana bastante positivo, com forte valorização do Real frente ao Dólar, a moeda brasileira reverteu a trajetória de valorização e mostrou desvalorização na sexta feira, o que pressiona a taxa de inflação e sinaliza mais aumento de juros no futuro. A pressão sobre o BC só vai piorar.
Renda Fixa
O combo Lula/Payroll fez disparar os juros futuros, que chegaram a subir mais de 40 bps nos vencimentos mais longos. O mercado já vinha de uma quinta feira tensa, marcada pelo comunicado duro do Copom, no dia anterior. E só piorou.
A disparada das taxas dos DIs também foi influenciada pela forte alta do dólar e pelo exterior, onde os juros dos Treasuries aceleraram o avanço, devido ao payroll muito acima do esperado pelo mercado, o que mostra que o cenário de soft landing pode não acontecer, e o FED pode ter que subir mais os juros. A T-Note de dois anos superou 4,30% e a de 10 anos tocou 3,54%, nas máximas.
Cripto
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