
Fique por dentro das principais informações do mercado financeiro nesta quarta-feira, 30 de julho.
Na edição de hoje
A Petrobras voltou ao topo: bateu recorde de produção no 2T25, superando até suas próprias previsões.
E se o petróleo já vinha aquecido, Trump jogou gasolina na fogueira: deu ultimato para Rússia e Ucrânia encerrarem a guerra — e o barril disparou.
O Ibovespa até ensaiou um respiro, mas o clima continua tenso.
A tarifa dos EUA ainda ronda o Brasil, e Haddad admite: nem os americanos sabem direito o que vem por aí.
Enquanto isso, o Copom e o Fed se preparam para mexer os juros — e os investidores prendem a respiração.
Expresso Brasil e Mundo
Ibovespa: O Ibovespa subiu 0,45% nesta terça-feira, encerrando aos 132.725 pontos e interrompendo uma sequência de três quedas, em um pregão de recuperação moderada apesar da persistente incerteza sobre as tarifas comerciais dos EUA contra o Brasil. No pano de fundo, ainda não houve avanços concretos nas negociações entre os dois países, com declarações do ministro Fernando Haddad revelando que sequer os norte-americanos têm clareza sobre a abrangência das medidas. A postura cautelosa do governo Lula e o possível pedido de prorrogação do prazo para vigência das tarifas reforçam o clima de espera no mercado. No exterior, a atenção se volta às decisões de juros do Fed e do Copom, ambas marcadas para amanhã, além da temporada de balanços das big techs, que pode influenciar o apetite por risco global.
Juros futuros: Fecharam em queda com uma leitura positiva da negociação das tarifas. O DI com vencimento em janeiro/2026 fechou em queda de 2 pontos-base a 14,915%. Já os DIs com vencimentos em janeiro/2027 e janeiro/2029 fecharam em queda de 5 e 14 pontos-base, respectivamente.
Mundo: Bolsas operam sem direção clara e rendimentos dos treasuries têm oscilação modesta antes da decisão do Fed, enquanto investidores avaliam balanços. Índice europeu Stoxx 600 opera de lado com resultados abaixo do esperado do HSBC e acima do previsto do UBS; americanas Meta e Microsoft divulgam balanços.
Minério de ferro: Minério de ferro e cobre recuam por frustração dos investidores com uma reunião na China, em que autoridades prometeram implementar políticas para apoiar a economia, de acordo com a agência oficial de notícias Xinhua, mas sem detalhes sobre medidas em larga escala.
Petróleo: Petróleo tem baixa, mas sustenta maior parte dos fortes ganhos da véspera depois que Trump reiterou a possibilidade de impor penalidades adicionais à Rússia.
Em Destaque
Banco do Brasil (BBAS3) | Prévia 2T25: Pressão Sobre Resultados Deve se Intensificar
Relatório de Crédito | Jun/25: Crédito Desacelera, Mas Inadimplência Segue Elevada
Casas Bahia (BHIA3) | Prévia 2T25: Por essa você não esperava
Novos Conteúdos
Motiva (MOTV3) | Resultado 2T25: Lembre-se do vão entre a antiga e a nova companhia
Motiva (MOTV3) reportou um 2T25 de transição, com pouco avanço de receitas, com destaque para os aeroportos, enquanto rodovias e mobilidade apresentaram desempenho mais fraco, além disso, a alavancagem subiu para 3,7x com novas captações, mas deve cair com ramp-up de PR Vias e Sorocabana – os fundamentos seguem sólidos para o CAGR de duplo dígito em EBITDA nos próximos 5 anos.
Petrobras (PETR4) | Dados de Produção e Vendas 2T25 – Alcançando um Novo Patamar!
A Petrobras divulgou seu Relatório de Produção e Vendas do 2T25 – Achamos o resultado positivo! Essencialmente, a empresa alcançou seu recorde de produção: 2,9 milhões bpde, acima das nossas estimativas de produção para 2025 (+5% vs 1T25) onde consideravamos um volume médio de 2,8 milhões.
Economia
Por José Marcio Camargo
Decisão de juros em um ambiente de maior incerteza
Hoje teremos a reunião do Comitê de Política Monetária do Banco Central do Brasil (Copom), responsável pela definição do nível da taxa básica de juros (Selic) a vigorar na economia brasileira.
De olho nas Ações
Santander (SANB11) | Resultado 2T25: Marginalmente Abaixo do Esperado
O Santander reportou um lucro recorrente de R$ 3,66b no 2T25, crescimento de 9,8% na comparação anual, mas queda de 5,2% frente ao 1T25. O trimestre foi marcando uma retração sequencial da rentabilidade (ROE) para 16,0% (-1,0pp t/t e +0,8pp a/a). Nossa primeira leitura indica que o resultado veio marginalmente abaixo de nossas estimativas e do consenso do mercado, refletindo (i) a dinâmica negativa na Margem com o Mercado, impactada pela alta da Selic, e (ii) despesas de PDD mais altas, dado o cenário macroeconômico adverso e os desafios com a Nova Resolução 4.966. A carteira de crédito ampliada do Santander recuou 1% t/t e avançou 1,5% a/a, totalizando R$ 676 bilhões. O desempenho foi afetado pela aceleração dos write-offs (R$ 2,5 bilhões), variação cambial e discussões em torno do IOF. Do lado positivo, destacamos o rígido controle de despesas, permitindo atingir o maior índice de eficiência em três anos, e a redução da inadimplência, que recuou para 3,1% (-0,2pp t/t e -0,1pp a/a).
As principais notícias do dia 30/07/25
⛽ Petróleo & Gás
PETR4 | Fronteira emergente com descobertas offshore promissoras
O que aconteceu? A Namíbia segue ganhando tração como nova fronteira do petróleo offshore com uma sequência de descobertas expressivas na Bacia de Orange. Desde 2022, os campos Venus (TotalEnergies) e Graff (Shell) marcaram o início de uma fase de aceleração exploratória no país. Em 2025, a Galp revelou a descoberta no poço Mopane‑3X, com potencial estimado de até 10 bilhões de barris de óleo equivalente. A Eni também confirmou presença significativa de hidrocarbonetos no poço Capricornus 1-X, e a Rhino Resources encontrou reservatórios adicionais no mesmo bloco. A expectativa é de que a TotalEnergies tome a decisão final de investimento (FID) sobre o campo Venus até 2026, com início de produção previsto para 2029. (Oil Price e Genial).
Opinião Genial: A Namíbia desponta como próxima fronteira relevante de produção global de petróleo, com potencial semelhante ao observado em países como Guiana e Suriname. Acreditamos que as notícias relacionadas ao país precisam ser acompanhadas de perto tendo em vista o interesse da Petrobras em investir fora do Brasil e já ter feito ofertas não-vinculantes a ativos exploratórios no país.
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🥩 Alimentos (frigoríficos)
Setor de carnes do Brasil pode perder até US$ 1b em 2025 com tarifa de 50% dos EUA
O que aconteceu? A Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec) alertou que o setor pode perder até US$ 1b em receitas em 2025 caso seja mantida a tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos sobre a carne bovina brasileira. As exportações previstas para o próximo ano são de 400Kt, mas o volume pode ficar abaixo desse patamar devido às barreiras impostas. Em 2024, o Brasil exportou cerca de 220Kt para o mercado norte-americano. (Abiec e Genial)
🌲 Papel e Celulose
SUZB3 | Suzano avalia acelerar expansão nos EUA com nova fábrica de NBSK e fluff
O que aconteceu? A Suzano estuda ampliar sua presença no mercado americano, que já representa ~15% de sua receita líquida, como resposta ao impacto das tarifas impostas pelos EUA. Entre as alternativas em avaliação, estaria a construção de uma fábrica de celulose de fibra longa (NBSK) — utilizada em embalagens — com linha adicional de celulose fluff, insumo essencial para fraldas geriátricas e absorventes. A iniciativa marcaria um passo estratégico fora do foco tradicional da companhia, líder global em celulose de eucalipto (fibra curta) pós-aquisição de 51% da Kimberly-Clark em papéis de higiene (excluindo América do Norte) por US$1,7b, anunciada em junho (Valor e Genial).
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