
Fique por dentro das principais informações do mercado financeiro nesta segunda-feira, 18 de agosto.
Na edição de hoje
O Ibovespa encerrou a sexta praticamente estável (-0,01%), mas acumulou a segunda alta semanal consecutiva. Lá fora, o cenário foi de cautela: investidores acompanharam o encontro entre Trump e Putin no Alasca e dados mistos dos EUA, com varejo forte em julho contrastando com queda na confiança do consumidor, pano de fundo que mantém viva a incerteza sobre os próximos passos do Fed.
No Brasil, o foco recaiu sobre o GPA, onde novas renúncias no conselho fiscal reforçam o clima de instabilidade e já renderam queda de 7,2% nas ações na semana. Mas o que pode realmente ditar o rumo dos mercados nos próximos dias é maior: cresce a expectativa de avanços em um acordo de paz na Ucrânia, tema que, se ganhar tração, pode remodelar os humores globais muito além dos balanços e juros.
Expresso Brasil e Mundo
Ibovespa: O Ibovespa fechou praticamente estável nesta sexta-feira, com leve baixa de 0,01%, aos 136.340 pontos, mas garantiu alta semanal de 0,31%, a segunda consecutiva.
Juros futuros: Fecharam em queda acompanhando os yields americanos, numa manutenção das apostas de corte de juros nos EUA em setembro.
Mundo: Futuros de ações dos EUA e bolsas europeias operam perto da estabilidade.
Minério de ferro: Minério de ferro estende recuo em Singapura.
Petróleo: Petróleo tem alta leve.
Em Destaque
Cyrela (CYRE3) | Resultado 2T25: Nem tudo são flores…
BRF (BRFS3) | Resultado 2T25: Fusão com a Marfrig aprovada, o que fazer com as ações agora?
Novos Conteúdos
Expresso Bolsa Semanal: Dados de Inflação, Temporada de Balanços, Tensão Brasil-EUA
A semana foi marcada pela volatilidade, refletindo um vai e vem entre otimismo e cautela pelos investidores.
Economia
Por José Marcio Camargo
Repasse das tarifas para os preços fica mais evidente com salto na inflação ao produtor (PPI) nos EUA
A divulgação do Índice de Preços ao Produtor (PPI) de julho nos Estados Unidos surpreendeu a todos.
De olho nas Ações
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As principais notícias do dia 18/08/25
🥩 Alimentos (frigoríficos)
MRFG3 & BRFS3 | Fusão com BRF avança e aguarda decisão final do Cade
O que aconteceu? A Marfrig informou que o prazo para exercício do direito de recesso pelos acionistas que não aprovaram a fusão com a BRF se encerra em 5 de setembro. A expectativa é obter a aprovação final do Cade antes dessa data, com a votação prevista para 20 de agosto, onde já há quatro votos favoráveis e um contrário. Sr. Marcos Molina, presidente do conselho da Marfrig, afirmou que o foco nos primeiros 6 meses pós-fusão será capturar sinergias — estimadas em +R$800m/ano, consideradas conservadoras — e manter disciplina financeira, sem novas operações de M&A no período. A nova companhia, MBRF, nascerá com alavancagem de 3,0x e caixa consolidado de R$23b, podendo distribuir até R$3b em dividendos pela BRF (ajustados conforme adesão ao recesso) e R$2,5b pela Marfrig. A estratégia também contempla possível listagem nos EUA, uso de créditos tributários para investimentos e gestão de dívidas para reduzir despesas financeiras.
Opinião Genial: Como dito em nosso relatório de revisão de resultado de ambas as companhias,tanto as AGEs de BRF quanto a de Marfrig foram finalmente deferidas em 5 de ago., o que pareceu expurgar um overhang societário importante para a estruturação da New Co. (MBRF). Se a fusão for ratificada, inicia-se período de 30 dias para exercer o direito de dissidência, seguido por deliberação sobre o dividendo extraordinário estimado em até R$3,3b, após o qual ocorrerá o closing da operação — estimado para ~40 dias após a AGE (segunda quinzena de set.). A relação de troca permanece fixa em 1 BRFS3 por 0,8521 MRFG3, baseada no preço de fechamento do dia anterior à permuta. Por fim, o approval final ainda estaria pendente no CADE. Ainda assim, já havíamos dito que não víamos grandes chances do CADE barrar a operação, mesmo após o apelo da Minerva, que questionou potenciais conflitos de interesse relacionados ao fundo saudita SALIC e ao possível desequilíbrio de mercado que a fusão poderia trazer.
MRFG3
Recomendação: Comprar
Preço-alvo: R$26,00
BRFS3
Recomendação: Manter
Preço-alvo: R$19,50
🛒 Varejo
PCAR3 | Novas renúncias agravam instabilidade no GPA
O que aconteceu? O GPA informou que André Francez Nassar e Diego Xavier Mendes renunciaram ao conselho fiscal, ampliando a lista de saídas recentes, que inclui o diretor de negócios Frédéric Garcia e, em agosto, os conselheiros Sebastian Dario Los e Edison Ticle. As renúncias refletem divergências sobre governança e remuneração, além de ocorrerem em meio ao aumento da influência dos acionistas da família Diniz, que passam a ter mais voz no grupo. (GPA e Genial)
Recomendação: Manter
Preço-alvo: R$ 3,50
⛽ Petróleo & Gás
PRIO (PRIO3) | Parada do Campo de Peregrino
O que aconteceu? A ANP determinou a interdição do FPSO Peregrino, operado pela Equinor, apontando necessidade de melhorias em (i) documentação de gestão e análise de risco e (ii) adequações no sistema de dilúvio. Os trabalhos de adequação foram iniciados pela operadora e devem durar entre 3 e 6 semanas. A PRIO, sócia do consórcio e futura operadora do ativo, informou estar colaborando diretamente para agilizar o processo. (Fonte: PRIO e Genial Investimentos)
Opinião Genial: O evento é negativo, ainda que com impacto limitado para a tese da empresa – importante mencionar que o operador do ativo ainda é a Equinor (expectativa de conclusão da transferência do ativo é ao final do 1º semestre 2026) e que uma paralização técnica de um mês e meio nem de longe são suficientes para mudar a nossa percepção sob a tese da empresa. Apesar de a Equinor já estar implementando as medidas corretivas, o evento pode trazer impacto negativo de curto prazo sobre a produção consolidada da companhia.
Recomendação: Comprar
Preço-alvo: R$ 69,0
🏦 Seguradoras
IRBR3 | Ex-diretores devem pagar indenização de R$ 650m
O que aconteceu? O IRB (Re) obteve decisão favorável em processo de arbitragem contra seus ex-diretores Fernando Passos e José Carlos Cardoso, que poderão ser condenados a indenizar a companhia em cerca de R$ 650 milhões. A arbitragem foi iniciada em 2020, após a revelação das fraudes contábeis. A decisão aponta atos ilegais, custos de remediação e danos reputacionais. (Valor e Genial)
Recomendação: Comprar
Preço-alvo: R$ 59,80
⛽ Petróleo & Gás
Petrobras | O que é a Avaliação Pré-Operacional (APO), última etapa para explorar a Foz do Amazonas?
O que aconteceu? Avaliação Pré-Operacional (APO) é um procedimento de simulação de emergência, considerado o último teste necessário antes da emissão da licença ambiental para a perfuração de poços na Foz do Amazonas (Bloco FZA-M-59). O Ibama e a Petrobras acordaram em realizar a APO em torno do dia 24 de agosto, com duração estimada de 3 a 4 dias. Durante o teste, serão simulados cenários de derramamento de óleo, avaliando a efetividade dos planos de emergência, a capacidade de resposta das equipes, a eficiência dos equipamentos, o cumprimento do tempo de atendimento à fauna e a comunicação com autoridades e partes interessadas. Essa etapa foi precedida de uma vistoria que confirma que os planos de emergência (PEI) e proteção à fauna (PPAF) já foram aprovados conceitualmente pelo Ibama.
Opinião Genial: Sua realização bem-sucedida reduziria substancialmente o risco regulatório e de licenciamento, abrindo caminho para perfuração em uma das últimas grandes fronteiras exploratórias brasileiras. Se aprovada, a licença deve ser concedida em “poucos dias”, conforme histórico de etapas semelhantes em outras regiões da Margem Equatorial. Entretanto, o procedimento exige integração logística complexa — especialmente em uma região de difícil acesso — e ainda depende de ajustes técnicos finais. Porém, a mobilização ativa da Petrobras e o consenso político sugerem maior chance de conclusão positiva dentro do prazo.
Recomendação: Manter
Preço-alvo: R$ 44,00
✈️ Aeroespacial
EMBR3 | Embraer reforça presença em Portugal e amplia relevância nos EUA
O que aconteceu? A Embraer anunciou a criação de uma nova subsidiária em Portugal, a ATEC, dedicada à integração de sistemas de controle de tráfego aéreo e defesa. A iniciativa reforça o país como hub estratégico da companhia na Europa. Paralelamente, nos EUA, a fusão entre Mesa Airlines e Republic Airways consolidará mais de 300 jatos E170 e E175 da Embraer como base da nova companhia aérea regional, destacando o protagonismo da fabricante brasileira no segmento.
Opinião Genial: As duas notícias reforçam a tese de internacionalização e diversificação da Embraer. A expansão em Portugal sinaliza aposta em contratos de defesa e tecnologia dual-use, enquanto o avanço da aviação regional americana evidencia a força da Embraer no pós-pandemia, com seus jatos dominando um nicho com alta barreira de entrada.
🏡 Imobiliário 18/08/2025
JHSF3 | Nova expansão em aeroporto
O que aconteceu? A JHSF avalia nova expansão do aeroporto Catarina (SP), mesmo antes de concluir a obra atual, devido à forte demanda. A empresa amplia de 12 para 16 hangares e já estuda novos investimentos. O abastecimento de aeronaves cresceu 54% no 2T25, reforçando a relevância do negócio. O aeroporto é estratégico, servindo como porta de entrada de clientes de alto padrão que frequentam os demais empreendimentos da JHSF.