Confira as principais notícias que irão movimentar o mercado de ações: Americanas (AMER3), Banco do Brasil (BBAS3), Santander (SANB11), Itaú (ITUB4), Bradesco (BBDC4) e Tupy (TUPY3).
Expresso Bolsa
O Ibovespa encerrou a terça-feira em alta de +1,16%, alcançando os 113,0k. No cenário externo o dia foi negativo, impactado por resultados negativos de algumas empresas nos EUA e dados do índice de atividade estadunidense em território negativo. Os investidores estão se mostrando apreensivos para a movimentação da taxa futura de juros decidida pelo Fed na semana que vem.
Já no cenário local, não tivemos ruídos políticos, o que deu certo fôlego para os ativos de risco brasileiros. O índice de preços ao consumidor (IPCA-15) veio acima do esperado pelo mercado. Mesmo assim, a curva futura de juros local fechou o dia em queda, influenciada pela atividade econômica mais fraca no exterior.
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Bradesco (BBDC4), Santander (SANB11), Itaú (ITUB4) e Banco do Brasil (BBAS3): Impacto da dívida das Americanas
Americanas! A varejista entregou a lista de credores para a 4ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro com uma dívida total de R$ 41,2b. A lista é ampla e contém fornecedores, empresas e bancos.
Bancos. As instituições financeiras mais expostas a Americanas são: Deustche Bank (R$ 5.2b), Bradesco (R$ 4,5b), Santander (R$ 3,7b), BTG Pactual (R$ 3,5b), Votorantim (R$ 3,3b), Itaú (R$ 2,7b), Safra (R$ 2,5b), Banco do Brasil (R$ 1,4b), Caixa (R$0.5b) e outros.
Qual o impacto? Considerando o patrimônio de cada banco e um imposto com alíquota de 45%, estimamos que os bancos em nossa cobertura terão os seguintes impactos sobre o patrimônio: Bradesco (1,6%), Santander (2,4%), Itaú (0,9%) e Banco do Brasil (0,5%). Os bancos estão considerando registrar algumas dessas provisões já no 4T22, mas ainda nada decidido segundo nossas conversas.
Impacto da Dívida nos Bancos (R$m, PL do 3T22)
SANB11
Caso Americanas
O Santander entrou com pedido de anulação do processo de recuperação judicial da Americanas tentando evitar o grande caso de inadimplência da varejista. Porém, recentemente o Safra fez a mesma solicitação e foi rejeitado por uma desembargadora. (Valor e Genial)
TUPY3
Venda de Pesados Desacelerando na Europa
A ACEA divulgou os dados relativos às vendas de veículos comerciais leves na Europa em dezembro. Ao todo, foram vendidos 136,1k veículos (-12,85 m/m e -6,4% a/a) no último mês do ano. No acumulado de 2022 foram vendidas 1,47 m de unidades (-18,6% a/a). A falta de semicondutores no primeiro semestre corroborou para uma queda acentuada no volume produzido durante o ano. Com a melhora na produção desses componentes, acreditamos que parte do volume poderá se recuperar em 2023. (ACEA e Genial)
De olho na economia
Surpresas desagradáveis na inflação
O IPCA-15 apresentou avanço de 0,55% m/m em janeiro, registrando um leve aumento em relação ao resultado do mês anterior (0,52%) e vindo um pouco acima da mediana do mercado (0,52%, Broadcast). Com isso, a inflação medida pelo IPCA-15 alcançou 5,87% na métrica em doze meses.
Dos nove grupos que compõe o IPCA-15, todos apresentaram altas de preços em janeiro. Na mesma direção, houve repique considerável da totalidade dos núcleos de inflação. Junto desse quadro de piora na composição dos núcleos veio um aumento do índice de difusão, que saiu de 65,67% em dezembro para 67,03% em janeiro.
A surpresa altista no IPCA-15 de janeiro foi puxada por uma variação acima da esperada no grupo Comunicação e no subitem licenciamento e emplacamento de veículos. Os grupos Saúde e Cuidados Pessoais, Comunicação e Despesas Pessoais contribuíram, respectivamente, com 0,14, 0,11 e 0,06 p.p. para a alta desse índice de inflação no mês. Para o IPCA cheio de janeiro não deve haver alívio, dado que a sazonalidade do início de ano deve pesar sobre vários itens que tipicamente sofrem reajustes nesse período.
Ontem (24/01) a Petrobras anunciou reajuste de 7,46% na gasolina, com o litro saindo de R$ 3,08 para R$ 3,31, um aumento de R$ 0,23. Assumindo um repasse de 55% dessa alta para o consumidor final, o impacto no IPCA de 2023 deve ser de 0,22 p.p.
Olhando para frente devemos ter um comportamento em formato de “u” da inflação em doze meses ao longo desse ano, visto que tivemos três meses de inflação mensal acima de 1,0% em 2022 (fevereiro, março e abril) que devem sair da amostra e outros três meses de deflação (julho, agosto e setembro) que quase certamente serão substituídos por meses de inflação positiva em 2023. Apesar desse alívio temporário da inflação acumulada em doze meses até o meio do ano, ela deve voltar a acelerar, de modo a encerrar 2023 em 6,50%. Esta estimativa assume que os tributos federais (PIS/Cofins) incidentes sobre os combustíveis não serão reintroduzidos nesse ano.
Renda Fixa
Apesar da alta na inflação medida pelo IPCA-15 de janeiro e o anúncio pela Petrobras de alta de 7,46% na cotação da gasolina, as curvas de juros futuros fecharam o dia em queda, com destaque para os vencimentos mais longos, caindo um pouco mais de 10bps.
Dentro de um cenário extremamente volátil, tal queda provavelmente se deu à realização dos lucros após as últimas altas e a apreciação do real frente ao dólar futuro. No mais, é necessário observar os desdobramentos da viagem de Lula pela América do Sul e os leilões do Tesouro para os próximos dias.
Cripto
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