
Fique por dentro das principais informações do mercado financeiro nesta quinta-feira, 31 de julho.
Na edição de hoje
Fed e Copom cumpriram o script e mantiveram os juros inalterados, mas o que veio depois acendeu o radar: Trump confirmou a tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, embora tenha deixado setores-chave de fora.
Powell evitou sinalizar cortes em setembro e reforçou o risco de que a inflação americana volte a esquentar com choques externos. Por aqui, o Copom destacou que a pausa nos juros pode ser mais longa do que o mercado imagina.
No Brasil, o Copom falou grosso: vai manter a Selic elevada por bastante tempo e ainda deixou no ar que o ciclo pode estar longe do fim.
E Haddad? Tentando conter os danos e prometendo plano emergencial para os setores mais atingidos pela retaliação americana.
A pausa nos juros era o esperado. O que vem depois, não.
Expresso Brasil e Mundo
fechou em alta de 0,95%, aos 133.989 pontos, revertendo perdas de até 0,6% no intradiário em meio a reviravoltas geopolíticas, dados macroeconômicos surpreendentes e decisões de política monetária. Lá fora, o PIB acima do esperado nos EUA e na Europa inicialmente trouxe algum otimismo, mas foi ofuscado por uma decisão do Federal Reserve de manter os juros inalterados e o recado duro de Powell, esfriando apostas de corte em setembro. No Brasil, o mercado acompanhou a escalada das tensões com os EUA, que sancionaram o ministro Alexandre de Moraes e confirmaram as tarifas de 50% sobre produtos brasileiros — mas o alívio veio no fim da sessão com a divulgação de exceções importantes na medida, como celulose, suco de laranja e energia, provocando reação eufórica.
Juros futuros: Fecharam em alta acompanhando as fortes altas do yields americanos após tom mais duro de Powell durante coletiva, afastando as possibilidades de cortes de juros nos EUA ainda este ano. O DI com vencimento em janeiro/2026 fechou em alta de 1 ponto-base a 14,92%. Já os DIs com vencimentos em janeiro/2027 e janeiro/2029 fecharam em alta de 8 e 4 pontos-base, respectivamente.
Mundo: Futuros da Nasdaq avançam forte com resultados positivos da Meta e Microsoft, destacando ganhos com megainvestimentos em IA; Microsoft mira market cap de US$ 4 tri.
Minério de ferro: Minério de ferro cai com queda inesperada na atividade industrial chinesa.
Petróleo: Petróleo recua ante ameaças dos EUA de penalizar Índia por compras de petróleo russo e repressão a suprimentos do Irã.
Em Destaque
Banco do Brasil (BBAS3) | Prévia 2T25: Pressão Sobre Resultados Deve se Intensificar
Relatório de Crédito | Jun/25: Crédito Desacelera, Mas Inadimplência Segue Elevada
Motiva (MOTV3) | Resultado 2T25: Lembre-se do vão entre a antiga e a nova companhia
Novos Conteúdos
Bradesco (BBDC4) | Resultado 2T25: Receita Avança e Evento Não-Recorrente Reforça Provisões
Em meio ao processo de reestruturação, o Bradesco apresentou mais um trimestre de evolução sequencial do lucro.
Ecorodovias (ECOR3) | Resultado 2T25: Esperado, mas ainda assim bem-vindo
A ECOR3 reportou resultados esperados, mas sólidos no 2T25, com destaque para o crescimento do tráfego, impulsionado por veículos pesados e ramp-up das novas concessões – a gestão de dívida e alocação de capital sustentaram a tese no lado financeiro, com dividendos (~5% yield) – os dados reforçaram os fundamentos fortes para sustentar o CAGR 24-27E de ~9%, com uma TIR Real de 15%, reiterando ECOR3 como nossa preferência no setor.
Isa Energia (ISAE4) | Resultado 2T25: Fique Tranquilo, Vai ter Dividendo sim!
Seguimos com a recomendação de COMPRAR em ISAE4. Apesar do resultado poluído pelo efeito não recorrente derivado da decisão da ANEEL em relação ao RBSE em R$275 milhões, no geral, acreditamos que empresa operou conforme o roteiro esperado: evoluiu no desenvolvimento dos seus projetos/investimentos (com impacto já esperado no endividamento), entregou excelente performance na linha de custos gerenciáveis e renovou seu backlog de investimentos aprovados pela ANEEL (R$5,7 bilhões a serem executados até 2029).
Santander (SANB11) | Resultado 2T25: Recuperação Encontra Obstáculos e Sinaliza Desafios à Frente
O Santander Brasil reportou um resultado do 2T25 que, embora ainda indique recuperação frente ao ano passado, trouxe sinais de alerta sobre a sustentabilidade dessa trajetória.
🌲 Klabin (KLBN11) | Prévia 2T25: Papel à frente, celulose em compasso de espera
🎯 IGP-M (Jul/25): Produtos agrícolas permanecem em tendência de queda
🎯 PIB EUA (2º tri/2025): Atividade se recupera e cresce a um ritmo anualizado de 3,0% t/t
🎯 Decisão da taxa de juros (Copom): Banco Central mantém a taxa Selic em 15,00% a.a.
🎯 FOMC (Jul/25): Dois diretores abrem divergência a favor de corte de 25 pontos base
Economia
Por José Marcio Camargo
Uma verdadeira “super-quarta”
Usualmente, as quartas-feiras contempladas pelos anúncios de decisão de política monetária dos comitês dos bancos centrais americano (Fomc) e do BCB (Copom) já são conhecidas como “super-quarta”.
De olho nas Ações
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As principais notícias do dia 31/07/25
🎯 Macro
Decreto do ‘tarifaço’ ao Brasil é assinado
O que aconteceu? O presidente dos EUA, Donald Trump, assinou um decreto que impõe tarifas de 40% sobre produtos brasileiros a partir de 6 de agosto, mas com isenção para 694 itens, como petróleo, sucos, aviões e minérios. Carnes, frutas e café não escaparam. A Casa Branca justificou a medida como resposta a supostas violações de direitos humanos no Brasil. Segundo a Amcham, as isenções cobrem 43,4% das exportações brasileiras aos EUA. Apesar disso, setores estratégicos ainda serão afetados, e o governo brasileiro prepara um plano de contingência para mitigar os impactos econômicos. (BBC e Genial)
🌲Papel e Celulose
SUZB3 | Tarifa de 50% dos EUA: Celulose entra na lista de exceções, aliviando pressão sobre Suzano.
O que aconteceu? O presidente dos EUA, Donald Trump, oficializou uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, com início em 6 de agosto, alegando “ameaças à segurança nacional e à liberdade de expressão” no Brasil. A medida prevê quase 700 itens isentos, incluindo derivados de celulose. O Brasil é responsável por ~80% do consumo aparente americano de celulose de eucalipto (fibra curta), com 1,8Mt exportadas pela Suzano em 2024 – 65% do total enviado do Brasil aos EUA (Valor e Genial).
Opinião Genial: Diferente do cenário inicialmente estimado, a inclusão da celulose na lista de exceções deve eliminar um risco relevante para a companhia. O mercado norte-americano responde por ~15% da receita líquida da companhia e, dessa forma, a ausência da tarifa evita a necessidade de realocação de volumes para mercados alternativos, num contexto global ainda fragilizado para a demanda de celulose. A decisão norte-americana é, portanto, positiva para a Suzano.
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🛫 Aeroespacial
EMBR3 | EUA lista exceções às tarifas – aeronaves civis e peças ficam de fora; ação salta 11%
O que aconteceu? O governo dos Estados Unidos divulgou hoje uma lista preliminar de exceções às tarifas de 50% sobre produtos brasileiros, e incluiu aeronaves civis e suas partes na lista de isenções. A medida reduz consideravelmente o risco direto para a Embraer, que até então era vista como uma das empresas mais impactadas, dada sua forte exposição ao mercado americano (responsável por cerca de 30% das receitas). A reação do mercado foi imediata, com as ações da Embraer subindo 11% no dia.
Opinião Genial: A isenção é uma notícia altamente positiva para a Embraer, que tinha potencial de sofrer um impacto de até 5–6 pontos percentuais na margem EBIT caso as tarifas fossem integralmente aplicadas. Ainda que o cenário geral de tensão comercial siga gerando ruídos, a confirmação de que um dos principais mercados da companhia não será diretamente penalizado representa uma importante remoção de risco.
🚗 Locadoras
MOVI3 & RENT3 | BYD e governo negociam redução de tarifas para CKD/SKD – risco para locadoras
O que aconteceu? A chinesa BYD busca do governo brasileiro uma redução temporária das tarifas de importação para veículos elétricos semi ou totalmente desmontados (SKD e CKD), de 18–20% para até 5–10% até 2028. O governo, por sua vez, avalia o pleito, que está sob análise. A BYD acelerou suas importações em 2025, enviando cerca de 22 mil veículos ao Brasil antes do último aumento tarifário, e planeja montar 50 mil carros ainda este ano em Camaçari, com produção local a partir de julho de 2026
Opinião Genial: A perspectiva de tarifas reduzidas favoreceria a BYD, mas representa um alerta para locadoras como Movida e Localiza: uma inundação de modelos importados mais baratos pode gerar volatilidade nos preços de seminovos, pressionando as margens das frotas.
🌎 BDR
META34 | Meta surpreende no 2T25 e ações disparam antes de decisão antitruste
O que aconteceu? A Meta Platforms divulgou receita de US$ 47,5 bi (+22% a/a) e lucro de US$ 7,14/ação no 2T25, superando as estimativas graças ao salto de anúncios turbinados por ferramentas de IA; o guidance para o 3T subiu para US$ 47–50 bi mesmo com capex recorde de US$ 17 bi destinado a novos data centers, e as ações avançaram cerca de 10 % no after-market, reforçando confiança na monetização da IA às vésperas de um importante julgamento antitruste nos EUA (Bloomberg e Genial).
🌎 BDR
MSFT34 | Microsoft surpreende com salto da Azure AI e revisa guidance para cima
O que aconteceu? A Microsoft reportou receita de US$ 71,8 bi (+16 % a/a) e lucro de US$ 3,37/ação no 4T fiscal, superando as projeções graças ao crescimento de 31 % da Azure — puxado por serviços de IA generativa e novos contratos corporativos — e à expansão de margens no segmento Productivity & Business (Office 365 + Copilot). A companhia elevou o guidance de capex em nuvem para US$ 47–49 bi no FY 26 e anunciou novo programa de recompra de US$ 60 bi, levando as ações a subir 6 % no after-market, movimento que deve impulsionar o BDR MSFT34 (Bloomberg e Genial).
📡 Telecomunicação
TIMS3 | Lucro da TIM sobe 25 % no 2T25 e margem bate 56,8 %
O que aconteceu? A TIM Brasil reportou lucro normalizado de R$ 976 milhões no 2T25 (+25 % a/a), puxado por receita móvel mais robusta, avanço de 9 % no EBITDA para R$ 5,35 bilhões e margem recorde de 56,8 %; manteve o capex anual em R$ 9–9,5 bi e aprovou JCP de R$ 0,13/ação, sinalizando foco em eficiência e continuidade na remuneração ao acionista (EInvestidor e Genial).
🏥 Saúde
HAPV3 | Hapvida destina R$ 380 mi para expandir rede no Rio e ganha fôlego de crescimento
O que aconteceu? A Hapvida aprovou investimento de R$ 380 milhões para construir novas unidades hospitalares e clínicas na Baixada Fluminense e na Zona Oeste do Rio de Janeiro, com obras escalonadas até 2027, visando ampliar capacidade de atendimento em regiões de baixa oferta privada, capturar demanda de planos individuais e fortalecer sua presença no Sudeste, movimento que pode pressionar capex de curto pra