A Genial, em parceria com a Quaest, divulgou mais uma rodada da pesquisa quantitativa de avaliação do Governo Lula e demais aspectos políticos, econômicos e de governabilidade. O estudo tem por fim medir como o mercadofinanceiro está avaliando a atuação do presidente e demais aspectos do mandato.
Sobre a pesquisa
O levantamento foi feito entre 6 e 10 de julho, por meio de entrevistas virtuais com questionários estruturados. No total, foram 94 entrevistas com fundos de investimentos de São Paulo e do Rio de Janeiro, centros fibnanceiros do país. Entre o público respondente estão gestores, economistas, analistas e tomadores de decisão do mercado financeiro.
Avalaiação do Governo Lula
Segundo a pesquisa, 44% do mercado financeiro desaprova o Governo Lula. O resultado é surpreendemente positivo na comparação com rodadas anteriores do levantamento, quando, em março, a reprovação chegou a 90%. As últimas semanas, foram decisisvas para o resultado, com aprovação do marco fiscal e da reforma tributária, vistos como pautas essenciais pela Faria Lima. Outro quesito que contribuiu para que a reprovação caísse pela metade foi a atuação do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, vista como sensata por grande parte do mercado.
Falando em Haddad, seu trabalho frente ao Ministério da Fazenda tem sido avaliado de forma positiva. Nesta rodada, 65% dos consultados consideram o trabalho do ministro positivo, quando apenas 10% tinham esta opinião em março e outros 26% em maio. O crescimento em relação à última rodada é de mais de 100%.
A série mostra que as últimas semanas foram de aceleração de um resultado que estava caminhando muito lentamente em direção à melhora da avaliação dos players de mercado sobre Haddad. O que virou o jogo foi a capacidade de negociação e articulação política do ministro no trabalho de aprovação da reforma tributária e do arcabouço fiscal nas casas legislativas.
Na esteira das últimas pautas consideradas importantes e que foram aprovadas no Congresso, o que também reverteu na visão do mercado financeiro foi a capacidade do Governo Lula de aprovar pautas junto ao deputados e Senadores. Agora, 27% diz que o governo tem alto poder para aprovar sua agenda.
Na pesquisa anterior, pesou o desespero visto na base diante da possibilidade de ver a destruição da estrutura de governo com 37 ministérios e volta do desenho do governo anterior por conta do vencimento do prazo da MP e resistência das casas legislativas para fazer concessões (vide esvaziamento dos ministérios do Meio Ambiente e dos Povos Indígenas).
Economia
Partindo para o assunto de domínio dos entrevistados, nesta rodada, mais de 50% dos entrevistados acreditam que a economia vai melhorar nos próximos 12 meses, entretanto, mais de 50% ainda considera que estamos caminhando para a direção errada neste tema.
Outro aspecto interessante da pesquisa, é a inversão na tendência da linha que avalia a percepção do mercado quanto à preocupação do Governo com a inflação. Esta mudança vem após o Conselho Monetário Nacional (CMN) decidirem mater inalterada a meta de inflação e adotar o sistema contínuo. As duas decisões foram consideradas positivas pelos consultados.
Outras análises
Para acompanhar todos os detalhes da pesquisa de avaliação do Governo Lula na ótica do mercado, acesse o resultado na íntegra clicando aqui.
Acompanhe também as avaliações de José Márcio Camargo, economista-chefe da Genial, e Felipe Nunes, CEO da Quaest, responsável pelo levantamento: