Atualize seus conhecimentos com a semanal de renda fixa do Analisa. Principais informações sobre o que aconteceu no mercado de renda fixa na semana, com analise do mercado externo, local e o que mais será relevante nos próximos dias.
Atualização Renda Fixa: cenário externo e local
Cenário Externo para semana na renda fixa: O FED optou por elevar a taxa básica de juros da economia norte-americana em 75 bps, o terceiro aumento consecutivo desta magnitude.
Os gráficos de pontos e a tabela de projeções sinalizam que os diretores do Banco Central projetam uma taxa de juros significativamente mais elevada para os próximos anos. Os números divulgados apontam para uma Fed Funds rate, próxima de 4,4% ao final de 2022, e encerrando o ano de 2023 em 4,6%.
Avaliamos que o atual processo inflacionário fará com que o Fed tenha que elevar a taxa básica de juros americana para 4,5% em 2022, com mais um aumento de 75 bps na próxima reunião. Para 2023, projetamos uma taxa de juros de 5,0%.
O Comitê de Política Monetária do BoE também elevou a taxa básica de juros, mas num ritmo um pouco mais lento que o Fed, em 50 bps. Desse modo, a taxa no Reino Unido chegou a 2,25% ao ano.
De acordo com o Comitê, desde agostos os preços de gás natural têm se mantido voláteis, bem como o mercado financeiro, onde ocorreu um forte movimento de abertura da curva e uma forte desvalorização da libra esterlina.
Contudo, a política da nova primeira-ministra Liz Truss de limitar os preços da energia doméstica devem ser um driver importante para manter a elevação da inflação no país, fazendo com que seu pico chegue antes das expectativas anteriores.
Cenário local para semana na renda fixa: O Copom decidiu interromper o ciclo de alta da taxa de juros, mas deixou a porta aberta para uma nova elevação no futuro, dependendo das incertezas tanto domésticas quanto internacionais.
Vale destacar que, diferentemente do usual, houve dois votos dissidentes, a favor de uma elevação de 0,25 p.p. Nossa avaliação é que o comunicado veio mais hawkish que o esperado, não só por não cravar o encerramento do ciclo, como também pela ausência de consenso, o que não ocorria desde março de 2016.
Em nosso cenário base, o BCB deixará a taxa em 13,75% até o 2º trimestre de 2023, quando iniciará o processo de redução, encerrando o ano em 11%.
Curvas de juros e inflação
Após a decisão do COPOM, onde decidiram manter a Selic inalterada, porém, indicando que não vislumbram nenhum corte tão cedo, fez com que o mercado interpretasse como uma indicação que o ciclo de altas realmente se encerrou, e já começaram a projetar a partir de quando acontecerão os cortes nos juros.
Esse comunicado, somada a nova perspectiva de recessão global que vem se fortalecendo, fizeram com que as curvas de juros locais tivessem queda em suas taxas em todos os vértices dos contratos de DI futuro, com destaque para os vencimentos até 2024, esses, com mais impacto das decisões de politica monetária, que fecharam aproximadamente 35 bps.
A curva de títulos indexados ao IPCA, que representam os juros reais, também fechou suas taxas, com destaque para a parte de vencimentos mais curtos e intermediários, fechando entre 10 a 15bps com relação a semana anterior, ou seja, com a curva de juros nominal fechando em maior proporção que e a de juros reais , a inflação implícita teve queda em suas taxas.
Então, os índices de renda fixa tiveram desempenho positivo na semana, com destaque para as valorizações dos índices que representam os títulos indexados a inflação (IMAB5+ e IMAB), subindo 0,84% e 0,59%, respectivamente.
Semanal de renda fixa: o que esperar para próxima semana?
Na terça-feira, o IPCA-15 de setembro será publicado, para o qual esperamos nova baixa marginal, com -0,25% m/m e 8,09% a/a.
Na quarta-feira, o BCB divulgará a nota sobre Política Monetária e Op. de Crédito de agosto. Além disso, para o Caged de agosto esperamos criação de 256 mil postos de trabalho formal.
Na sexta-feira, será divulgada a PNAD de agosto, para a qual esperamos taxa de desemprego em 8,9%.
Por fim, o PCE de agosto será divulgado nos EUA.