Atualize seus conhecimentos com a semanal de renda fixa do Analisa. Principais informações sobre o que aconteceu no mercado de renda fixa na semana, com analise do mercado externo, local e o que mais será relevante nos próximos dias.
Atualização Renda Fixa: cenário externo e local
Cenário Externo para semana na renda fixa: Desde que Liz Truss anunciou suas políticas fiscais que custarão cerca 161 bilhões de libras nos próximos cinco anos, o mercado entrou em risk-off. Diante disso, a libra esterlina se depreciou consideravelmente e as taxas dos títulos de curto prazo do Reino Unido avançaram.
Em resposta, o Bank of England anunciou que está de olho no desenvolvimento de tais políticas e que não medirá esforços para convergir a inflação à sua meta de 2% no médio prazo. Além disso, no último final de semana a autoridade monetária se comprometeu em comprar, de forma temporária, gilts – títulos de longo prazo do governo – para evitar que o sentimento de aversão ao risco imponha uma alta significativa sobre as taxas de juros do país.
Contudo, deve-se destacar que não há, segundo Andrew Bailey, presidente do Bank of England, possibilidade de uma elevação na taxa de juros antes da próxima reunião, marcada para 3 de novembro.
Já na zona do euro, o CPI fechou em 10% no acumulado dos últimos 12 meses. Desse modo, houve um avanço de 1,2% na comparação com o mês imediatamente anterior.
Por mais um mês consecutivo, os preços de energia foram os que mais se elevaram, acumulando uma alta de 40,8% em setembro, ante 38,6% em agosto. Logo em seguida temos que a alimentação, álcool e tabaco avançaram 11,8%, bens industriais não-energéticos avançaram 5,6% e serviços 4,3%.
Cenário local para semana na renda fixa: Com resultado bem melhor que o esperado, o IPCA-15 de setembro recuou 0,37% m/m, além de um acumulado em 12 meses de 7,96%.
A gasolina foi a principal influência para o resultado do IPCA-15 em setembro, com queda de 9,78% e impacto de -0,52 ponto percentual. Vale destacar que todas as regiões pesquisadas pelo IBGE voltaram a ter alta de um dígito no resultado acumulado nos últimos 12 meses.
A ata do COPOM avalia que os principais efeitos do aumento da taxa Selic ainda não foram sentidos na demanda, embora a transmissão para as demais taxas de juros tenha ocorrido como o esperado, tendo os indicadores de concessão de crédito se comportado conforme esperado.
A expectativa da diretoria do BC é de que os impactos do aperto monetário na economia serão mais claros neste semestre. Nesse sentido, é um ponto de preocupação para o Copom as medidas de estímulo à demanda do governo federal que tornam mais difícil a avaliação dos efeitos da política monetária.
Sobre os votos dissidentes, os dois diretores que defenderam a alta residual de 0,25 pp, avaliaram que era necessário reforçar o comprometimento do BC com sua estratégia de desinflação.
Entretanto, prevaleceu a visão de manter os juros em 13,75% por um período prolongado, com a ressalva de que o juro poderá ser elevado caso o processo de desinflação não se desenvolva como esperado.
Curvas de juros e inflação
Após os dados negativos com relação a inflação nos EUA e na Zona do Euro, naturalmente a perspectiva quanto a politica monetária global se deteriorou, com a projeção das elevações dos juros seguirem para tentar conter esse descontrole inflacionário.
A partir disso, houve também um ajuste nas curvas de juros nominais locais, somado ao processo eleitoral pelo qual estamos passando, o que acaba gerando muita incerteza, fizeram com que as curvas de juros locais tivessem queda em suas taxas em todos os vértices dos contratos de DI futuro, com destaque para os vencimentos até 2025, esses, com mais impacto das decisões de politica monetária, que fecharam aproximadamente 23 bps.
A curva de títulos indexados ao IPCA, que representam os juros reais, também fechou suas taxas, com destaque para a parte de vencimentos mais longos, fechando entre 10 a 15bps com relação a semana anterior, ou seja, com a curva de juros nominal fechando em maior proporção que e a de juros reais , a inflação implícita teve queda em suas taxas.
Então, os índices de renda fixa tiveram desempenho positivo na semana, com destaque para as valorizações dos índices que representam os títulos indexados a inflação (IMAB5+ e IMAB), subindo 1,10% e 0,70%, respectivamente.
Semanal de renda fixa: o que esperar para próxima semana?
Na quarta-feira, o IBGE divulgará o resultado da PIM de agosto. Nossa projeção é -0,1% m/m e 3,5% a/a.
Já na sexta-feira, será divulgada a PMC de agosto, para a qual esperamos –1,1% m/m e -1,0% a/a para o varejo restrito, e 0,2% m/m e -0,1% a/a no ampliado.
Lá fora, destaque para o PMIs dos EUA e da zona do euro, que é uma medida de sensibilidade em relação a atividade econômica.