Atualize seus conhecimentos com o tudo sobre renda fixa (20/03 a 24/03) do Analisa. Principais informações sobre o que aconteceu no mercado de renda fixa na semana, com análise do mercado externo, local e o que mais será relevante nos próximos dias.
Renda Fixa: Cenário local e externo
A curva de juros subiu nos vencimentos curtos e recuou nos longos com Banco Central mantendo a Selic em tom hawkish, aumento de tensão entre BC e governo, alta mínima nos FED Funds com comunicado ambíguo, continuidade da crise bancária mundial e IPCA-15 abaixo do esperado.
A decisão do FED em subir mais 0,25p.p. o Fed Funds foi seguido de discurso do presidente ressaltando a inflação pressionada e deixando espaço para maiores altas, apesar de adotar uma postura dovish ao abordar a possível restrição do crédito em meio à crise bancária.
Esse fato, aliado ao maior temor de recessão americana e possibilidade de mais bancos entrarem em colapso derrubaram os treasuries que renovaram as mínimas desde janeiro.
No cenário local pesou o discurso duro do BC após a manutenção da Selic em 13,75%, afirmando que ainda persiste o risco de mais apertos na taxa de juros caso as expectativas para a inflação de longo prazo não cedam, o que aumentou a tensão entre o governo e o Banco Central em relação aos juros elevados.
Com esse cenário a curva ajustou para cima os prêmios da parte intermediária, postergando o momento do início do afrouxamento monetário para o segundo semestre. Agora, há uma possibilidade de 20% de um corte de 25bps na Selic para a reunião de maio.
Na questão inflacionária o IPCA-15 veio abaixo das expectativas com leitura benigna e veio como um freio na alta dos vértices curtos após Copom.
Boletim Focus
O IPCA de acordo com o Boletim Focus publicado, praticamente foi mantido. Para 2023 passou de 5,95% para 5,93%. Para o próximo ano a taxa de inflação esperada avanço de 4,11% para 4,13%.
Apesar do benefício da queda das commodities nas últimas semanas e de uma inflação mais comportada dos itens mais voláteis, a inflação continua acima da meta e a expectativa está se deteriorando em um cenário de aumento de pressão sobre o Banco Central para iniciar o processo de corte de juros.
A possibilidade de ajuste de alteração da meta e um afrouxamento da política monetária sem um contrabalanceamento de ajuste fiscal pioram a expectativa para à alta da inflação.
O IPCA-15 divulgado na sexta atingiu +0,69%, ficou abaixo do esperado pelo mercado, e acumula +5,36% em doze meses.
A decisão do Copom não alterar a taxa Selic na reunião da semana passada não impactou a expectativa de mercado para a taxa de juros.
De acordo com o Boletim Focus a taxa encerra o ano em 12,75%. Para o próximo ano a taxa esperada 10,0% com corte de 275bps.
Essas estimativas, no entanto, poderão ser alteradas nas próximas semanas a medida que os agentes incorporem as informações na Ata do Copom a ser divulga nesta semana.
O comunicado foi entendido como mais severo em um contexto de discussões entre representantes do Governo e Banco Central, piora da expectativa da inflação futura e desaceleração da atividade econômica.
O Focus trouxe manutenção para o crescimento do PIB neste ano e redução de +1,47% para +1,40% no próximo ano.
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Renda fixa: o que esperar para a próxima semana?
No dia 28, ocorrerá a divulgação da ata da reunião dos dias 21 e 22 de março. Este documento detalhará a discussão entre os diretores do Banco Central a respeito do ambiente externos, das perspectivas da atividade econômica, das condições da oferta de crédito doméstico e do cenário fiscal.
No dia 30, ocorrerá a divulgação do Relatório Trimestral de Inflação de março, que deve apresentar os números atualizados do cenário do BC para a inflação, PIB, crédito e contas externas.
Nos EUA, a inflação de fevereiro será o destaque da agenda. No dia 29, conheceremos a variação do deflator de consumo (PCE deflator).
Na China, ocorrerá a divulgação, no dia 30, dos Índice dos Gerentes de Compras (PMI) da indústria e do setor de serviços.