Renda Fixa

Publicado em 19 de Janeiro às 13:58:47

Renda fixa 2024: veja onde investir!

Confira nossa avaliação do cenário macroeconômico e quais as melhores alocações em renda fixa em 2024! Acreditamos que uma combinação entre ativos indexados ao CDI seguem como parte relevante, pelo patamar do juro acima da inflação observado, bastante acima da média histórica, e entre títulos indexados ao IPCA com vencimento até 5 anos (IMAB5), que é a classe da renda fixa com o melhor Sharpe esperado (relação risco x retorno) para este ano.

Cenário Local: inflação com leve piora e fiscal preocupante

Atividade econômica em arrefecimento. A atividade econômica mostra desaceleração em vários setores, influenciada por uma política monetária contracionista e deterioração nos indicadores de crédito, com gradual desaceleração nas concessões.

O mercado de trabalho mostra sinais mistos, com queda nas vagas criadas, mas com uma taxa de desemprego em 7,5%, influenciada por programas de transferência de renda. No entanto, espera-se uma depreciação da taxa de desemprego ao longo do segundo semestre. O time de macroeconomia da Genial projeta contração de 0,3% no PIB, devido ao cenário macroeconômico adverso, política monetária restritiva e desaceleração na agropecuária.

Inflação tem leve piora

A deflação anual do Índice Geral de Preços (IGP-M) em 2023 foi de 3,18%, a maior da série histórica, impulsionada por quedas expressivas nos preços de itens como milho, soja e óleo diesel. A mudança esperada para uma inflação em torno de 4,00% em 2024 pode impactar negativamente as contas públicas, pressionando a arrecadação e a razão dívida/PIB.

Apesar do IPCA-15 de dezembro surpreender positivamente, a inflação anual caiu abaixo da meta, mas ainda existem desafios. Apesar desses cenários, há espaço para o Banco Central manter cortes na taxa de juros, com previsão de uma Selic terminal de 9,75%, superior à mediana do mercado.

Política fiscal segue incerta no Brasil 

O Governo Central registrou um déficit de R$ 39,4 bilhões em novembro, superando as expectativas do mercado. A receita total cresceu 2,0% a/a em termos reais, enquanto a despesa total teve um aumento significativo de 20,0% a/a, impulsionada pela transferência extraordinária de R$ 12,1 bilhões aos estados e municípios. No acumulado do ano, o déficit primário atingiu R$ 114,5 bilhões, em contraste com o superávit de R$ 49,7 bilhões no mesmo período do ano anterior. Nosso time macro projeta um déficit primário de 1,1% do PIB no próximo ano.

Cenário Externo: corte do FED em março parece mais distante

Estados Unidos: a taxa anualizada de crescimento do PIB do terceiro trimestre foi revisada para 4,9% t/t, retornando ao mesmo número da primeira leitura e contrariando as expectativas após uma revisão altista na segunda prévia. No índice de preços do PCE, a revisão para baixo foi de 0,2 p.p., enquanto o núcleo do índice sofreu uma revisão mais significativa de 0,3 p.p.. Apesar da atividade econômica forte, os dados indicam que a medida de inflação preferida pelo Fed já atingiu níveis alinhados com a meta de 2,0% ao ano. Os dados de emprego apresentaram sinais mistos, com a criação de vagas abaixo do esperado e a taxa de desemprego caindo para 3,7%. A recente queda nas expectativas de inflação dos consumidores dá respaldo à posição mais “dovish” do Fed, sugerindo um ciclo de afrouxamento monetário mais intenso no próximo ano.

Zona do Euro: O Banco Central Europeu (BCE) optou pela manutenção das principais taxas de juros devido à melhora na desinflação, permitindo uma redução no portfólio do Programa de Compra de Ativos (APP). No que diz respeito à taxa de câmbio daqui em diante, existe a possibilidade do euro se desvalorizar em relação ao dólar devido à diferença no desempenho das duas zonas. Por outro lado, é possível que haja uma desvalorização global do dólar uma vez que o Fed iniciou discussões sobre corte de juros antes do BCE.

China: o Banco Central Chinês (PBoC) tem espaço para afrouxar a política monetária, embora seja improvável devido à abordagem de “princípio da atenuação” adotada nos últimos anos. Apesar dos estímulos, a economia chinesa enfrenta desafios, incluindo a deterioração do mercado imobiliário, impactando a confiança dos consumidores e a expectativa de uma demanda externa fraca devido à desaceleração global.

Para saber mais detalhes da conjuntura macroeconômica, entre aqui.

Renda Fixa 2024: atratividade do pós fixado continua

Apesar do movimento de queda nas taxas de juros nominais e reais nos últimos dois meses, quando comparados à média histórica e com momentos de ciclo de afrouxamento monetário, a renda fixa local segue atrativa.

Com a precificação atual da curva de juros, parece razoável trabalhar com a hipótese de que se atrelar ao CDI em 2024 deve gerar retornos entre 9,5% e 10%. Em termos reais, a rentabilidade deve continuar atrativa, de quase 6% a.a. uma vez que o IPCA esperado para este ano é de 3,90%.

Juro real ex-ante ( Swap pré-DI12m – IPCA12m) está em niveis ainda muito elevados.

O grande movimento dos títulos prefixados ficou para trás

Mostramos por meio desse gráfico que nos últimos ciclos de corte na taxa Selic, em janelas de dois anos, os ativos prefixados com cinco anos de vencimento tiveram retorno superior aos ativos de juro real. Porém, o cenário de inflação implícita nesses períodos era diferente, com as implícitas rodando com prêmios muito elevados, diferente dos prêmios baixos encontrados atualmente. Portanto, temos maior preferência por juro real.

A parte curta da curva de juro nominal já mostra uma Selic terminal para 2024 em 9%, o que, em nossa visão, é um cenário já mais próximo do que o BCB irá entregar.

Gráfico inflação implícita x Meta BCBPatamar de inflação implícita reduz prêmio dos títulos prefixados

NTN-B com duration de 5 anos é a melhor alocação em renda fixa para 2024

A classe de ativos que mais gostamos no universo da renda fixa em 2024 são os títulos atrelados à inflação, por avaliar que o movimento de queda na inflação implícita aconteceu, em grande parte, por queda nos juros nominais, que no relativo perdeu atratividade.

Como acreditamos que o FED será capaz de começar a cortar os juros no final do primeiro trimestre de 2024 graças ao processo desinflacionário contínuo, e levará o BCB a entregar um ciclo maior de corte na Selic, acreditamos que os rendimentos dos títulos de vencimento mais curto (NTN-B 2029 ~5 anos de duration) será a melhor alocação para 2024.

Em nossa visão os títulos mais longos estão com pouco prêmio, pois é apenas uma questão de tempo para o mercado focar com mais detalhe no problema fiscal, especialmente porque haverá eleição municipal em outubro, que será o primeiro teste para a administração e sua intenção de se reeleger em 2026, e isso pode gerar um stress maior no trecho longo da curva.

Inclinação B50 x B30 – Juro real longo está com pouco prêmio.

Melhores ativos em Renda Fixa para 2024

A alocação em ativos indexados ao CDI segue tendo relevância para um portfólio equilibrado. Além disso, a liquidez da classe facilita rotação para a bolsa por exemplo, movimento visto fortemente nestes últimos meses.

Projetando um CDI médio de 10% para 2024 com uma inflação de 4% (juro real ex-ante), é possível ter um juro real de 6% com baixo risco, que na nossa visão segue atrativo. Para se expor a essa classe de ativos, gostamos da LCA, 92% do CDI do Banco BTG Pactual, justamente para capturar o ganho de CDI, com exposição a um banco sólido e com baixo risco de crédito. Essa LCA tem Rating AAA pela Fitch.

Juro real de vencimento até cinco anos é a nossa classe de ativos favorita para 2024. O IMA-B 5 é um índice de renda fixa composto por títulos públicos federais indexados à inflação medida pelo IPCA com vencimento até cinco anos.

Vale ressaltar que é um índice calculado pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (ANBIMA), recomendamos a exposição a ele via ETF B5P211. Os ETFs de Renda Fixa são uma ótima opção para quem deseja investir no mercado de renda fixa de forma diversificada e com baixo custo.

Eles oferecem uma série de vantagens em relação aos outros tipos de investimentos. 

Acesse o disclaimer.

Leitura Dinâmica

Recomendações