Atualize seus conhecimentos com o tudo sobre renda fixa (02/05 a 05/05) do Analisa. Principais informações sobre o que aconteceu no mercado de renda fixa na semana, com análise do mercado externo, local e o que mais será relevante nos próximos dias.
Renda Fixa: Cenário local e externo
O Banco Central decidiu, de maneira unanime, manter a taxa Selic em 13,75% a.a. No comunicado, foi sinalizado que a apresentação da proposta do novo arcabouço fiscal foi responsável por reduzir parte da incerteza advinda da política fiscal, entretanto, a conjuntura segue particularmente incerta, sobretudo no que diz respeito ao desenho final do arcabouço fiscal a ser aprovado no Congresso Nacional.
Em nossa visão, o comunicado veio mais dovish do que o esperado pelo mercado, ao sinalizar a retomada do ciclo de ajuste como um cenário menos provável e ao reduzir a projeção de inflação para 2,9% (ante 3,0%) no horizonte relevante, mostra que há espaço para corte de juros mais próximo ao final do ano.
Com isso, o movimento nas curvas de juros foi de queda nas taxas, principalmente nos vencimentos mais longos dos DIs futuros, fechando 30 pontos-base em média na semana. E olhando para a projeção de Selic nos juros, o mercado projeta com uma probabilidade de 30% um corte no mês de setembro.
No ano, os retornos nos investimentos nos títulos de vencimento longo (acima de 5 anos) está bastante positivo, com o IMAB5+ (índice com títulos indexados ao IPCA com vencimento acima de 5 anos) e o IRFM1+ (índice com títulos pré fixados com vencimento acima de 5 anos) com retornos respectivamente de 9,16% e 7,02%.
Já nos EUA, o banco central norte-americano (Fed) decidiu novamente por elevar a taxa de juros em 25 pontos-base.
Assim como na reunião de março, essa decisão foi precedida por turbulências no setor bancário que coincidiram com o período de silêncio do Fed, o que torna mais opaca a forma como se deu o processo de tomada de decisão da autoridade monetária.
O comunicado optou por retirar o trecho que sinalizava mais altas de juros à frente, sinalizando um possível fim ao ciclo atual. E com isso, as taxas das treasuries de vencimento mais curto (2 e 5 anos) fecharam em queda de 9 e 7 pontos-base com relação a semana anterior, rodando abaixo dos 4% a.a.
Boletim Focus
A projeção para o IPCA deste ano caiu de 6,05% para 6,02% e, para 2024, de 4,18% para 4,16%. Para 2025 e 2026, as estimativas de inflação ficaram estáveis, em 4,00%. Foi a primeira queda na expectativa de inflação para 2023 em 5 semanas.
A projeção para o crescimento do PIB deste ano ficou estável em 1,00% e recuou levemente para 2024, de 1,41% para 1,40%, mantendo-se em 1,80% para 2025 e 2026.
A estimativa para a Selic se manteve estável em 12,50% para o fim de 2023, 10,0% para dezembro de 2024, 9,0% para 2025 e subiu levemente para 2026, de 8,88% para 9,00%, a segunda alta semanal seguida.
As estimativas para o dólar ficaram praticamente estáveis, em R$ 5,20 para este ano, R$ 5,25 para 2024, recuou ligeiramente de R$ 5,30 para R$ 5,25 em 2025 e de R$ 5,32 para R$ 5,30 para 2026
Top pick da semana – ETF LFTS11
O ETF LFTS11 (índice Teva Tesouro Selic) é um fundo de índice listado na B3 que acompanha a performance de títulos públicos pós fixados ligados a Selic, o tesouro Selic, da plataforma do tesouro direto.
O índice é composto por títulos Tesouro Selic com prazo acima de 2 anos, que possuem performance aderente ao índice DI.
A grande vantagem deste ETF é o imposto de renda de no máximo 15%, independente do prazo que o titulo for mantido em carteira, o que o torna um excelente ativo para deixar o “caixa” rentabilizando.
Os custos também são bastante vantajosos, 0,19% a.a., mais baixo que o custo da custódia do Tesouro Direto, que é de 0,20% a.a. para investimentos acima de 10 mil reais.
Renda fixa: o que esperar para a próxima semana?
Teremos as divulgações do CPI nos EUA na quarta feira e o IPCA na sexta, ambos os dados de inflação referentes ao mês de abril.
Na quarta-feira será divulgada pelo IBGE a Pesquisa Industrial Mensal de março, para a qual a equipe de macroeconomia da Genial espera 1,3% m/m e 1,3% a/a.