Atualize seus conhecimentos com o tudo sobre renda fixa (18/09 a 22/09) do Analisa. Principais informações sobre o que aconteceu no mercado de renda fixa na semana, com análise do mercado externo, local e o que mais será relevante nos próximos dias.
Renda Fixa: Cenário local e externo
Juros locais (nominais e reais) sobem após o FED manter a taxa básica de juro inalterada, porém com um discurso duro, indicando que o juro continuará alto por mais tempo. Copom veio em linha com esperado, com o BC cortando a Selic em 0,5 p.p., levando-a para 12,75% a.a.
O IBC-Br (Índice de Atividade Econômica) avançou 0,44% no mês de julho, superando expectativas de 0,35% m/m do consenso. O setor de varejo avançou 0,7% m/m, acima das expectativas; o setor de serviços avançou 0,5% m/m, em linha com as expectativas; e a produção industrial contraiu 0,6% m/m contra expectativas de -0,3% m/m.
Embora alguns indicadores tenham avançado durante o mês de julho, de modo geral o IBC-Br veio em linha com a visão do nosso time de macroeconomia de que a atividade vem contraindo e deve continuar nesse trajeto até o fim do ano.
Em decisão unânime, o Banco Central reduziu a taxa Selic em 0,5 ponto percentual, para 12,75% a.a.. Tal decisão se deu pela melhora do quadro inflacionário brasileiro durante as últimas semanas e segue de acordo com o plano de afrouxamento monetário que vem se concretizando desde a penúltima reunião do Copom (Comitê de Política Monetária).
A redução da taxa veio em linha com o consenso do mercado e tirou o Brasil do pódio das três maiores taxas reais do mundo. Além disso, o Copom segue com visão de desaceleração da atividade do cenário doméstico, embora tenha apontado para uma resiliência maior do que a antecipada.
Por fim, o BC reforçou a importância do governo cumprir com as metas fiscais estabelecidas. Sendo assim, nosso time de macroeconomia segue com projeção da Selic de 2023 em 11,75% a.a..
O Fed manteve a taxa de juros americana (Fed funds rate) no patamar de 5,25%-5,50% a.a.. A decisão foi feita de forma unânime e veio juntamente com um discurso hawkish, sinalizando possíveis aumentos caso o quadro inflacionário piore.
A divulgação do CPI, (índice de preços ao consumidor norte-americano) para o mês de agosto demonstrou que há riscos de alta inflacionária para a economia. A expansão da atividade, de acordo com o Banco Central americano, voltou a um ritmo sólido e a geração de vagas ainda permanece em ritmo forte.
O Banco da Inglaterra (BoE) manteve juros no patamar de 5,25%. Em placar apertado (5 dirigentes a favor da estabilidade da taxa contra 4 a favor de um aumento de 0,25%), a decisão superou expectativas dos analistas (+0,25 pontos-base). A principal razão foi a melhora do quadro inflacionário, com destaque para a inflação de serviços. Por fim, na Zona do Euro, a desaceleração da inflação vem perdendo força.
Como investir em renda fixa neste cenário
A alocação em ativos indexados ao CDI segue tendo relevância para um portfolio equilibrado. Além disso, a liquidez da classe facilita rotação para a bolsa por exemplo, movimento visto fortemente nestes últimos meses.
Porém, com a projeção de cortes na Selic, a atratividade se reduziu marginalmente, abrindo espaço para maior alocação nos títulos indexados a inflação.
Mantivemos a exposição aos indexados ao IPCA de vencimento intermediário e incluímos ativos de vencimento mais longo também, pois acreditamos que esse patamar atual do nivel de juro real, no médio prazo, deve ser menor.
Adicionamos este mês ativos pré fixados de vencimento curto, por acreditar que essa ultima alta nos juros futuros curtos não vai ser sustentada, pois o Banco Central deverá colocar a Selic em um nível mais próximo dos 8% até final de 2024, o que gera uma oportunidade interessante para ativos pré fixados.
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Renda fixa: o que esperar para a próxima semana?
No Brasil, teremos o IPCA-15 do mês de setembro na terça feira (26), e a equipe de macroeconomia da Genial espera uma alta de 0,37% m/m. Na quinta feira a FGV irá divulgar o IGP-M do mês de setembro, onde é esperada uma alta de 0,34%.