Atualize seus conhecimentos com o tudo sobre renda fixa (23/10/23 a 27/10/23) do Analisa. Principais informações sobre o que aconteceu no mercado de renda fixa na semana, com análise do mercado externo, local e o que mais será relevante nos próximos dias.
Renda Fixa: Cenário local e externo
Dados de inflação (IPCA-15) continuam mostrando melhora na composição dos preços locais, porém um discurso que mostrou um descuido com relação a politica de gastos do governo estressou o mercado. Já as treasuries deram um alivio na semana, e os títulos de 2 anos e de 10 anos fecharam em queda. Nos juros locais, semana acabou sendo positiva, seguindo o movimento nos juros norte-americanos e dados de inflação mais positivos.
A inflação segue sua trajetória benigna, com o IPCA-15 apresentando alta de 0,21% m/m em outubro, levemente acima da mediana das expectativas do mercado de 0,20% m/m, acumulando 5,0% em doze meses.
Tanto núcleo quanto serviços subjacentes vieram abaixo do esperado, tornando o qualitativo do índice melhor.
A fala do presidente Lula admitindo explicitamente que dificilmente o governo terá sucesso em atingir a meta de déficit zero nas contas do ano que vem estressou os mercados (juro longo subiu mais de 20bps) e colocou em xeque o apoio que Lula vinha dando até agora à ala econômica em detrimento da ala política do governo.
Com isso, o mercado inferiu que o governo terá uma preferência muito maior por alterar do que manter a meta fiscal e contingenciar gastos, que é o maior risco interno.
Nos EUA, a prévia do PIB do 3° semestre surpreendeu positivamente, com uma alta de 4,9% t/t contra a estimativa de 4,5% t/t, seguindo mostrando a resiliência da atividade econômica por lá.
Outro dado que corrobora o bom momento da atividade nos EUA foi o PMI composto, que veio acima do dado do mês passado (51 x 50,2). Lembrando que valores acima de 50 mostra expansão econômica.
Curvas de juros
As taxas de juros, tanto dos DIs quanto das NTN-Bs fecharam em queda com relação a semana anterior, após dados de IPCA-15 melhores que o esperado e a atividade dando sinais de arrefecimento. Outro fator que impactou no fechamento das curvas foi o movimento nos yields das treasuries, que tiveram uma semana com queda, com a de vencimento de 2 anos fechando 11 bps e a de 10 anos 13 bps.
A inflação implícita também fechou em queda com relação a semana anterior, vindo em linha com o observado no boletim Focus divulgado pelo Banco Central. Comparando a diferença entre os contratos de DI (Jan 31 x Jan 24), houve uma queda de 8bps aproximadamente, que é um movimento mais “saudável” para uma estrutura de curva de juros, principalmente de um país emergente como o Brasil.
Observando as curvas de juros futuro, principalmente no trecho onde o peso da política monetária é mais relevante, vemos um excesso de prêmio de risco embutido, advindo da alta nas treasuries nos EUA. Porém, com os últimos dados de inflação mostrando uma trajetória descendente, em conjunto com o patamar do USD/BRL, acreditamos que o nível atual está maior do que efetivamente ocorrerá.
Isso gera oportunidade nos ativos pré fixados mais curtos, com a possibilidade da Selic efetiva ser menor que o projetado nos DIs futuro, e iremos explicar com mais detalhes abaixo.
Alocação em prefixado – CDB Banco Andbank
Acreditamos que a contração econômica que estamos observando, somada à melhora dos dados de inflação, deveria fazer o BCB praticar patamares de Selic abaixo dos 10,75%, como projetado na curva futura de juros.
Mesmo sendo um desafio ter um diferencial de juros cada vez menor entre Brasil e EUA, o patamar do câmbio USD/BRL tem uma margem considerável para atrapalhar o caminho de uma taxa básica de juros mais baixa.
O Banco Andbank tem seu controlador baseado em Andorra, e esse suporte torna a reserva de força do crédito do banco – cujo IDR está três graus acima do rating soberano brasileiro – permite que sua classificação esteja no patamar mais alto da escala nacional da Fitch, com Perspectiva Estável.
- Rating AAA Fitch;
- Mínimo de aplicação: R$ 1000,00;
- Vencimento 27/10/2025 (2 anos);
- Taxa: 12,40% a.a.
Renda fixa: o que esperar para a próxima semana?
Na segunda feira a FGV divulgará o IGPM do mês de outubro, e a expectativa é de uma alta de 0,58% m/m, e -4,49% a/a.
No mesmo dia, o Ministério do Trabalho divulgará o Caged, e a equipe de macroeconomia da Genial espera uma criação de 160 mil vagas.
E na quarta feira teremos a decisão do Copom, e o esperado é a continuidade do ritmo de corte (0,5%), levando a Selic à 12,25% a.a.