Renda Fixa

Publicado em 14 de Maio às 12:59:55

IMA-B 5: veja o que é, como investir e se vale a pena o investimento

IMA-B 5: entenda os índices e se vale a pena investir!

Venha entender de uma vez por todas o que é IMA-B 5 e se vale a pena investir!

Os índices IMA-B da Anbima vem ganhando destaque nos investimentos em renda fixa, sendo uma maneira interessante de acessar uma cesta de títulos públicos com baixo custo e rebalanceamento automático.

Em 2023, os destaques têm sido os índices que capturam a variação dos títulos de vencimento mais longo, que se aproveitaram do fechamento das curvas de juros longas.

O IMA-B 5+, que é o índice que representa os títulos indexados ao IPCA com vencimento acima de 5 anos, e o IRFM-1+ que representa os títulos prefixados de vencimento mais longo. O retorno acumulado do IMA-B 5+ é de 10,13% e do IRFM-1+ é de 11,85%.

Neste relatório iremos entrar no detalhe sobre o IMAB-5, que é o índice com menor volatilidade e que na nossa visão, tem que fazer parte da carteira de investimentos de qualquer pessoa.

O que é o índice IMA-B5?

O índice IMA-B5 é um indicador financeiro que mostra como estão se saindo alguns investimentos específicos no Brasil, chamados de títulos públicos. Estes títulos são ligados ao IPCA, que é um índice que mede a inflação.

A sigla IMA significa “Índice de Mercado ANBIMA”. Já o “B5” no nome indica que esse índice só considera os títulos que vão vencer em até cinco anos.(ANBIMA).

Outro ponto de atenção é que os títulos públicos federais indexados à inflação são títulos que pagam juros reais, ou seja, acima da inflação. 

Como funciona?

A composição da carteira teórica do IMA-B 5 é definida pela ANBIMA, e esta carteira é balanceada mensalmente de acordo com a performance dos títulos. Isso é uma grande vantagem do investimento em índices de renda fixa, pois o sistema de rebalanceamento para um investidor pessoa física seria altamente trabalhoso e com custos elevados. 

Como o IMA-Geral e o IMA-Geral-ex-C contam com todos os títulos da dívida pública, eles são rebalanceados duas vezes por mês por causa dos vencimentos dos papéis. Na primeira vez são atualizados os prefixados, os remunerados pela taxa Selic e os indexados ao IGP-M. Já no dia 15 é a vez dos atrelados ao IPCA.

Dois dias úteis antes da data de rebalanceamento são divulgadas as prévias das carteiras teóricas, que trazem os títulos, os vencimentos e a quantidade deles em mercado. É uma forma de dar uma previsibilidade das mudanças ao mercado. No dia do rebalanceamento, a carteira ajustada torna-se pública, trazendo a composição exata do índice que valerá durante aquele mês.

O que são os índices de renda fixa da Anbima?

A sigla IMA significa Índice de Mercado Anbima. Essa é uma família de índices de renda fixa, criados pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiros e de Capitais (Anbima). Eles representam o desempenho dos preços de mercado de um conjunto de títulos públicos. 

A lógica é parecida com a dos índices de bolsa de valores. O Ibovespa, por exemplo, representa o desempenho médio de uma carteira formada pelas ações mais negociadas da B3, a bolsa brasileira.  Há, ainda, índices que representam o desempenho médio de ações baseadas em outros critérios. Por exemplo, empresas de determinados setores, companhias de menor porte etc. Os IMAs, por sua vez, focam em títulos públicos.

E esses índices foram criados para ser possível comparar os rendimentos do mercado de renda fixa, devido a diversidade de opções investíveis.

E eles são divididos entre os índices IMAB e IRFM. Os IMABs são índices atrelados ao títulos IPCA+ emitidos pelo tesouro nacional, e os índices IRFMs são índices atrelados a títulos prefixados também emitidos pelo tesouro.

O que é IRF-M?

O índice IFRM, que é uma representação de uma carteira de títulos Tesouro Prefixado (LTN) e Tesouro Prefixado com Juros Semestrais (NTN-F), cuja remuneração é definida no ato do investimento, tem duas subdivisões: 

  • IRF-M 1: títulos prefixados com prazo de até um ano. 
  • IRF-M 1+: títulos prefixados com prazo superior a um ano.

Quais são os tipos do índice IMA-B?

Antes de nos aprofundarmos sobre o tema IMA-B5, vale a pena entender o que é IMA-B. Esse índice é o indexador atrelado ao IPCA mais conhecido, que tem como características títulos públicos (NTN-Bs) com vencimentos até 2060.

Por construção, o IMA-B é composto por 2 subíndices:

  • IMA-B 5, com títulos de vencimento até 5 anos,
  • IMA-B 5+, com títulos com mais de 5 anos de vencimento. Em outras palavras, o IMA-B 5 é a parte conservadora do IMA-B.

O IMA-B 5 tem prazo médio de 2 anos. Já no IMA-B5+, o prazo médio é de 11  anos, cerca de 5 vezes maior.

Como investir nos índices IMA-B?

Existem duas maneiras simples de se investir nos índices:

  1. Via fundos de renda fixa;
  2. Via ETFs (que também fazem a mesma função).

Como todo fundo de investimento, os fundos IMA-B têm cobrança de taxa de administração para remunerar a gestão. Além disso, podem ter a cobrança de uma taxa de performance sobre rentabilidade que exceda o IMA-B. 

Esses fundos também sofrem a cobrança de imposto de renda por meio do sistema come-cotas. Ele segue a tabela regressiva para aplicações financeiras. Há, ainda, IOF para investimentos menores que 30 dias. 

Outra maneira de investir é através dos fundos previdenciários de renda fixa, pois não há incidência de come-cotas, que gera benefício fiscal e melhora a rentabilidade no médio / longo prazo.

Os ETFs de Renda Fixa são uma ótima opção para quem deseja investir no mercado de renda fixa de forma diversificada e com baixo custo. Eles oferecem uma série de vantagens em relação aos outros tipos de investimentos, como:

  • Baixas taxas de administração: Os ETFs de Renda Fixa geralmente têm taxas de administração muito baixas, o que pode economizar e melhorar o retorno para os investidores ao longo do tempo;
  • Liquidez: Os ETFs de Renda Fixa são negociados na bolsa de valores, o que os torna muito líquidos (market maker*) e fáceis de comprar e vender.
  • Transparência: Os ETFs de Renda Fixa são obrigados a divulgar suas informações financeiras publicamente, o que ajuda os investidores a tomar decisões informadas sobre seus investimentos.

*market maker é um participante do mercado que se compromete a fornecer liquidez para um determinado ativo. Isso significa que o market maker está disposto a comprar e vender o ativo a qualquer momento, a um preço justo.

Oportunidades e Riscos IMA-B 5

Historicamente, os três componentes do IMA-B5 apresentam baixa correlação entre si, o que aumenta a relação retorno/risco do indexador.

Quando observamos um retorno negativo no componente marcação a mercado, isso significa que está aumentando a expectativa de retorno do IMA-B 5+ para frente, pois as taxas que o índice irá ser rebalanceado será maior, e se isso ocorre, muito provavelmente acontece pelo IPCA estar acima do que o banco central deseja, gerando ganhos na parte de IPCA.

Riscos

O pior cenário para o IMA-B 5 é a curva de juro real subir muito e rápido, e o IPCA corrente no curto prazo ficar baixo, pois ocorre perda tanto na marcação a mercado quanto no carrego da inflação.

Atualmente, a perspectiva é de que o retorno projetado para os próximos doze meses seja mais baixo do que os dos 12 meses anteriores, por conta das medidas do Banco Central para reduzir o nível de inflação corrente, fazendo com que o IPCA venha mais baixo nas próximas medições.

Oportunidades

O IMA-B5 tem uma metodologia de rebalanceamento dos títulos que torna esse índice um investimento muito atrativo. Em seu funcionamento, é como se os recursos vindos de vencimentos ou pagamentos de juros fossem automaticamente reinvestidos numa taxa mais elevada, em um título público indexado ao IPCA com prazo longo.

Historicamente, é um dos ativos que tem o melhor desempenho dentre as alocações disponíveis no mercado local, pela sua dinâmica mais desafiadora de inflação e alguns sustos principalmente no tocante à parte fiscal do governo.

Rentabilidade do IMA-B 5 e IMA-B 5+

A rentabilidade do IMA-B5 varia de acordo com as NTN-Bs que compõem o índice. Nos últimos 12 meses, o IMA-B5 teve uma rentabilidade de 11,4%, enquanto o CDI teve rentabilidade de 13,44%. No ano o destaque é o IRFM-1´+, que é o índice que representa títulos pré fixados com vencimento acima de um ano.

Além disso, a rentabilidade dos índices de renda fixa também é influenciada pela inflação. Como os títulos do IMAB-5 e do IMAB-5+ são indexados à inflação, eles oferecem uma proteção contra a perda do poder de compra do dinheiro. (Pode tirar essa parte)

É importante ressaltar que a rentabilidade passada não é garantia de rentabilidade futura.

Então, para mensurar a rentabilidade de um índice de títulos indexados à inflação, como o IMA-B5, é necessário avaliar três componentes:

  1. O primeiro componente é a inflação, medida pelo IPCA;
  2. O segundo componente é o carrego, representado pela taxa de juros prefixada que é acrescida ao IPCA;
  3. O terceiro componente é a marcação a mercado, que representa a variação dos preços de negociação dos títulos públicos.

IMA-B 5 x CDI: qual é melhor?

A decisão entre investir em CDI (Certificado de Depósito Interbancário) ou IMAB-5 depende de vários fatores, incluindo o horizonte de investimento, a expectativa em relação à inflação, as taxas de juros e os objetivos do investidor. Aqui estão algumas considerações:

Expectativas de Inflação –  Se você espera que o IPCA vá surpreender negativamente, ou seja, que a inflação será mais alta que a projetada, o IMAB5 teria rentabilidade maior, porque seus rendimentos aumentarão com a inflação. Por outro lado, se você espera que a inflação permaneça estável ou caia, um investimento atrelado ao CDI pode ser mais vantajoso.

Horizonte de Investimento – Índices de títulos indexados à inflação, como o IMAB5, tendem a ser mais vantajosos para quem tem um horizonte de investimento mais longo. Isso porque eles oferecem proteção contra a erosão do poder de compra ao longo do tempo, diferentemente dos CDBs, LCIs, LCAs indexados ao CDI.

Riscos – Ambos os investimentos são considerados de baixo risco. No entanto, como o IMA-B 5 é composto por títulos públicos, possuem a garantia do governo federal, sendo considerados os ativos mais seguros do Brasil. Já para investir no CDI, incorre-se em risco de crédito do banco emissor.
Taxação – Tirando as LCIs e LCAs, os títulos bancários indexados ao CDI seguem a tabela regressiva do imposto de renda, portanto, o prazo da alocação faz diferença na hora de tomar a decisão de investimento. O etf de IMAB-5 tem como tributação 15% sobre o ganho de capital independente do prazo que for mantido em carteira, ou seja, é um bom benefício tributário, que traz agilidade para uma carteira.

Você precisa saber: marcação a mercado e IMA-B

A marcação a mercado existe como um mecanismo que precifica diariamente os títulos prefixados e atrelados à inflação. Isso é importante para definir seu preço, caso eles fossem vendidos no presente momento. Ou seja, antes do vencimento.

No caso das aplicações prefixadas e das que são atreladas à inflação, o preço diário do título é influenciado por sua remuneração. Esta, por sua vez, é influenciada pelas perspectivas para a taxa de juros e pelo vencimento. Assim, a curva de juros é usada para precificar o título. 

Dependendo das expectativas sobre os juros, há uma influência sobre os preços do mercado. Se houver um aumento na taxa de juros, é provável que novos títulos tenham um componente prefixado maior que os títulos que já existem. Então é natural que os antigos percam valor.

O movimento contrário também acontece. Diante da perspectiva de queda de juros, os novos títulos de renda fixa tendem a apresentar um retorno menor que os atuais. Com isso, os já existentes são valorizados.

Além dessas questões, o prazo tem forte influência. Afinal, com períodos mais longos, aumenta-se a incerteza, o que eleva os riscos. Como o Tesouro IPCA+ é um título de longo prazo, o IMA-B apresenta um risco maior pela união entre o prazo maior e o mecanismo de marcação a mercado.

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