Renda Fixa

Publicado em 13 de Novembro às 15:39:00

IPCA melhor que o esperado faz juros futuros caírem| Tudo Sobre Renda Fixa

Atualize seus conhecimentos com o tudo sobre renda fixa (06/11/23 a 10/11/23) do Analisa. Principais informações sobre o que aconteceu no mercado de renda fixa na semana, com análise do mercado externo, local e o que mais será relevante nos próximos dias.

Renda Fixa: Cenário local e externo

Juro nominal e real fecham em queda mais uma semana, após dado de inflação (IPCA) vir melhor que o esperado, subindo 0,24% m/m. Em nossa visão, a estratégia atual de cortes da Selic é vista como equilibrada, considerando a necessidade de afrouxar a política monetária em um cenário adverso que requer prudência. Porém, acreditamos que o patamar da Selic terminal será mais próxima dos 9%, mais baixo do que os 10,25% precificados hoje na curva de juros futura.

Volume de crédito expande, mas continua em processo de desaceleração. Em setembro, o volume total de crédito do Sistema Financeiro Nacional atingiu R$ 5,56 trilhões, avançando 0,8% m/m, impulsionada pelos saldos de crédito livre e direcionado. Apesar da continuidade do cenário de desaceleração no mercado de crédito, o processo tem sido gradual e sem rupturas. Na análise anual, verifica-se uma perda de fôlego nas principais aberturas desde junho de 2022, tanto para pessoas físicas quanto para empresas, e destaca-se a deterioração recente no perfil de crédito das famílias.

Resultado fiscal decepciona e apresenta déficit. O setor público consolidado, compreendendo governo central, governos regionais e empresas estatais, apresentou um déficit primário de R$ 18,1 bilhões, abaixo das expectativas de superávit de R$ 9,6 bilhões, devido a diferenças metodológicas nos valores de PIS/PASEP entre o Tesouro Nacional e o Banco Central. Essa divergência evidencia uma deterioração nas contas públicas, comprometendo a credibilidade do governo no ajuste fiscal e aumentando a dependência do aumento da arrecadação.

IPCA de outubro surpreende positivamente. O IPCA avançou 0,24% m/m, superando as expectativas de mercado, acumulando 4,82% em 12 meses. Apesar da surpresa positiva, a incerteza global e a escalada nos rendimentos das Treasuries sugerem cautela na determinação do ritmo de cortes de juros no Brasil. A valorização recente do dólar global também aconselha contra uma aceleração do corte da Selic para 75 pontos-base, pois poderia desencadear uma desvalorização do real. Portanto, a estratégia atual de cortes da Selic é vista como equilibrada, considerando a necessidade de afrouxar a política monetária em um cenário adverso que requer prudência.

EUA: Possível aumento de juros. O presidente do Fed expressou dúvidas sobre a eficácia dos juros atuais para controlar a inflação, deixando aberta a possibilidade de futuros aumentos. Ele destacou a necessidade de uma abordagem cautelosa, considerando os efeitos defasados do aperto monetário.

Zona do Euro: PMI sugere contração da atividade. Em setembro, as vendas no varejo caíram 0,3%, superando expectativas de -0,2%, com reduções em produtos não alimentícios, combustíveis automotivos e comércio de alimentos, bebidas e fumo. O PMI do setor de serviços registrou 47,8 em outubro, indicando contração da atividade e refletindo desafios de demanda e exportação. O índice de preços ao produtor caiu 11,5% em relação ao ano anterior, aprofundando a queda anual, enquanto os núcleos do PPI recuaram 0,2% em agosto ante julho.

Curvas de juros

As taxas de juros, tanto dos DIs quanto das NTN-Bs fecharam em queda com relação a semana anterior, após o IPCA vir melhor que as estimativas, com destaque para a inflação de serviços mostrando forte sinal de arrefecimento, que era o item de maior desafio na visão do Banco Central para continuar a sequência do ciclo de cortes na taxa Selic.

O movimento dos yields das treasuries, também foi de queda para as de vencimento longo, com a de vencimento de 10 anos fechando 4bps e a de 30 anos 7bps. Já a curta, de vencimento em 2 anos, fechou em alta de 6bps, após falas do presidente do FED indicando que novas subidas no FFR não está descartada.

A inflação implícita também fechou em queda com relação a semana anterior, vindo em linha com o observado no boletim Focus divulgado pelo Banco Central. É a segunda semana com queda na inflação de vencimento mais curto, movimento positivo para a sequencia dos cortes na taxa Selic feitas pelo BCB.

Renda fixa: o que esperar para a próxima semana?

O destaque da semana no Brasil vai para o IBC-Br, proxy da atividade econômica, que será divulgada pelo BCB na sexta feira. Na terça, o IBGE divulgará a pesquisa mensal de serviços, que dará também um sinal de como está a atividade no setor de serviços, que é muito relevante para a economia brasileira.

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