Renda Fixa

Publicado em 10 de Julho às 13:37:36

Juros fecham em leve queda após Reforma Tributária ser aprovada na Câmara dos Deputados | Tudo Sobre Renda Fixa

Atualize seus conhecimentos com o tudo sobre renda fixa (03/07 a 07/07) do Analisa. Principais informações sobre o que aconteceu no mercado de renda fixa na semana, com análise do mercado externo, local e o que mais será relevante nos próximos dias.

Renda Fixa: Cenário local e externo

No Brasil, o destaque foi a aprovação da reforma tributária na Câmara dos Deputados, que tem como objetivo simplificar o sistema tributário brasileiro. Nos EUA, a ata da reunião do FOMC de junho detalhou as razões para a manutenção da taxa de juros entre 5,0% e 5,25%. Diante da incerteza econômica e das condições apertadas de crédito, defenderam maior moderação no ritmo da alta de juros. Com isso, as curvas de juros locais fecharam mais uma semana com queda nas taxas, com a projeção do inicio do relaxamento monetário na reunião do Copom de agosto, cortando em 0,25 p.p. a taxa Selic.

Na semana passada a Câmara do Deputados aprovou a Reforma Tributária. O texto prevê a criação de dois impostos sobre Valor Agregado (IVAs) para substituir cinco tributos existentes, unificando assim a cobrança de impostos sobre consumo. Além disso, a proposta estabelece um período de transição de sete anos para a implementação da reforma, com redução gradual das alíquotas dos tributos atuais.

Outra votação importante que foi aprovada no Senado Federal foi o Marco Legal que busca reformular as normas que regulamentam as garantias de empréstimos no Brasil. O projeto visa reduzir o risco de inadimplência e os custos operacionais para as instituições financeiras, permitindo a cobrança extrajudicial de bens móveis e estabelecer a atuação dos oficiais de justiça como agentes de inteligência processual.

Além disso, o texto aborda temas como imóveis passíveis de garantias, intimação eletrônica, fundos constitucionais e ajustes relacionados a multas por atraso na carta anuência. Por fim, o texto aprovado pelo Senado volta para a análise da Câmara dos Deputados.

Com relação a atividade, a produção industrial apresentou crescimento de 0,3% m/m, na série com ajuste sazonal, vindo melhor que a mediana do mercado de 0,1% m/m (Broadcast+).

No cenário externo, destaque para ata da reunião do FOMC, onde os membros detalharam as razões para a manutenção da taxa de juros entre 5,0% e 5,25%. Diante da incerteza econômica e das condições apertadas de crédito, defenderam maior moderação no ritmo da alta de juros sob a justificativa de ter mais tempo para avaliar o progresso da política monetária em direção à meta.

Apesar disso, a ata expôs a divisão no comitê, com parte dos membros defendendo a elevação da Fed funds rate em 25 pontos-base na reunião. A necessidade de aumentos adicionais ainda esse ano foi praticamente consensual e o staff manteve sua previsão para uma recessão modesta no fim de 2023.

Já na Zona do Euro, o PMI de serviços recuou pelo segundo mês consecutivo para 52,0, frente 55,1 em maio. Além de ser o patamar mais baixo desde janeiro, o resultado foi inferior a expectativa do Refinitiv, que previa 52,4. Sinal de que a atividade econômica parece estar arrefecendo com maior intensidade.

E os juros locais seguem com sua trajetória de queda com as taxas futuras para 2024 apontando uma Selic terminal mais próxima dos 9% a.a. As NTN-Bs também seguem sua sequencia de quedas, mas menos expressivas do que a queda nos juros nominais, até por isso, nossa preferência maior em renda fixa são nos ativos indexados a inflação, por vermos um premio maior a ser capturado, além de ter o fator de proteção no caso das inflações seguintes surpreenderem negativamente.

Boletim Focus

A projeção do IPCA para este ano foi revisada para baixo, passando de 4,98% para 4,95%. Essa revisão é resultado de dados econômicos resilientes, indicando uma desaceleração do processo inflacionário. As projeções para os anos 2024, 2025 e 2026 mantiveram-se estáveis.

As projeções de crescimento do PIB para 2023 e 2024 permaneceram estáveis em 2,19% e 1,28%, respectivamente. Para os anos 2025 e 2026, o mercado revisou levemente para baixo.

As estimativas para o dólar neste ano mantiveram-se estáveis em R$/US$ 5,00. A projeção para o horizonte de 2024 foi revisada de R$/US$ 5,08 para R$/US$ 5,06. Da mesma forma, a projeção para o horizonte de 2025 foi revisada de R$/US$ 5,17 para R$/US$ 5,15. Essas revisões refletem um mercado otimista em relação ao fluxo de estrangeiros após a aprovação da reforma tributária e a manutenção da meta de inflação.

As projeções para a taxa Selic nos próximos três anos permaneceram estáveis em relação à semana passada. No entanto, a projeção para 2026 aumentou de 8,63% para 8,75%. Como resultado, os vértices mais longos da curva de juros estão abrindo aproximadamente 10bps nesta manhã.

Top pick da semana – Debênture Eneva (ENEV15)

O Top Pick da semana é a debênture incentivada de Eneva (ENEV15)

A Eneva atua nos setores de exploração e produção de gás natural, geração de energia e soluções em energia no mercado de gás natural e no mercado livre de energia. Seu modelo de negócios integra os processos de exploração do gás natural até a geração de energia termoelétrica, bem como a comercialização de gás e energia.

Atualmente a companhia possui parque operacional com 10 usinas termelétricas (8 a gás e 2 a carvão) e o complexo Solar Futura I, que iniciou sua operação comercial em maio/2023, totalizando uma capacidade de geração de 5,9 GW. Até 2026, deve atingir capacidade de 6,3 GW com a entrada em operação de 3 novas usinas termelétricas, além da possibilidade de expandir com as produções dos parques solares Futura II e Futura III (podem somar 2,3 GW de capacidade instalada ao projeto).

A Eneva reportou EBITDA de R$ 1,2 bilhão no 1T23, contra R$ 474 milhões no 1T23. Já a dívida líquida foi de R$ 17,1 bilhões no 1T23, o que representou um aumento de 3% vs. 4T22, impulsionado principalmente pelos efeitos não caixa de juros acumulados e atualização monetária sobre a dívida bruta, o que mais do que compensou a geração de caixa (após investimentos) de R$ 186 milhões.

Essa debênture tem rating AAA pela Fitch, isenta de IR e tem vencimento em Junho de 2030 e a taxa é de IPCA + 5,84%.

Renda fixa: o que esperar para a próxima semana?

Os grandes destaques da semana o IPCA do mês junho que sai na terça feira (11), e a mediana das estimativas é de deflação de 0,10%, após alta de 0,23% em maio. Em 12 meses, a mediana de 3,14% aponta inflação abaixo da meta central de 3,25% em 2023. Outro dado relevante é a a Pesquisa Mensal de Comércio (PMC) sobre o desempenho do varejo em maio, que sairá sexta feira (14).

No cenário externo, os destaques serão os índices de inflação referentes a junho. O índice de preços ao consumidor (CPI) na quarta-feira (12) e o índice ao produtor (PPI) na quinta-feira (13), que podem contribuir para ajustes das expectativas do mercado com relação à política monetária do FED.

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