Atualize seus conhecimentos com o tudo sobre renda fixa (09/10/23 a 13/10/23) do Analisa. Principais informações sobre o que aconteceu no mercado de renda fixa na semana, com análise do mercado externo, local e o que mais será relevante nos próximos dias.
Renda Fixa: Cenário local e externo
Juros longos fecharam em queda em comparação a semana anterior devido ao aumento da incerteza decorrente dos conflitos no oriente médio, o que fez com que a busca por ativos de proteção se intensificasse. No Brasil, o IPCA veio em linha com o esperado, porém alguns pontos do índice mostraram piora com relação a medição do mês de agosto. Nos EUA, os dados de inflação (CPI e PPI) foram levemente piores que a expectativa, mantendo o cenário de juros altos por mais tempo, observado nas treasuries.
No Brasil, o IPCA teve uma variação mensal de 0,26%, próxima das projeções dos analistas de 0,24%, com acúmulo de 3,50% no ano. Destaque negativo vai para a inflação de serviços, que voltou a surpreender negativamente.
A energia elétrica tem um cenário promissor devido aos níveis elevados dos reservatórios. No entanto, a decisão da Rússia de se retirar do acordo de exportação de grãos com a Ucrânia e as tensões no Oriente Médio podem afetar os preços dos alimentos e fertilizantes agrícolas.
Além disso, existe o risco de um El Niño mais forte impactar negativamente a oferta de alimentos. O Banco Central deve continuar sua estratégia de corte de juros de 50 pontos-base.
Em setembro nos EUA, o índice de preços ao consumidor (CPI) subiu 0,4% em relação ao mês anterior, ligeiramente acima das expectativas de 0,3%, acumulando um aumento de 3,7% em 12 meses.
O núcleo da inflação, teve um aumento mensal de 0,3% e acumulou 4,1% em 12 meses. Enquanto o resultado do CPI indica a manutenção das taxas de juros estáveis na próxima reunião do Fed em novembro, ainda é incerto se haverá um aumento de 25 pontos-base na última reunião do ano em dezembro.
O Índice de Preços ao Produtor (PPI) subiu 0,5% em setembro, superando as expectativas de 0,3%. Em 12 meses, o PPI aumentou 2,2%, também superando as estimativas.
O núcleo do PPI, teve um aumento mensal de 0,2% e acumulou 2,8% em 12 meses, superando expectativas. O Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC) expressou cautela em relação à economia, considerando a pressão da inflação e a dependência do crédito.
Na Zona do Euro, a produção industrial aumentou 0,6% em agosto, superando as expectativas de 0,5%, após uma queda de 1,3% no mês anterior. Isso se deveu principalmente ao crescimento na produção de bens de consumo duráveis, embora tenha havido uma diminuição na produção de bens intermediários.
Em relação a agosto de 2022, a produção industrial caiu 5,1%, indicando que pode ter atingido o seu nível mais baixo após meses de declínio.
Os juros de vencimento mais longo, tanto dos DIs quanto das NTN-Bs fecharam em queda com relação a semana anterior, motivado pela elevação da intensidade dos conflitos no oriente médio, fazendo com que a busca por proteção aumentasse.
A inflação implícita também fechou em queda com relação a semana anterior. Outro fator interessante foi a queda na inclinação da curva de juros nominal. Comparando a diferença entre os contratos de DI (Jan 31 x Jan 24), houve uma queda de 30bps aproximadamente, que é um movimento mais “saudável” para uma estrutura de curva de juros, principalmente de um país emergente como o Brasil.
Como investir em renda fixa neste cenário?
A alocação em ativos indexados ao CDI segue tendo relevância para um portfolio equilibrado. Além disso, a liquidez da classe facilita rotação para a bolsa por exemplo, movimento visto fortemente nestes últimos meses.
Porém, com a projeção de cortes na Selic, a atratividade se reduziu marginalmente, abrindo espaço para maior alocação nos títulos indexados a inflação.
Mantivemos a exposição aos indexados ao IPCA de vencimento intermediário e incluímos ativos de vencimento mais longo também, pois acreditamos que esse patamar atual do nível de juro real, no médio prazo, deve ser menor.
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Renda fixa: o que esperar para a próxima semana?
Na terça-feira, o IBGE divulgará a PMS (Pesquisa mensal de serviços) de agosto, para a qual esperamos variação de 0,8% m/m e 3,3% a/a.
Na quarta-feira, o IBGE divulgará a PMC(Pesquisa mensal do comércio) de agosto, para a qual esperamos variação de -1,0% m/m e 1,1% a/a (Restrito) e -0,8% m/m e 4,9% a/a (Ampliado).
Na quinta-feira, o BCB divulgará o IBC-Br de agosto, que é uma proxy para a atividade econômica, para o qual esperamos variação de -0,5% m/m e 1,5% a/a.