Atualize seus conhecimentos com o tudo sobre renda fixa (10/07 a 14/07) do Analisa. Principais informações sobre o que aconteceu no mercado de renda fixa na semana, com análise do mercado externo, local e o que mais será relevante nos próximos dias.
Renda Fixa: Cenário local e externo
Semana passada foi marcada por deflação no IPCA, crescimento do setor de serviços e recuo no setor de varejo – dados que apoiam a visão de um corte na Selic já na reunião de agosto. No exterior, inflação dos EUA cresceu abaixo do esperado pelo mercado e crédito ao consumidor teve menor aumento desde 2020. No entanto, o mercado ainda espera um aumento na taxa de juros básica americana (indo para a faixa de 5,25%-5,50%).
No Brasil vimos deflação no IPCA de 0,08% para o mês de junho (contra expectativa de -0,1% m/m dos analistas). Com acúmulo de 3,16% em 12 meses e arrefecimento dos núcleos de inflação, o corte de 0,25 pontos na Selic se torna cada vez mais tangível para a próxima reunião do Copom.
O crescimento do setor de serviços (+0,9% m/m, acima das expectativas do mercado de +0,4% m/m) teve destaque positivo para transportes (+2,2% m/m) e acumulou 6,4% em 12 meses.
Já o setor de varejo recuou 1,0% m/m, abaixo do esperado pelo mercado (-0,8% m/m). Destaque de baixa para o setor de Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-3,2% m/m). Tais resultados demonstram perda de força do setor varejista, esperada pelo time de macroeconomia da Genial, com destaque para segmentos mais sensíveis à Política Monetária.
Nos EUA, o avanço abaixo do esperado do CPI (+0,2% m/m contra expectativa 0,3% m/m) demonstra um processo de desinflação se concretizando cada vez mais. Além disso, vimos os núcleos de inflação também crescendo abaixo do esperado, avançando 0,2% m/m frente a expectativas de +0,3% m/m. Tais resultados não devem impedir um aumento de 0,25 pontos na taxa básica americana já na próxima reunião do FOMC deste mês de julho.
Vimos o menor crescimento do crédito ao consumidor americano desde novembro de 2020, com aumento de U$$7,3 bi em maio. A queda de U$$1,3 bi no crédito não rotativo foi a primeira desde abril de 2020, enquanto o crédito rotativo desacelerou significativamente frente aos meses anteriores, aumentando apenas U$$8,5 bi.
Após meses de quedas consecutivas nas taxas nominais e reais de juros, nesta semana os juros encerraram com alta nas taxas com relação a semana anterior. Na realidade, os drivers deste movimento são basicamente ajustes de posição dos players, que estavam com posições mais agressivas no sentido de observarem um cenário muito mais benigno a frente, e jogaram os juros futuros a patamares exageradamente baixos.
Agora, observando as projeções através das taxas forwards, a Selic projetada para final do ano está mais próxima dos 9,25% a.a., com o inicio da flexibilização já na reunião de agosto, com a maior probabilidade de um corte de 0,25p.p.
Boletim Focus
As projeções do IPCA para 2023 e 2024 permaneceram estáveis em 4,95% e 3,92%, respectivamente. Apesar de uma tendência de queda nas últimas semanas, a leitura da semana passada teve um viés um pouco mais negativo em relação à desinflação. Embora o IPCA de junho tenha registrado uma deflação de 0,08%, a inflação de serviços acelerou em 0,62%. Portanto, o mercado manteve suas projeções para a inflação.
As projeções de crescimento do PIB para todo o horizonte foram revisadas para cima. Destaca-se a estimativa para 2023, que aumentou em 50 bps, passando de 2,19% para 2,24%. Esse movimento está em consonância com o último dado do setor de serviços, que registrou um crescimento de 0,9%, acima do consenso de mercado (0,4%). Como resultado, o mercado está mais otimista em relação ao crescimento do PIB.
As estimativas para o câmbio deste ano mantiveram-se estáveis em R$/US$ 5,00. Da mesma forma, as projeções para 2025 e 2026 permaneceram inalteradas. A projeção para o horizonte de 2024 teve uma leve revisão, passando de R$/US$ 5,06 para R$/US$ 5,05. Após várias semanas de um mercado otimista em relação ao Brasil e com revisões para baixo no dólar, a última semana foi marcada por um sentimento mais neutro.
As projeções para a taxa Selic nos próximos quatro anos permaneceram estáveis em relação à semana passada. Para o final de 2023, o mercado está projetando uma taxa de 12%, ou seja o Banco Central deve reduzir em 175 bps.
Top pick da semana – ETF IMAB11
O Top Pick da semana é o ETF de IMA-B, o IMAB11.
ETFs são fundos negociados na bolsa de valores que tem como objetivo replicar a performance de algum índice específico. No caso do IMAB11, o índice a ser replicado é o IMA-B, calculado pela Anbima e composto por uma carteira de NTN-Bs (títulos públicos indexados ao IPCA mais uma taxa de juros).
Com rentabilidade nominal de 12,14% no ano, o IMAB11 deverá captar com sucesso o movimento da taxa Selic que está por vir, além de ter em sua carteira diversas NTNBs com taxas ainda atrativas. Além disso, o ETF possui como característica o balanceamento automático dos títulos presentes no índice IMA-B, que para um investidor tradicional é algo bastante custoso e trabalhoso.
O ETF tem taxa de administração de 0,25% ao ano (sem taxa de performance), 15% de IR sobre o ganho de capital (independentemente do período de investimento) e não tem IOF nem come-cotas. A duration é de aproximadamente 7 anos, ou seja, dentro dos ativos de renda fixa ele é um investimento de risco mais elevado, portanto, deve ser alocado com cautela dentro das carteiras.
Renda fixa: o que esperar para a próxima semana?
Os grandes destaques da semana serão o IBC-Br, divulgado pelo BCB nesta segunda-feira (17) e dados de inflação como o IGP-10 e o IGPM dos 15 primeiros dias do mês de julho.
No exterior, teremos os indicadores de atividade que poderão contribuir para o debate sobre os próximos passos do FED, como os dados da produção industrial e das vendas do varejo, todos referentes a junho, na terça-feira (18).