Resumo: É preciso ter cautela em períodos de inflação elevada e desaceleração econômica. No entanto, a volatilidade presente nos mercados financeiros criou oportunidades de investimento atraentes em 2022. Há diversos argumentos que justificam a alocação em renda fixa. Além do seu potencial de retorno, a renda fixa nos parece favorável sob o ponto de vista macroeconômico, uma vez que ela tende a ser resiliente em períodos de Selic alta por muito tempo.
Uma novidade: A possibilidade de o investidor ter seus títulos marcados a mercado
No início de 2023, os investidores poderão ter seus títulos de renda fixa, como os CRIs, CRAs e Debentures marcados a mercado, diferentemente de hoje, que são marcados na “curva”, que é basicamente, o retorno ser pautado pela taxa de compra em D+0, e não nos preços atuais.
Destaca-se que, caso você mantenha seus títulos até a data de vencimento, receberá o valor correspondente à rentabilidade acordada no momento da aplicação, independente das variações do preço do título ao longo do tempo.
Ademais, o preço da marcação a mercado é um indicativo do valor de negociação do ativo, e não necessariamente o valor exato que o investidor receberá no caso de venda antes do vencimento.
Isso porque pode haver outras variáveis que afetam o preço para cima ou para baixo, entre elas, o risco de liquidez e os custos de transação.
Esse novo mecanismo de atualização de preços é similar ao já aplicado nos títulos públicos adquiridos por meio do Tesouro Direto.
Da mesma forma, os fundos de investimento e carteiras administradas também já realizam a “marcação a mercado” de seus títulos de crédito.
Analise de cenário: Muitos desafios a frente, principalmente na questão Fiscal
O cenário de incerteza deve manter a Selic elevada, refletindo maior prêmio de risco e expectativa de inflação mais persistente.
A taxa em 13,75 % está em patamar alto mesmo considerando uma inflação acima de 5% em 2023. No atual cenário, a taxa pós fixada indica que podemos ter juros reais de 8% aa nos próximos meses.
Podemos ver dois caminhos distintos para a taxa de juros no próximo ano:
no cenário benigno, a aprovação de novas regras fiscais pode reduzir o prêmio de risco, ancorar as expectativas de inflação e permitir o início do ciclo de redução da Selic mais acelerado que o esperado.
Por outro lado, uma expansão fiscal mais elevada, sem definição de contrapartida, juntamente com a volta de medidas de gastos parafiscais pode resultar em uma elevação da inflação ao longo de 2023 e 2024, comprimindo os juros reais nas taxas pré e até pós.
Renda fixa 2023: onde investir?
Com a incerteza no atual cenário de transição, e como o governo irá desenrolar o atual imbróglio fiscal, recomendamos a alocação em renda fixa distribuída entre pós fixados, atrelados ao CDI e indexados em inflação, com os títulos CDI com vencimento até meados de 2024, e as NTN-Bs com vencimento até 2030.
As taxas dos títulos NTN-Bs acima de 6% estão em patamar bastante elevado, já refletindo o cenário de maior risco, além de oferecer proteção contra uma inflação mais persistente.
Títulos de crédito privado de elevada qualidade e com isenção de IR também são boas opções para compor a carteira.
Olhando o histórico dos títulos prefixados, a alocação segue com a pior relação risco x retorno para os vencimentos mais longos, dada a pequena inclinação da curva.
Portanto, para capturar melhor os retornos nesse indexador, os melhores investimentos são nos títulos que tem vencimento em no máximo 3 anos.
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*taxas do dia 23/12, podendo sofrer alterações.