Atualize seus conhecimentos com o tudo sobre renda fixa (30/10/23 a 03/11/23) do Analisa. Principais informações sobre o que aconteceu no mercado de renda fixa na semana, com análise do mercado externo, local e o que mais será relevante nos próximos dias.
Renda Fixa: Cenário local e externo
Juro nominal fecha em queda mais uma semana, após alivio do stress em decorrência da fala sobre os gastos do governo na semana anterior, somado a um payroll abaixo do esperado nos EUA e um Copom comunicando que haverá mais cortes na taxa Selic de mesma magnitude nas próximas reuniões. Juro Real fecha próximo da estabilidade com relação a semana anterior.
Copom reduz Selic. O Banco Central reduziu a taxa Selic para 12,25% ao ano em uma redução de 0,5 p.p., seguindo o ritmo de flexibilização da política monetária previamente planejado. O Copom destacou a necessidade de cautela devido ao ambiente externo mais adverso, com aumento das taxas de juros nos EUA e inflação persistente em outros países, além de tensões geopolíticas. No cenário doméstico, os indicadores de atividade econômica sugerem desaceleração nos próximos trimestres.
Mudança na meta fiscal. Após a reunião de Lula com o ministro da Fazenda e líderes partidários, é provável que o governo brasileiro mude a meta fiscal de 2024, originalmente em déficit zero, para -0,25% ou -0,50% do PIB, permitindo gastos não contingenciados devido às eleições municipais. Essa mudança enfraquece o Ministro Haddad e pode dificultar a aprovação de pautas para aumentar a arrecadação no próximo ano, impactando negativamente as contas públicas em 2024.
IGP-M avança m/m. O IGP-M avançou 0,50% na comparação mensal, impulsionado pela aceleração do Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA-M) para 0,60%. Isso indica que a pressão sobre os preços de insumos pode retardar o processo de desinflação, especialmente no grupo de alimentação, que vinha contribuindo para conter a alta inflação ao consumidor. Essa alta nos preços de commodities agrícolas deve afetar o IPC-M e o IPCA.
EUA: manutenção da taxa de juros. O Federal Reserve dos EUA (FED) decidiu manter a taxa de juros inalterada, no intervalo entre 5,25% e 5,50% a.a. A instituição reconheceu a desaceleração na criação de empregos e manteve a possibilidade de aumentar os juros em dezembro e em 2024. Além disso, o FED continua a reduzir seu estoque de títulos, mantendo uma política monetária mais restritiva do que o normal em ciclos de corte de juros.
Payroll abaixo do esperado. O payroll do mês de outubro mostrou criação de 150 mil vagas, abaixo do consenso de 183 mil. A taxa de desemprego subiu de 3,8% para 3,9%, contrario a expectativa de estabilidade.
Curvas de juros
As taxas de juros, tanto dos DIs quanto das NTN-Bs fecharam em queda com relação a semana anterior, após dados de payroll melhores que o esperado e a atividade dando sinais de arrefecimento nos EUA. Isto no movimento dos yields das treasuries, que tiveram uma semana com queda, com a de vencimento de 2 anos fechando 20 bps e a de 10 anos 15 bps.
A inflação implícita também fechou em queda com relação a semana anterior, vindo em linha com o observado no boletim Focus divulgado pelo Banco Central. É a segunda semana com queda na inflação de vencimento mais curto, movimento positivo para a sequencia dos cortes na taxa Selic feitas pelo BCB.
Renda fixa: o que esperar para a próxima semana?
O destaque da semana no Brasil vai para o IPCA, que será divulgado pelo IBGE na sexta feira. A expectativa é uma alta de 0,26% m/m e 4,84% a/a. Outra divulgação importante será a ata do Copom na terça feira, que dará mais detalhes sobre a decisão do corte de 0,5% na taxa Selic.
Nos EUA, destaque serão as falas de diversos membros do FED, inclusive do presidente, Jerome Powell.