Atualize seus conhecimentos com o tudo sobre renda fixa (03/04 a 07/04) do Analisa. Principais informações sobre o que aconteceu no mercado de renda fixa na semana, com análise do mercado externo, local e o que mais será relevante nos próximos dias.
Renda Fixa: Cenário local e externo
No mercado local declarações do ministro da economia e do presidente do BC em tom apaziguador fortaleceram o movimento de queda dos juros.
O mercado agora entra em compasso de espera em relação ao texto que será aprovado no congresso e o grau de “desidratação” que poderá acontecer no plenário.
A curva de juros futuros na quinta feira precificava chances minoritárias de cortes no primeiro semestre e chances majoritárias de cortes mínimos a partir de agosto.
Sobre o arcabouço fiscal, Haddad comentou sobre as ações do lado da receita que serão adotadas para o cumprimento das novas previsões de resultado primário do governo. Citou a tributação das apostas eletrônicas, que podem render ao governo algo entre R$ 12 e R$ 15 bilhões.
Além disso, ele decidiu que haverá taxação do comércio eletrônico de produtos importados que atualmente conseguem escapar do Fisco. Nesse caso, o ministro citou o potencial de arrecadação de R$ 8 bilhões.
Finalmente, o governo pretende elevar entre R$ 80 e 90 bilhões a receita da CSLL, através da proibição às empresas, que recebem incentivos fiscais via ICMS, de abater os crédito deste tributo da base da CSLL, quando a atividade for de custeio.
Já nos EUA, os dados econômicos, em especial os números do mercado de trabalho e a desaceleração de serviços, elevaram o receio do mercado com a recessão americana, fazendo derrubar as taxas das treasuries e impactar na parte longa da curva dos DIs.
A treasury de 10 anos renovou a mínima do ano, encerrando a semana nos mesmos níveis de setembro/22 e a curva soberana americana voltou a precificar cortes nos Fed Funds na reunião de julho, diante dos dados de fraqueza da economia.
Boletim Focus
O Focus voltou a elevar a inflação esperada para 2023 e 2024, e trouxe um IPCA de +5,98% para 23, que era + 5,96%% na semana anterior.
Para 2024 o IPCA ficou praticamente inalterado, passando de +4,13% para +4,14%. A inflação acumulada nos últimos dozes meses atinge +5,60%. A taxa de inflação segue acima da meta do BCB, com a política monetária restritiva e taxa de juros elevada sendo o principal instrumento neste momento para a redução da inflação nos próximos meses.
Para a taxa de câmbio, a aposta de mercado continua sendo para uma taxa R$/USD de R$ 5,25 sem alteração em a semana anterior.
Novamente, não houve mudança na taxa Selic esperada pelo mercado. Para 2023 o juro esperado é de 12,75%. Para 2024 a redução da taxa Selic é de 275 pontos percentuais, encerrando o ano em 10,0%.
O melhor entendimento e aceitação do mercado sobre o arcabouço fiscal e a evolução de sua implantação poderá contribuir para reduzir a incerteza e consolidar uma posição para uma flexibilização da política monetária.
A mudança da política para os juros poderá também ser alterada a partir da possível mudança da meta de inflação e de uma aceleração do processo de crescimento, que nesta semana o Focus trouxe uma expectativa de +0,91% em relação ao +0,90% na semana anterior.
Top pick da semana
A Copel DIS braço de distribuição de energia da Copel, é a principal distribuidora de energia do Paraná e a quarta maior do país em base individual, atendendo 394 municípios.
A relação Dívida Líquida / EBITDA, ou Alavancagem, atingiu 2,5x no 4T22, contra 2,2x no 3T22 e 1,3x no último trimestre de 2021.
Temos recomendação de entrada na Debênture de Copel Distribuição, devido aos resultados sólidos e boa capacidade de pagamento de dívidas.
Renda fixa: o que esperar para a próxima semana?
No dia 11, o IBGE publicará a variação do IPCA de março, para a mediana do mercado está em +0,78% (anterior +0,84%).
Nos dias 12 e 13 saem as pesquisas mensais do setor de comércio e serviços, indicadores importantes para observar o nível da atividade em setores relevantes para o PIB nacional.
Nos EUA, o destaque da agenda será a inflação. No dia 12, conheceremos as variações do Índice de Preços ao Consumidor (CPI) e de sua principal medida de núcleo.