Renda Fixa

Publicado em 10 de Abril às 12:49:13

Paz entre Banco Central e Ministério da Fazenda? | Tudo Sobre Renda Fixa

Atualize seus conhecimentos com o tudo sobre renda fixa (03/04 a 07/04) do Analisa. Principais informações sobre o que aconteceu no mercado de renda fixa na semana, com análise do mercado externo, local e o que mais será relevante nos próximos dias.

Renda Fixa: Cenário local e externo

No mercado local declarações do ministro da economia e do presidente do BC em tom apaziguador fortaleceram o movimento de queda dos juros.

O mercado agora entra em compasso de espera em relação ao texto que será aprovado no congresso e o grau de “desidratação” que poderá acontecer no plenário.

A curva de juros futuros na quinta feira precificava chances minoritárias de cortes no primeiro semestre e chances majoritárias de cortes mínimos a partir de agosto.

Sobre o arcabouço fiscal, Haddad comentou sobre as ações do lado da receita que serão adotadas para o cumprimento das novas previsões de resultado primário do governo. Citou a tributação das apostas eletrônicas, que podem render ao governo algo entre R$ 12 e R$ 15 bilhões.

Além disso, ele decidiu que haverá taxação do comércio eletrônico de produtos importados que atualmente conseguem escapar do Fisco. Nesse caso, o ministro citou o potencial de arrecadação de R$ 8 bilhões.

Finalmente, o governo pretende elevar entre R$ 80 e 90 bilhões a receita da CSLL, através da proibição às empresas, que recebem incentivos fiscais via ICMS, de abater os crédito deste tributo da base da CSLL, quando a atividade for de custeio.

Já nos EUA, os dados econômicos, em especial os números do mercado de trabalho e a desaceleração de serviços, elevaram o receio do mercado com a recessão americana, fazendo derrubar as taxas das treasuries e impactar na parte longa da curva dos DIs.

A treasury de 10 anos renovou a mínima do ano, encerrando a semana nos mesmos níveis de setembro/22 e a curva soberana americana voltou a precificar cortes nos Fed Funds na reunião de julho, diante dos dados de fraqueza da economia.

Boletim Focus

O Focus voltou a elevar a inflação esperada para 2023 e 2024, e trouxe um IPCA de +5,98%  para 23, que era + 5,96%% na semana anterior.

Para 2024 o IPCA ficou praticamente inalterado, passando de +4,13% para +4,14%. A inflação acumulada nos últimos dozes meses atinge +5,60%. A taxa de inflação segue acima da meta do BCB, com a política monetária restritiva e taxa de juros elevada sendo o principal instrumento neste momento para a redução da inflação nos próximos meses.

Para a taxa de câmbio, a aposta de mercado continua sendo para uma taxa R$/USD de R$ 5,25 sem alteração em a semana anterior.

Novamente, não houve mudança na taxa Selic esperada pelo mercado. Para 2023 o juro esperado é de 12,75%. Para 2024 a redução da taxa Selic é de 275 pontos percentuais, encerrando o ano em 10,0%.

O melhor entendimento e aceitação do mercado sobre o arcabouço fiscal e a evolução de sua implantação poderá contribuir para reduzir a incerteza e consolidar uma posição para uma flexibilização da política monetária.

A mudança da política para os juros poderá também ser alterada a partir da possível mudança da meta de inflação e de uma aceleração do processo de crescimento, que nesta semana o Focus trouxe uma expectativa de +0,91% em relação ao +0,90% na semana anterior.

Top pick da semana

A Copel DIS braço de distribuição de energia da Copel, é a principal distribuidora de energia do Paraná e a quarta maior do país em base individual, atendendo 394 municípios.

A relação Dívida Líquida / EBITDA, ou Alavancagem, atingiu 2,5x no 4T22, contra 2,2x no 3T22 e 1,3x no último trimestre de 2021.

Temos recomendação de entrada na Debênture de Copel Distribuição, devido aos resultados sólidos e boa capacidade de pagamento de dívidas.

Renda fixa: o que esperar para a próxima semana?

No dia 11, o IBGE publicará a variação do IPCA de março, para a mediana do mercado está em +0,78% (anterior +0,84%).

Nos dias 12 e 13 saem as pesquisas mensais do setor de comércio e serviços, indicadores importantes para observar o nível da atividade em setores relevantes para o PIB nacional.

Nos EUA, o destaque da agenda será a inflação. No dia 12, conheceremos as variações do Índice de Preços ao Consumidor (CPI) e de sua principal medida de núcleo.

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